Comunicação de más notícias no centro de terapia intensiva: inquérito com médicos de hospitais de grande porte na cidade de são paulo
Data
2018-09-14
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Caring for seriously ill patients and talking to family members about difficult situations
and decisions is routine practice for physicians at Intensive Care Units (ICUs).
Communicating bad news in this context is considered one of the most difficult tasks
for physicians who may not have had sufficient training to develop such skills.
Objective: The objective of this study was to evaluate the perception of ICU
physicians about the process of communicating bad news for patients and their
families, identifying the degree of selfreported
comfort and confidence and what
factors may facilitate or hinder such process. Methods: A survey was conducted
through a selfadministered
questionnaire with ICU physicians and residents of three
tertiary hospitals in the city of São Paulo: Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital
São Paulo UNIFESP
and Hospital Municipal Vila Santa Catarina (SBIAE). Results:
The 103 ICU physicians who participated (response rate 72.5%) reported that they
did not have training or courses to develop communication skills, although they affirm
that it is a frequent practice. Conclusions: Facilitators of the process of
communication of bad news were: emotional support from the family, patient and
family trusting the doctor and patient’s wishes to participate in the decisions.
Hindering factors identified were:: discussions on poor prognosis, lack of
communication skills (considering that they had little training on the subject), lack of
family members (or presence of numerous members) during hospitalization, , fears of
the doctors themselves, the possible emotional reactions consequent to the
communication, and conflicting and divergent information being communicated by
several doctors at the same admission. Doctors also reported that discussing
withdrawal from lifesustaining
treatment is more difficult than talking about initiating
them. Another point mentioned by the intensivists was to feel more comfortable when
treatment decisions happen together with patient, family, and doctor, which shows a
possible change in the paternalistic positioning learned in their formation to that of a
shared decision making setup. In addition, they believe that Palliative Care at the
Intensive Care Unit has an impact on their future as a physician.
Cuidar de pacientes graves e conversar com familiares sobre situações e decisões difíceis é uma prática rotineira dos médicos em Centros de Terapia Intensiva (CTI). A comunicação de más notícias, neste contexto, é considerada uma das tarefas mais difíceis para os médicos, que podem não ter tido formação adequada ou treinamento suficiente para desenvolver tal habilidade. Objetivo: Neste sentido, este estudo teve por objetivo avaliar a percepção dos médicos intensivistas sobre o processo de comunicação de más notícias para pacientes e familiares no Centro de Terapia Intensiva, identificando o grau de conforto e segurança auto referido e quais possíveis fatores podem facilitar ou dificultar tal processo. Métodos: Foi realizado um inquérito através de um questionário autoaplicável com médicos intensivistas e residentes em terapia intensiva de três hospitais de grande porte na cidade de São Paulo: Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital São Paulo – UNIFESP e Hospital Municipal Vila Santa Catarina (SBIAE). Resultados: Como resultado encontrado, os 103 médicos intensivistas que participaram (taxa de resposta 72,5%) referem que não tiveram em sua formação treinamentos ou cursos para desenvolver habilidades de comunicação, embora afirmem que seja uma prática frequente. Conclusões: Foram identificados como fatores facilitadores do processo de Comunicação de Más Notícias, o paciente possuir suporte emocional da família, paciente e familiares possuírem um vínculo de confiança com o médico e o paciente desejar participar das decisões sobre seu próprio tratamento. Além disso, os fatores complicadores e que dificultam o processo de comunicação foram: informar sobre mau prognóstico, falta de habilidade na comunicação (considerando que tiveram pouco treinamento sobre o tema), falta de familiares durante a internação ou, de presença de numerosos membros da família, persistência de medos e receios dos próprios médicos, as possíveis reações emocionais consequentes à comunicação, informações conflitantes e divergentes sendo comunicadas por vários médicos. Os médicos também relataram que discutir retirada de tratamento de suporte à vida é mais difícil do que conversar sobre iniciálos. Outro ponto referido pelos intensivistas foi sentir mais confortáveis quando as decisões sobre tratamento acontecem em conjunto entre paciente, família e médico, o que mostra uma possível mudança no posicionamento paternalista aprendido em sua formação para o de decisão compartilhada. Além disso, acreditam que Cuidados Paliativos no Centro de Terapia Intensiva tem impacto em seu futuro como médico.
Cuidar de pacientes graves e conversar com familiares sobre situações e decisões difíceis é uma prática rotineira dos médicos em Centros de Terapia Intensiva (CTI). A comunicação de más notícias, neste contexto, é considerada uma das tarefas mais difíceis para os médicos, que podem não ter tido formação adequada ou treinamento suficiente para desenvolver tal habilidade. Objetivo: Neste sentido, este estudo teve por objetivo avaliar a percepção dos médicos intensivistas sobre o processo de comunicação de más notícias para pacientes e familiares no Centro de Terapia Intensiva, identificando o grau de conforto e segurança auto referido e quais possíveis fatores podem facilitar ou dificultar tal processo. Métodos: Foi realizado um inquérito através de um questionário autoaplicável com médicos intensivistas e residentes em terapia intensiva de três hospitais de grande porte na cidade de São Paulo: Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital São Paulo – UNIFESP e Hospital Municipal Vila Santa Catarina (SBIAE). Resultados: Como resultado encontrado, os 103 médicos intensivistas que participaram (taxa de resposta 72,5%) referem que não tiveram em sua formação treinamentos ou cursos para desenvolver habilidades de comunicação, embora afirmem que seja uma prática frequente. Conclusões: Foram identificados como fatores facilitadores do processo de Comunicação de Más Notícias, o paciente possuir suporte emocional da família, paciente e familiares possuírem um vínculo de confiança com o médico e o paciente desejar participar das decisões sobre seu próprio tratamento. Além disso, os fatores complicadores e que dificultam o processo de comunicação foram: informar sobre mau prognóstico, falta de habilidade na comunicação (considerando que tiveram pouco treinamento sobre o tema), falta de familiares durante a internação ou, de presença de numerosos membros da família, persistência de medos e receios dos próprios médicos, as possíveis reações emocionais consequentes à comunicação, informações conflitantes e divergentes sendo comunicadas por vários médicos. Os médicos também relataram que discutir retirada de tratamento de suporte à vida é mais difícil do que conversar sobre iniciálos. Outro ponto referido pelos intensivistas foi sentir mais confortáveis quando as decisões sobre tratamento acontecem em conjunto entre paciente, família e médico, o que mostra uma possível mudança no posicionamento paternalista aprendido em sua formação para o de decisão compartilhada. Além disso, acreditam que Cuidados Paliativos no Centro de Terapia Intensiva tem impacto em seu futuro como médico.