Perfil metabolômico em pacientes com anemia hemolítica autoimune

Imagem de Miniatura
Data
2018-10-09
Autores
Rabelo, Iara Baldim [UNIFESP]
Orientadores
Bordin, Jose Orlando [UNIFESP]
Tipo
Tese de doutorado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Introduction: autoimmune hemolytic anemia (AIHA) is a rare clinical condition with hemolysis mediated by immunoglobulin binding on the surface of erythrocytes with or without complement activation. Metaboloma is the sum of the genetic configuration of an organism to the external factors. The metabolic profile involved in AIHA has not yet been described and may be the key to new findings about the mechanism of autoimmune hemolysis. Objectives: To describe a profile of AIHA related metabolites, increased hemolysis and risk of relapse. Patients and Method: we analyzed the plasma from 31 patients with primary AIHA compared to plasma from 150 healthy subjects using mass spectrometry (Kit AbsoluteIDQ p180, Biocrates, Austria). The statistical analysis was performed by the software available at http://www.metaboanalyst.ca/. Results: of the 95 metabolites found in patients with AIHA, four acylcarnitines, two phosphatidylcholines (PC), asymmetric dimethylarginine (ADMA) and three sphingomyelins were increased with great statistical significance. There was an increase in PCs and polyamines (spermine and spermidine) in the AIHA group in hemolytic activity. The relationship between PCs “PC ae 34: 3 / PC ae 40: 2” seen only in the 12-months relapsed group was predictor of relapse with specificity of 81% and sensitivity of 100%. Discussion: Increased sphingomyelin in AIHA patients may perpetuate deficient regulatory T lymphocytes in the recognition of erythrocytes as self. Accumulation of ADMA can cause downregulation of NF-kβ from macrophages by inducing one of the already known autoimmune mechanisms. Excess PCs in patients with AIHA and increased hemolysis may perpetuate effector T lymphocytes with increased susceptibility to autoimmunity and increase the production of antibodies against erythrocyte antigens. The increase of polyamines in the higher hemolysis group may induce autoimmunogenicity of DNA and interfere with the differentiation of macrophages. Finally, the presence of PC to 34: 3 / PC to 40: 2 as a predictor of relapse may help to identify cases that require follow-up more frequently or second-line therapies earlier. Conclusion: Our data demonstrate a distinct profile of metabolites in AIHA patients, as well as in individuals with higher hemolytic activity. There was a relationship of phosphatidylcholines strongly predictive of AIHA relapse.
Introdução: a anemia hemolítica autoimune (AHAI) é uma condição clínica rara com hemólise mediada pela fixação de imunoglobulinas na superfície dos eritrócitos com ou sem ativação do complemento. Metaboloma é a soma da configuração genética de um organismo com os fatores externos. O perfil metabolômico envolvido na AHAI ainda não foi descrito e pode ser a chave de novas descobertas acerca do mecanismo de hemólise autoimune. Objetivos: descrever um perfil de metabólitos relacionados à AHAI, maior hemólise e risco de recaída. Casuística e método: analisamos o plasma de 31 pacientes com AHAI primária comparados ao plasma de 150 indivíduos saudáveis utilizando a espectrometria de massa (kit AbsoluteIDQ p180, Biocrates, Áustria). A análise estatística foi realizada pelo software disponível no site http://www.metaboanalyst.ca/. Resultados: dos 95 metabólitos encontrados nos pacientes com AHAI, quatro acilcarnitinas, duas fosfatidilcolinas (PC), dimetilarginina assimétrica (ADMA) e três esfingomielinas estavam aumentadas com grande significância estatística. Houve aumento de PCs e poliaminas (espermina e espermidina) no grupo de pacientes com AHAI em atividade hemolítica. A relação entre as PCs “PC ae 34:3 / PC ae 40:2” vista somente no grupo que recaiu em 12 meses foi preditora de recaída com especificidade de 81% e sensibilidade de 100%. Discussão: o aumento de esfingomielina nos pacientes com AHAI pode perpetuar linfócitos T regulatórios deficientes no reconhecimento de eritrócitos como self. Acúmulo de ADMA pode causar regulação negativa de NF-kβ de macrófagos induzindo um dos mecanismos de autoimunidade já conhecidos. O excesso de PCs nos pacientes com AHAI e maior hemólise pode perpetuar linfócitos T efetores com maior susceptibilidade à autoimunidade e aumentar a produção de anticorpos contra antígenos eritrocitários. O aumento de poliaminas no grupo de maior hemólise pode induzir autoimunogenicidade de DNA e interferir na diferenciação de macrófagos. Por fim, a presença da relação das fosfatidilcolinas “PC ae 34:3 / PC ae 40:2” como preditor de recaída poderá auxiliar na identificação de casos que necessitem de seguimento mais amiúde ou terapias de segunda linha mais precocemente. Conclusão: Nossos dados demonstram um perfil distinto de metabólitos nos pacientes com AHAI, bem como nos indivíduos com maior atividade hemolítica. Houve uma relação de fosfatidilcolinas fortemente preditora de recaída de AHAI.
Descrição
Citação