PPG - Psiquiatria e Psicologia Médica

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    Acesso aberto (Open Access)
    A influência do estilo de apego na clínica e no tratamento de mulheres com Transtorno de Estresse Pós Traumático após violência sexual
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-05-03) Maciel, Mariana Rangel [UNIFESP]; Mello, Andrea de Abreu Feijó de [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/5024373026936383; http://lattes.cnpq.br/4304514986088514
    Introdução: Estilos inseguros de apego estão estabelecidos como fator de risco para desenvolvimento de Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) e como preditores de evolução e resposta ao tratamento do quadro. Estilo de apego no adulto pode mudar a depender das experiências ao longo da vida e com o próprio tratamento. Objetivos: Procuramos investigar as dimensões de apego em mulheres adultas com TEPT após violência sexual, tratadas por 14 semanas com psicoterapia interpessoal ou medicação sertralina. Investigamos se houve mudança nas dimensões de ansiedade e evitação do apego ao longo do tempo; avaliamos se estas mudanças nas dimensões de apego foram mediadoras da resposta ao tratamento; e verificamos se a resposta ao tratamento esteve associada com as dimensões de ansiedade e evitação de apego. Métodos: Um grupo de 74 mulheres foi acompanhado por 14 semanas. Foram aplicadas a Escala de TEPT Administrada pelo Clínico-5 (CAPS-5) e a Escala Revisada de Apego no Adulto (RAAS) no início do estudo, na semana 8 e na semana 14 de tratamento. Realizamos um modelo paralelo de mediação para explorar se havia papel mediador de mudança no apego na redução dos sintomas do TEPT causada pelos dois tratamentos realizados, ou seja, efeito indireto via dimensões de evitação e ansiedade. Modelo linear múltiplo foi desenvolvido para explicar os valores das dimensões de apego no início do estudo. Dois modelos lineares mistos foram estruturados para verificar como cada uma das duas dimensões de apego variou ao longo do tempo de seguimento (desfecho RAAS), e como os sintomas de TEPT variaram ao longo das 14 semanas de acompanhamento em função das dimensões de apego e de outras variáveis relevantes (desfecho CAPS-5). Resultados: O modelo de mediação não evidenciou efeito indireto das intervenções nos sintomas de TEPT via dimensões de apego. Observamos no início do estudo relação de maior ansiedade do apego com experiências adversas na infância e adolescência; nenhuma variável relacionou-se com a dimensão evitação. A dimensão ansiedade do apego não mudou ao longo do tratamento. Já a dimensão evitação do apego apresentou aumento ao longo das 14 semanas, maior para as pacientes com mais sintomas de TEPT, de origem étnica não-branca (negras, pardas e asiática), e mais jovens. Analisando o desfecho dos sintomas de TEPT ao longo do tempo, observamos interação significativa e negativa com o tempo – redução dos sintomas de TEPT em relação ao início do estudo. A redução dos sintomas de TEPT foi quase 5 pontos maior nas mulheres negras, pardas ou asiáticas. Houve associação entre os sintomas de TEPT e apego; quanto maior o escore de ansiedade, maior o nível de sintomas de TEPT. Essa relação teve interação estatisticamente significante com tempo: valores maiores da CAPS são encontrados à medida que o escore de ansiedade do apego fica mais alto. Conclusão: As dimensões de apego apresentaram comportamento diferente do esperado, com aumento do nível de evitação ao longo do tratamento, apesar da redução dos sintomas de TEPT; este aumento foi maior nas mulheres que se mantiveram mais sintomáticas do TEPT. Maior ansiedade do apego esteve associada com pior resposta ao tratamento do TEPT.
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    Acesso aberto (Open Access)
    Uso de poppers e infecção pelo HIV: uma revisão da literatura
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-05-20) Abdalla, Kalil Bueno [UNIFESP]; Fidalgo, Thiago Marques [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/2125056709432095; http://lattes.cnpq.br/2612588762687484
    Objetivo: No início dos anos 1980, próximo à descoberta do HIV, o uso de inalantes da classe dos nitritos voláteis, principalmente poppers, era uma hipótese para ser uma das possíveis causas da síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS). Posteriormente se descobre que o uso da substância em si não era a causa, mas era um marcador associado tanto com a transmissão do vírus quanto com comportamento sexual sem uso de ferramentas de proteção adequadas. Este estudo buscou revisar a literatura disponível sobre este assunto e discutir essas possíveis associações. Métodos: Buscamos em bases de dados (Psychinfo, PubMed, SciELO e Biblioteca Virtual de Saúde da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde) todos os estudos publicados até março de 2022 que discutiam o uso de poppers e HIV. Foi usado um formulário estruturado para extrair as seguintes informações de relevância para nosso estudo: (a) autores e ano de publicação; (b) país onde o estudo foi conduzido; (c) desenho do estudo; (d) características da população; (e) número de participantes; (f) objetivos do estudo; (g) detalhes sobre os métodos; (h) resultados primários; (i) limitações. Resultados: A busca primária identificou 1956 resumos e 1915 foram excluídos após análise do título. Quarenta e um resumos foram revisados e 17 estudos foram incluídos de acordo com os critérios propostos neste estudo. A maior parte dos estudos incluídos demonstraram uma associação entre uso de poppers e transmissão do HIV. Quatro estudos associaram a transmissão do vírus com comportamento sexual sem ferramentas de proteção adequadas e cinco artigos associavam o uso de poppers com este comportamento. Conclusões: Nossos achados mostram uma associação complexa entre uso de poppers, comportamento sexual sem uso de ferramentas de proteção adequadas e infecções sexualmente transmissíveis. Além disso, discutimos que é impossível fazer inferências causais diretas entre o uso de poppers e a transmissão do HIV devido ao desenho dos estudos incluídos. Os estudos também sugerem que é fundamental considerar o uso de poppers e outras substâncias ao planejar políticas públicas para populações específicas, como a de homens que fazem sexo com homens, focando em estratégias de redução de danos, psicoeducação e orientações sobre comportamento sexual com uso adequado de ferramentas de proteção.
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    Acesso aberto (Open Access)
    Impacto dos maus-tratos infantis sofridos por mulheres sobre o perfil de expressão de microRNA no seu sangue e de seus filhos
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-06-10) Rosa, Joice Santos; Belangero, Sintia Iole Nogueira; Kuniyoshi, Vanessa Kiyomi Ota; http://lattes.cnpq.br/9370282416280620; http://lattes.cnpq.br/2623781262478620; http://lattes.cnpq.br/2307408894038965
    Introdução: Os maus-tratos na infância e/ou adolescência (do inglês child maltreatment), abrangendo abuso físico, sexual e emocional, bem como negligência física e emocional, exercem efeitos adversos na saúde não apenas dos indivíduos diretamente expostos, mas também das gerações subsequentes. Alterações epigenéticas, como mudanças no perfil de expressão dos microRNAs (miRNAs), podem estar associadas a esses eventos traumáticos. Mudanças nos níveis de miRNAs possuem o potencial de ser um dos mecanismos biológicos subjacentes que conectam a exposição aos maus-tratos infantis a desfechos patológicos ao longo da vida. Objetivo: Neste estudo, investigamos a associação entre maus-tratos infantis maternos e os níveis de expressão de miRNAs em sangue materno e perinatal. Material e Métodos: Recrutamos 43 mulheres gestantes e avaliamos a exposição aos maus-tratos infantis usando o Questionário de Trauma Infantil (QUESI). Coletamos sangue materno e sangue do cordão umbilical durante o parto, utilizando tubos PAXGene. Obtivemos os perfis de expressão de miRNA de cada tecido por meio de sequenciamento de nova geração. As leituras foram alinhadas ao miRBase (v.22) e ao genoma de referência (GRCh38) para identificar sequências candidatas a miRNAs. Normalizamos as leituras usando o software DESeq2. Testamos a associação entre maus-tratos infantis maternos e expressão de miRNAs utilizando modelos de regressão linear múltipla, controlando para possíveis confundidores. Previmos os genes-alvo para os miRNAs associados e sequências candidatas a miRNAs com o software miRwalk e targetscan, respectivamente, e analisamos o enriquecimento para vias biológicas utilizando a função “gene2func” do mapeamento funcional e anotação de estudos de associação genômica em larga escala (FUMA GWAS). Resultados: A idade média das mães foi de 28,6 anos (desvio padrão [DP] 6,7 anos), 67,4% delas foram classificadas no nível socioeconômico mais baixo (D-E) e apenas 12% iniciaram o ensino superior. Houve 21 partos por via vaginal, 20 cesáreas e 2 por fórceps. A idade gestacional média ao nascimento foi de 39,7 semanas (DP = 1,4 semanas) e 53,5% dos recém-nascidos são do sexo feminino. Encontramos a expressão de hsa-miR-582-3p em sangue de cordão umbilical negativamente associada à pontuação do QUESI (beta = -0,04, valor p = 0,00008, FDR = 0,045, R2 = 0,33). SSX5, RTL8C, AMD1 e INO80D foram os principais genes-alvo desse miRNA. As vias enriquecidas pelos genes-alvo de hsa-miR-582-3p incluíram diferenciação e desenvolvimento celular, desenvolvimento embrionário, e enriquecimento para genes associados com nascimento prematuro espontâneo precoce em estudos de associação em larga escala. Também, identificamos 84 sequências candidatas a miRNAs, mas nenhuma associada a maus-tratos. Fornecemos resultados de enriquecimento de vias biológicas para auxiliar a identificar as prováveis funções dos candidatos a miRNAs. Discussão: Embora os miRNAs sejam reguladores finos e transitórios da expressão gênica, estudos anteriores demonstraram efeitos fisiológicos duradouros do maus-tratos infantis nos níveis de expressão de miRNAs. Neste estudo, identificamos alterações em hsa-miR-582-3p no sangue do cordão umbilical e investigamos suas possíveis implicações biológicas. Conclusão: Ao identificar a associação da expressão de hsa-miR-582-3p com maus-tratos infantis maternos no sangue do cordão umbilical, fornecemos suporte para a influência de mecanismos moleculares no impacto intergeracional da exposição materna a maus-tratos infantis, na próxima geração.
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    Acesso aberto (Open Access)
    Sintomas de Burnout estão associados a problemas de saúde mental em professores
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-05-10) Espolaor, Rosângela Patrícia de Freitas [UNIFESP]; Caetano, Sheila Cavalcante [UNIFESP]; lattes.cnpq.br/4054738146503695; lattes.cnpq.br/1580603589705410
    Este estudo teve como objetivo examinar a relação entre o Burnout e os sintomas de Depressão e Ansiedade em 85 professores do ensino fundamental I nas cidades de Fortaleza e Eusébio, Ceará, nordeste do Brasil. Foram usadas medidas pré-teste coletadas na avaliação basal do ensaio controlado randomizado para avaliar a efetividade do Programa Escolar Elos 2.0 para prevenção de álcool e outras drogas. Para este estudo, os participantes completaram três instrumentos de avaliação: um Questionário Sociodemográfico, Questionários de Avaliação da Síndrome de Burnout e o Questionário de Autorrelato (SRQ). Os resultados mostraram que aproximadamente 9% dos professores apresentaram sintomas de ansiedade e depressão. O Burnout mostrou uma associação significativa com os sintomas de transtornos mentais, explicando 29% da variação observada. Nosso estudo demonstrou a forte associação entre Burnout e sintomas de Depressão e Ansiedade em professores do ensino fundamental I. Isso ressalta a importância de abordar o Burnout como um fator significativo que contribui para os problemas de saúde mental nesta população. Esforços para mitigar os sintomas de Burnout podem potencialmente aliviar o fardo das doenças mentais entre os professores.
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    Acesso aberto (Open Access)
    Expressão gênica cerebral predita a partir de eQTLS e a psicopatologia em crianças e adolescentes
    (Universidade Federal de São Paulo, 2022-04-11) Oliveira, Adrielle Martins de [UNIFESP]; Belangero, Sintia Iole Nogueira [UNIFESP]; Pan Neto, Pedro Mario [UNIFESP]; Santoro, Marcos Leite [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/6614914024992106; http://lattes.cnpq.br/8899941647240638; http://lattes.cnpq.br/2623781262478620; http://lattes.cnpq.br/2307330392068932
    Introdução: A amígdala é central para o processamento emocional e as diferenças individuais em sua função têm sido ligadas aos sintomas de angústia e medo em crianças e adolescentes. O córtex pré-frontal (CPF) dorso lateral exerce um papel fundamental na resposta cognitiva e executiva e está associado a diversos transtornos de externalização. Objetivos: O objetivo central desse estudo foi examinar se a expressão gênica predita na amígdala e no CPF inferida a partir de genótipos é capaz de prever os sintomas de internalização (angústia e medo) e de externalização em crianças e adolescentes. Métodos: Um total de 1778 crianças e adolescentes da coorte Brasileira de alto risco para transtornos mentais participaram no estudo. O software PrediXcan e o banco de dados GTEx foram utilizados para predizer a expressão gênica na amígdala (GTEx); enquanto que o banco de dados BrainSeq foi utilizado para predizer a expressão gênica no CPF dorsolateral com base nos genótipos da coorte. Selecionamos 8 genes (4 para análises com sintomas de internalização e 4 para externalização) baseados nos parâmetros de variância explicada (R2) e valores de p do PrediXcan para conduzir modelos de regressão simples e múltiplas. Resultados: Encontramos um efeito dos genes BTD (Beta: -0,071, valor de p ajustado: 0,008), HDAC10 (Beta: 0,071, valor de p ajustado: 0,008), e NKX2-8 (Beta: 0,075, valor de p ajustado: 0,004) sobre os sintomas de angústia e dos genes HDAC10 (Beta: 0,064, valor de p ajustado: 0,02), e NKX2-8 (Beta: 0,061, valor de p ajustado: 0,04) sobre os sintomas de medo. Os resultados permaneceram significativos após a aplicação de uma regressão linear múltipla agregando todos os genes como preditores de angústia (R2: 0,036, valor de p: <0,001) e medo (R2: 0,018, valor de p: <0,0001). Também foi observado um efeito dos genes PRRX1 (Beta: -0,064, valor de p ajustado: 0,004), ITGA8 (Beta: -0,084, valor de p ajustado: 0,004), SUPT16H (Beta: 0,080, valor de p ajustado: 0,004) e SLC18A2 (Beta: 0,068, valor de p ajustado: 0,012) nos sintomas de externalização e a regressão linear múltipla também se manteve significante (R2: 0,034, valor de p: <0,001). Conclusões: Os nossos resultados mostram que a expressão destes genes pode estar relacionada à base da fisiopatologia dos sintomas de internalização e externalização em crianças e adolescentes.