Efeitos da sonolência excessiva diurna ou da insônia associadas á apneia obstrutiva do sono no risco cardiovascular: um estudo longitudinal prospectivo de base populacional.

Data
2018-03-29
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Introdução: Diversas são as apresentações clínicas da apneia obstrutiva do sono (AOS), as quais possuem associações distintas com comorbidades. Sonolência excessiva diurna (SED) e insônia são sintomas comuns da AOS. Uma susceptibilidade distinta à mortalidade e a doenças cardiovasculares entre pacientes com AOS sintomática e assintomática ainda é incerta. Objetivos: Investigar os efeitos das apresentações clínicas da AOS com sintomas de SED e insônia na mortalidade, incidência de doenças cardiovasculares e níveis de marcadores metabólicos e inflamatórios. Avaliamos também os possíveis fatores sociodemográficos associados aos efeitos da AOS nos desfechos cardiovasculares. Métodos: Nós conduzidos uma análise prospectiva em uma amostra de base populacional de 1.061 participantes provenientes do Estudo Epidemiológico do Sono (EPISONO) com um tempo médio de seguimento de 8 anos. AOS foi definida como um índice de apneia-hipopneia >5, SED por escores >10 na Escala de Sonolência de Epworth e a insônia pelo auto-relato de 1 ou mais queixas de dificuldade de iniciar o sono (DIS), dificuldade de manter o sono (DMS) ou despertar precoce (DP) por pelo menos 3 vezes/semana. Desfechos primários consistiram na mortalidade por todas as causas e por doenças cardiovasculares. Desfechos secundários incluíram a incidência de eventos cardiovasculares não-fatais e combinados, além dos níveis de marcadores metabólicos e inflamatórios. Resultados: Nos modelos ajustados, AOS foi um fator preditor de riscos 3,02 e 5,85 vezes maiores de eventos cardiovasculares combinados independentemente da SED e insônia, respectivamente. O risco cardiovascular aumentado na AOS foi ainda mais proeminente somente em mulheres (OR: 6,19; IC95%: 1,52-25,28; P=0,01). A insônia foi também um fator de risco de eventos cardiovasculares não-fatais (OR: 5,52; IC95%: 1,12-27,12; P=0,04) e combinados (OR: 6,74; IC95%: 1,39-32,63; P=0,02), com o subtipo da DMS apresentando as únicas associações positivas. A mortalidade e os níveis de marcadores metabólicos e inflamatórios não diferiram entre as apresentações clínicas da AOS. Conclusões: Nossos achados de um seguimento de 8 anos indicaram que a AOS assintomática para SED e insônia é uma apresentação de maior risco de desfechos cardiovasculares. Um risco cardiovascular aumentado foi também observado em pacientes com insônia, especificamente o subtipo de DMS, e em mulheres com AOS.
Background: Obstructive sleep apnea (OSA) has several clinical presentations with a different set of associated comorbidities. Excessive daytime sleepiness (EDS) and insomnia are common symptoms of OSA. A distinguished susceptibility to mortality and cardiovascular diseases between symptomatic and asymptomatic OSA patients is still uncertain. Objectives: To investigate the effects of the clinical presentations of OSA with symptoms of EDS and insomnia on mortality, incidence of cardiovascular diseases, and levels of metabolic and inflammatory markers. We also evaluated the possible sociodemographic factors associated with the effects of OSA on cardiovascular endpoints. Methods: We conducted a prospective analysis in a population-based sample of 1,061 participants from Epidemiologic Sleep Study (EPISONO) with a mean follow-up time of 8 years. OSA was defined as apnea-hypopnea index >5, EDS as scores >10 in Epworth Sleepiness Scale, and insomnia by the self-report of 1 or more complaints of difficulty initiating sleep (DIS), difficulty maintaining sleep (DMS) or early morning awakening (EMA) at least 3 times/week. Primary endpoints consisted in all-cause and cardiovascular mortalities. Secondary endpoints included the incidence of non-fatal and combined cardiovascular events, as well as the levels of metabolic and inflammatory markers. Results: In full-adjusted models, OSA was a predictive factor of 3.02-fold and 5.85-fold greater risks of combined cardiovascular events independently of EDS and insomnia, respectively. This increased cardiovascular risk in OSA was even more prominent only in women (OR: 6.19; 95%CI: 1.52-25.28; P=0.01). Insomnia was also a risk factor of non-fatal (OR: 5.52; 95%CI: 1.12-27.12; P=0.04) and combined cardiovascular outcomes (OR: 6.74; 95%CI: 1.39-32.63; P=0.02), with DMS subtype showing the only positive associations. Mortality and the levels of metabolic and inflammatory markers did not differ among the OSA presentations. Conclusions: Our findings from an 8-year follow-up indicated that an asymptomatic OSA for EDS and insomnia is a high-risk clinical presentation for cardiovascular outcomes. An increased cardiovascular risk was also observed in patients with insomnia, specifically the DMS subtype, and in women with OSA.
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Citação
KIM, Lenise Jihe. Efeitos da sonolência excessiva diurna ou da insônia associadas à apneia obstrutiva do sono no risco cardiovascular: um estudo longitudinal prospectivo de base populacional. 2018. Tese (Doutorado em Psicobiologia) - Escola Paulista de Medicina. Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2018
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