Uso de álcool entre adolescentes em vulnerabilidade social: subsídios para programas preventivos.
Data
2018-03-29
Autores
Santos, Elaine Lucas dos 
Orientadores
Noto, Ana Regina
Tipo
Tese de doutorado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
The use of alcohol in adolescence is a problem that stands out as a priority in public health, leading to the creation of preventive initiatives around the world. There is a lack of interventions based on scientific evidence developed for the Brazilian context. In order to develop future preventive interventions for adolescents in social vulnerability, the objective of this study was to investigate the perspectives of adolescents, mothers, educators and experts in substances studies about their beliefs and expectations related to adolescents' use of alcohol. Methods: This is a qualitative study that used focus group technique and individual interviews. Participated a total of 153 adolescents and 33 educators from Youth Centers and Public Schools of the São Paulo city, 8 mothers and 8 specialists in substance use. Data were recorded, transcribed, submitted to the analysis of contents and reports were based on COREQ guidelines (COnsolidated criteria for REporting Qualitative research). Results and discussion: Adolescents reported several risk behaviors, alcohol use, with emphasis on issues related to gender and violence, which are enhanced by contextual factors involving the Pancadões, the main scenarios of alcohol use by adolescents in the outskirts of São Paulo. With regard to the ways of dealing with the issues related to the use of alcoholic beverages in adolescence, differences in prevention-related expectations were observed. Among parents and educators, expectations of frightening and controlling the behavior of adolescents predominate, they refer to the expectation of critical disclosure and responsible autonomy. The adolescents' perception has been more aligned with specialists’ view and the scientific literature. Final considerations: The results demonstrate divergences of expectations that may represent obstacles to our processes to prevent risks related to alcohol consumption. These data highlight the need for the development of interventions that contemplate and reduce differences in the conceptions of adolescents and, parents and educators.
O uso do álcool na adolescência é um problema que se destaca como prioridade em saúde pública, levando à criação de iniciativas preventivas em todo o mundo. Existe uma carência de intervenções baseadas em evidências científicas desenvolvidas para o contexto brasileiro. A fim de levantar subsídios para o desenvolvimento de futuras intervenções preventivas para adolescentes em vulnerabilidade social, o objetivo deste trabalho foi investigar as crenças e expectativas relacionadas ao uso de álcool na adolescência nas perspectivas de adolescentes, mães, educadores e especialistas na área de substâncias. Métodos: Trata-se de um estudo qualitativo que utilizou a técnica de grupos focais (GF) e entrevistas individuais. Participaram 153 adolescentes e 33 educadores de Centros da Juventude (CJ) e Escolas Públicas da cidade de São Paulo, 8 mães e 8 especialistas na área de uso de substâncias. Os dados foram gravados, transcritos, submetidos à análise de conteúdo e reportados com base nas diretrizes do COREQ (COnsolidated criteria for REporting Qualitative research). Resultados e discussão: Os adolescentes relataram diversos comportamentos de risco associados ao uso de álcool, com destaque para questões relacionadas ao gênero e violência, que são potencializadas por fatores contextuais que envolvem os Pancadões, principais cenários de uso de álcool por adolescentes na periferia de São Paulo. Com relação às formas de lidar com as questões ligadas ao uso de bebidas alcoólicas na adolescência, foram observadas diferenças de expectativas relacionadas à prevenção. Enquanto entre pais e educadores predominam expectativas de amedrontar e controlar o comportamento dos adolescentes, estes referem expectativa de desenvolver crítica e autonomia responsável. A percepção dos adolescentes se mostrou mais alinhada com a visão dos especialistas e da literatura científica. Considerações finais: Os resultados demonstram divergências de expectativas que podem estar representando obstáculos nos processos de prevenção aos riscos relacionados ao consumo de álcool. Tais dados evidenciam a necessidade de desenvolvimento de intervenções que contemplem e diminuam as diferenças nas concepções de adolescentes e, pais e educadores.
O uso do álcool na adolescência é um problema que se destaca como prioridade em saúde pública, levando à criação de iniciativas preventivas em todo o mundo. Existe uma carência de intervenções baseadas em evidências científicas desenvolvidas para o contexto brasileiro. A fim de levantar subsídios para o desenvolvimento de futuras intervenções preventivas para adolescentes em vulnerabilidade social, o objetivo deste trabalho foi investigar as crenças e expectativas relacionadas ao uso de álcool na adolescência nas perspectivas de adolescentes, mães, educadores e especialistas na área de substâncias. Métodos: Trata-se de um estudo qualitativo que utilizou a técnica de grupos focais (GF) e entrevistas individuais. Participaram 153 adolescentes e 33 educadores de Centros da Juventude (CJ) e Escolas Públicas da cidade de São Paulo, 8 mães e 8 especialistas na área de uso de substâncias. Os dados foram gravados, transcritos, submetidos à análise de conteúdo e reportados com base nas diretrizes do COREQ (COnsolidated criteria for REporting Qualitative research). Resultados e discussão: Os adolescentes relataram diversos comportamentos de risco associados ao uso de álcool, com destaque para questões relacionadas ao gênero e violência, que são potencializadas por fatores contextuais que envolvem os Pancadões, principais cenários de uso de álcool por adolescentes na periferia de São Paulo. Com relação às formas de lidar com as questões ligadas ao uso de bebidas alcoólicas na adolescência, foram observadas diferenças de expectativas relacionadas à prevenção. Enquanto entre pais e educadores predominam expectativas de amedrontar e controlar o comportamento dos adolescentes, estes referem expectativa de desenvolver crítica e autonomia responsável. A percepção dos adolescentes se mostrou mais alinhada com a visão dos especialistas e da literatura científica. Considerações finais: Os resultados demonstram divergências de expectativas que podem estar representando obstáculos nos processos de prevenção aos riscos relacionados ao consumo de álcool. Tais dados evidenciam a necessidade de desenvolvimento de intervenções que contemplem e diminuam as diferenças nas concepções de adolescentes e, pais e educadores.
Descrição
Citação
SANTOS, Elaine Lucas dos. Uso de álcool entre adolescentes em vulnerabilidade social: subsídios para programas preventivos. São Paulo, 2018. 114 f. Tese (Doutorado em Psicobiologia) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2018.