Avaliação das medidas de profilaxia da transmissão vertical do vírus HIV e da sífilis
Data
2018-12-20
Tipo
Tese de doutorado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Objective: To describe and evaluate actions aimed at preventing vertical
transmission of HIV and morbidity and mortality of congenital syphilis. Methods:
Retrospective cohort study performed at two maternity hospitals in the city of Montes
Claros, MG. The population was composed by women diagnosed with syphilis and
HIV infection during pregnancy, childbirth or puerperium, who received care at the
maternity wards from 2014 to 2017 and their respective newborns. The variables of
interest were mainly collected from clinical records and typed in a database created
with Epidata version 3.0 program and later transferred to SPSS version 19.0, where
a descriptive analysis of the data was performed. Results: A total of 250 parturients/
postpartum women diagnosed with syphilis and 46 with diagnosis of HIV were
enrolled in the study, in addition to 233 live births exposed to syphilis and 46 exposed
to HIV infection. The coefficient of HIV and syphilis detection in pregnant women
during the period was 1.9 cases / 1000 and 10.4 / 1000 live births, respectively. The
incidence rate of congenital syphilis was 11.9 / 1000 live births. The maternity
hospitals care evaluation revealed that the management of syphilis was inadequate
in 54% of the cases in parturients and 74,2% in newborns. The main reasons for
inadequate management of puerperal women were the lack of referral for
ambulatorial treatment continuity (65,2%), while for newborns, the reasons were lack
of disease notification. Significant association with maternal management was found
in the variables: case of syphilis reported during pregnancy (p = 0.036), parturient /
puerperal VDRL titration (p <0.001), number of previous abortions (p = 0.006),
treatment of partner prescribed at maternity (p <0.001) and duration of labor (p
<0.001). Concerning the management of the newborn, the following independent
variables were associated with the outcome: long bone RX realization (p = 0.001),
Congenital Syphilis definition criterion (p = 0.006), case report (p <0.001), and length
of birth (p <0.001). In regard to prevention of vertical HIV transmission, management
was considered inadequate in 30 parturients / puerperae cases (65.2%) and in 14
newborns (30.4%). The main reasons for management inadequacy in women were
nonachievement
of lactation inhibition (53.3%) and the lack of counseling and
consent for the HIV test (56,6%). On the other hand, neonate management failure
was mainly due to late use of zidovudine oral solution (50.0%) and nonprescription of nevirapine, when there was such indication (28.6%). Conclusion: These results
indicate that hospital health care professionals do not follow all Health Ministry
recommendations. They also demonstrate the need for investments aimed at training
and raising awareness among health professionals involved in care.
Objetivo: Descrever e avaliar as ações direcionadas a prevenção da transmissão vertical do HIV e da morbimortalidade da sífilis congênita. Método: Estudo de coorte retrospectivo, realizado nas maternidades de dois hospitais da cidade de Montes Claros, MG. A população foi composta pelo universo de mulheres com diagnóstico de sífilis e infecção pelo HIV na gestação, parto ou puerpério, atendidas para a resolução do parto nas referidas maternidades, nos anos de 2014 a 2017 e pelos seus respectivos recémnascidos. As variáveis de interesse foram coletadas principalmente dos prontuários clínicos e digitadas em banco criado no programa Epidata versão 3.0 e, posteriormente transferido para o programa SPSS versão 20.0, onde foi realizada análise descritiva, (dados referentes aos casos de HIV) e descritiva e inferencial (dados referentes aos casos de sífilis). Resultados: Foram incluídas no estudo 250 parturientes/puérperas com diagnóstico de sífilis e 46, com diagnóstico de HIV, além de 233 nascidosvivos expostos à sífilis e 46, expostos à infecção pelo HIV. O coeficiente de detecção de HIV e sífilis em gestantes encontrado no período foi de 1,9 casos/1000 e 10,4/1000 nascidos vivos, respectivamente. Já a taxa de incidência de sífilis congênita foi de 11,9/1000 nascidos vivos. A avaliação da assistência hospitalar prestada pelas duas maternidades investigadas permitiu verificar que o manejo da sífilis foi inadequado em 54,0% dos casos em parturientes/puérperas e 74,2% em recémnascidos, sendo, a falta de encaminhamento para término de tratamento e ou controle de cura a nível ambulatorial (65,2%), para a mulher, e a não notificação do caso, para o recémnascido, os principais motivos para inadequação do manejo. Apresentaram associação significativa com o manejo materno as variáveis: caso de sífilis notificado na gestação (p=0,033); desfecho da gestação (p=0,036), titulação do VDRL da parturiente/puérpera (p< 0,001), número de abortos anteriores (p=0,006), tratamento do parceiro prescrito na maternidade (p <0,001) e período de ocorrência do parto (p< 0,001). Para o manejo do RN, as seguintes variáveis independentes se associaram ao desfecho: realização de RX de ossos longos (p= 0,001), Critério de definição de sífilis congênita (p= 0,006), notificação do caso (p< 0,001) e o período de ocorrência do nascimento (p < 0,001). Quanto à prevenção da transmissão vertical do HIV, o manejo foi considerado inadequado em 30 casos de parturientes/puérperas (65,2 %) e em 14 casos de RN (30,4%). Os principais motivos identificados para a inadequação do manejo das mulheres foram: não realização da inibição farmacológica da lactação (53,3%) e falta do consentimento da mulher para realização do exame antiHIV (46,6%). Já para o manejo dos recémnascidos, destacaramse o início tardio da solução oral de Zidovudina (50,0%) e a não prescrição da Nevirapina, quando havia indicação para tal (28,6%). Conclusão: Tais resultados indicam o não seguimento pelos profissionais da assistência hospitalar de todas as recomendações do Ministério da Saúde e demostram a necessidade de investimentos, principalmente na capacitação e sensibilização dos profissionais de saúde envolvidos na assistência.
Objetivo: Descrever e avaliar as ações direcionadas a prevenção da transmissão vertical do HIV e da morbimortalidade da sífilis congênita. Método: Estudo de coorte retrospectivo, realizado nas maternidades de dois hospitais da cidade de Montes Claros, MG. A população foi composta pelo universo de mulheres com diagnóstico de sífilis e infecção pelo HIV na gestação, parto ou puerpério, atendidas para a resolução do parto nas referidas maternidades, nos anos de 2014 a 2017 e pelos seus respectivos recémnascidos. As variáveis de interesse foram coletadas principalmente dos prontuários clínicos e digitadas em banco criado no programa Epidata versão 3.0 e, posteriormente transferido para o programa SPSS versão 20.0, onde foi realizada análise descritiva, (dados referentes aos casos de HIV) e descritiva e inferencial (dados referentes aos casos de sífilis). Resultados: Foram incluídas no estudo 250 parturientes/puérperas com diagnóstico de sífilis e 46, com diagnóstico de HIV, além de 233 nascidosvivos expostos à sífilis e 46, expostos à infecção pelo HIV. O coeficiente de detecção de HIV e sífilis em gestantes encontrado no período foi de 1,9 casos/1000 e 10,4/1000 nascidos vivos, respectivamente. Já a taxa de incidência de sífilis congênita foi de 11,9/1000 nascidos vivos. A avaliação da assistência hospitalar prestada pelas duas maternidades investigadas permitiu verificar que o manejo da sífilis foi inadequado em 54,0% dos casos em parturientes/puérperas e 74,2% em recémnascidos, sendo, a falta de encaminhamento para término de tratamento e ou controle de cura a nível ambulatorial (65,2%), para a mulher, e a não notificação do caso, para o recémnascido, os principais motivos para inadequação do manejo. Apresentaram associação significativa com o manejo materno as variáveis: caso de sífilis notificado na gestação (p=0,033); desfecho da gestação (p=0,036), titulação do VDRL da parturiente/puérpera (p< 0,001), número de abortos anteriores (p=0,006), tratamento do parceiro prescrito na maternidade (p <0,001) e período de ocorrência do parto (p< 0,001). Para o manejo do RN, as seguintes variáveis independentes se associaram ao desfecho: realização de RX de ossos longos (p= 0,001), Critério de definição de sífilis congênita (p= 0,006), notificação do caso (p< 0,001) e o período de ocorrência do nascimento (p < 0,001). Quanto à prevenção da transmissão vertical do HIV, o manejo foi considerado inadequado em 30 casos de parturientes/puérperas (65,2 %) e em 14 casos de RN (30,4%). Os principais motivos identificados para a inadequação do manejo das mulheres foram: não realização da inibição farmacológica da lactação (53,3%) e falta do consentimento da mulher para realização do exame antiHIV (46,6%). Já para o manejo dos recémnascidos, destacaramse o início tardio da solução oral de Zidovudina (50,0%) e a não prescrição da Nevirapina, quando havia indicação para tal (28,6%). Conclusão: Tais resultados indicam o não seguimento pelos profissionais da assistência hospitalar de todas as recomendações do Ministério da Saúde e demostram a necessidade de investimentos, principalmente na capacitação e sensibilização dos profissionais de saúde envolvidos na assistência.