Efeitos do treinamento resistido sobre o sono, o ciclo sono-vigília e o músculo esquelético de idosos sarcopênicos

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Data
2019-11-28
Autores
De Sá Souza, Helton [UNIFESP]
Orientadores
D'Almeida, Vania [UNIFESP]
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Background: Sarcopenia is a multifactorial disease that affects the elderly and is related to higher mortality, metabolic, endocrine, neurodegenerative and inflammatory changes. Although elderly people often have changes in sleep, which may also cause these same deleterious health effects; so far little is known about the relationship between sleep and sarcopenia. On the other hand, resistance training (TR) is an intervention that can improve both factors. Thus, the aim of the study was to investigate whether sarcopenic elderly (IS) have a different sleep profile than non-sarcopenic ones (INS) and to investigate the effects of a 12-week TR program on sleep and muscle function in older adults with sarcopenia. Methods: In experiment 1, sixty-three elderly individuals were evaluated and distributed into 2 groups: sarcopenic elderly (IS) and non-sarcopenic elderly (INS). In experiment 2, the sarcopenic elderly (28) were redistributed into another 2 groups. The CTL group participated in weekly lifestyle change classes and the Resistance Exercise Training (TR) group participated in a 12-week progressive load TR program. Sleep was assessed by all-night polysomnography, actimetry and self-administered questionnaires. Isokinetic and isometric peak torque, anabolic and catabolic hormone levels, and pro and antiinflammatory cytokine concentrations were also evaluated. For the intention-to-treat analysis, a generalized linear/nonlinear model for absolute variables or the Wilcoxon ranksum test (Mann-Whitney) was used for the delta variation. Data were expressed as mean ± standard deviation or median, (minimum – maximum) values and, significance was set at p< 0,05. Results: The IS group is older (77.13 ± 10.75 vs 73.77 ± 9.68 years; p< 0,05), have lower handgrip strength (21.69 ± 7.57 vs 27.62 ± 10.41 kg; p< 0,05), lower physical performance (8.81 ± 2.28 vs 11.16 ± 1.02 points; p< 0,05) and higher TNF-α concentrations (4343.99 ± 394.17 vs 4077.43 ± 400.0 pg/dL; p< 0,05) compared to INS and most individuals have intermediate chronotype (95% of the total sample). Total sleep time was shorter in the IS vs INS group (307.65 ± 91.22 vs 351.94 ± 112.60 minutes; p< 0,05) and the number of obstructive apnea in the IS group, was higher than INS group (41.78 ± 46.77 vs 18.91 ± 30.96, events) as well as the apnea and hypopnea index (19.97 ± 17.88 vs 10.41 ± 10.58 nº/h; p< 0,05). Actimetry sleep efficiency was lower in the IS vs INS group (89.96 ± 6.63 vs 94.19 ± 4.07%; p< 0,05) and the awake time after sleep onset was longer in the IS vs INS group (35.38 ± 26.94 vs 18.14 ± 12.13 minutes; p< 0,05) as well as excessive daytime sleepiness (8.51 ± 5.59 vs 5.52 ± 3.66 points; p< 0,05). The peak torque values were lower for all parameters evaluated in the IS group when compared to the INS group. The TR group reduced the time to sleep onset compared to the CTL group (16.09 ± 15.21 vs 29.98 ± 22.57 minutes; p< 0,05). Intensity-to-treat analysis showed that the TR group had more N3 sleep than CTL (median: 0.90 (-1.40 – 25.00) vs median, -3.35 (-15.20 – 19.10%; p< 0,05) as well as reduced the severity of insomnia (median, -5.00; (-9.00 – 6.00) vs median, -0.50 (-3.00 – 6.00 points; p< 0,05), improved self-reported sleep quality (median, -1.50 (-9.00 – 4.00) vs median, 0.50; (-3.00 – 6.00 points; p< 0,05) and sleep efficiency (median 9.50 (-15.00 – 34.00%) vs median, 0.00; (-28.00 - 18.00%; p< 0,05). For all muscle function parameters (isokinetic or isometric knee extension and flexion), the TR group had higher values compared to the CTL group after 12 weeks of intervention. IL-1ra delta variation levels were higher in the TR group compared to CTL (median: 0.04 (-0.02 – 0.36) vs median, -0.01; (-0.12 – 0.07 ng/dL; p< 0,05). Conclusions: Progressive load TR improves sleep parameters associated with muscle recovery in older adults with sarcopenia and produces positive changes in physical performance.
Introdução: A sarcopenia é uma doença multifatorial que afeta idosos e está relacionada à maior mortalidade, alterações metabólicas, endócrinas, neurodegenerativas e inflamatórias. Apesar de frequentemente idosos apresentarem alterações no sono, que também poderem causar esses mesmos efeitos deletérios à saúde, até o presente momento pouco se sabe sobre a relação entre o sono e a sarcopenia. Por outro lado, é muito bem descrito na literatura que o treinamento físico é uma intervenção que pode melhorar tanto a sarcopenia quanto o sono. Objetivo: Investigar se idosos sarcopênicos (IS) possuem perfil de sono diferente de idosos não sarcopênicos (INS) e avaliar os efeitos de um programa de treinamento resistido por 12 semanas sobre o sono e a função muscular em idosos com sarcopenia. Métodos: No experimento 1, sessenta e três idosos foram avaliados e distribuídos em 2 grupos: idosos sarcopênicos (IS) e idosos não sarcopênicos (INS) para que as comparações pudessem ser feitas. No experimento 2, os idosos sarcopênicos (28) foram redistribuídos em outros 2 grupos. O grupo (CTL) participou de aulas semanais sobre mudança de estilo de vida e o grupo treinamento de exercícios resistidos (TR) participou de um programa de TR de carga progressiva por 12 semanas. O sono foi avaliado por polissonografia de noite inteira, actimetria e por questionários autoaplicáveis. O pico de torque isocinético e isométrico, os níveis de hormônios anabólicos e catabólicos e as concentrações de citocinas pró e antiinflamatórias também foram avaliados. Para a análise por intenção de tratar, foi utilizado um modelo linear/não linear generalizado para variáveis absolutas ou o teste de Wilcoxon rank-sum (Mann-Whitney) para a variação delta. Os dados foram expressos como média ± desvio padrão ou mediana (valores mínimos – máximos) e a significância foi adotada para p< 0,05. Resultados: O grupo IS é mais velho (77,13 ± 10,75 vs 73,77 ± 9,68 anos; p< 0,05) possuem menor força de preensão palmar (21,69 ± 7,57 vs 27,62 ± 10,41 kg; p< 0,05), menor performance física (8,81 ± 2,28 vs 11,16 ± 1,02 pontos; p< 0,05) e maior concentração de TNF-α (4343,99 ± 394,17 vs 4077,43 ± 400,0 pg/dL; p< 0,05) comparado ao INS e a maioria dos indivíduos possuem cronotipo intermediário (95% do total da amostra). O tempo total de sono foi menor no grupo IS vs INS (307,65 ± 91,22 vs 351,94 ± 112,60 minutos; p< 0,05) e a quantidade eventos de apneia obstrutiva no grupo IS foram maiores comparado ao INS (41,78 ± 46,77 vs 18,91 ± 30,96, eventos; p< 0,05) assim como do índice de apneia e hipopineia (19,97 ± 17,88 vs 10,41 ± 10,58 nº/h; p< 0,05). A eficiência do sono pela actimetria foi menor no grupo IS vs INS (89,96 ± 6,63 vs 94,19 ± 4,07 %; p< 0,05) e o tempo acordado após o início do sono foi maior no grupo IS vs INS (35,38 ± 26,94 vs 18,14 ± 12,13 minutos; p< 0,05) assim como a sonolência diurna excessiva (8,51 ± 5,59 vs 5,52 ± 3,66 pontos). Os valores de pico de torque foram menores para todos os parâmetros avaliados no grupo IS quando comparado ao grupo INS. O grupo TR reduziu o tempo para o início do sono em comparação ao grupo CTL (16,09 ± 15,21 vs 29,98 ± 22,57 minutos; p< 0,05). A análise por intensão de tratar mostrou que o grupo TR teve mais sono N3 que o CTL (mediana: 0,90 (-13,40 – 25,00) vs mediana, -3,35 (-15,20 – 19,10%); p< 0,05) assim como reduziu a gravidade da insônia (mediana, -5,00 (-9,00 – 6,00) vs mediana, -0,50 (-3,00 – 6,00 pontos); p< 0,05), melhorou a qualidade do sono auto referida (mediana, -1,50 (-9,00 – 4,00) vs mediana, 0,50 (-3,00 – 6,00 pontos); p< 0,05) e eficiência do sono (mediana 9,50 (-15,00 – 34,00%) vs mediana, 0,00 (-28,00 – 18,00%); p< 0,05). Para todos os parâmetros de função muscular (extensão e flexão isocinética ou isométrica do joelho), o grupo TR apresentou valores mais altos em comparação ao grupo CTL após 12 semanas de intervenção. Os níveis de variação do delta da IL-1ra foram maiores no grupo TR em comparação com os CTL (mediana: 0,04 (-0,02 – 0,36) vs mediana, -0,01(-0,12 – 0,07ng/dL); p< 0,05). Conclusão: A carga progressiva de TR melhora os parâmetros do sono associados à recuperação muscular em idosos com sarcopenia e produz mudanças positivas no desempenho físico.
Descrição
Citação
DE SÁ SOUZA, Helton. Efeitos do treinamento resistido sobre o sono, o ciclo sono-vigília e o músculo esquelético de idosos sarcopênicos. 2019. 124 f. Tese (Doutorado em Ciências) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2019.