Efetividade do exercício resistido no índice de atividade motora diária e na capacidade funcional em mulheres com síndrome de Sjögren primária: ensaio clínico randomizado
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Data
2018-07-26
Autores
Minali, Paulo Alexandre [UNIFESP]
Orientadores
Trevisani, Virginia Fernandes Moca [UNIFESP]
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Introduction: Primary Sjögren syndrome (pSS) is an autoimmune inflammatory
systemic disease that affects exocrine glands and less frequently internal organs.
Inflammation can affect any system, including the musculoskeletal system, resulting in
reduction in physical functions with consequent decrease in muscle strength, aerobic
capacity, joint mobility, and static balance. In addition, psychosocial impairment with
potential worsening of quality of life and functional capacity (FC) is described. Finally,
patients with pSS also present a high level of fatigue, which is a distinct physiological
characteristic of this disease. Objective: Analyze the effectiveness of resistance
exercise on daily motor behavior and functional capacity in women with pSS.
Methods: Fifty nine patients were randomized; of which 51 completed the study (26
assigned to the exercise group - EXG and 25 to the control group - CG). The EXG
participated in a 16 week supervised exercise program, including 2 sessions per week
and 3 sets of 10 maximal repetitions per exercise. Both before and at the end of the
intervention protocol four variables were evaluated: the daily motor activity index
(DMAI) was analyzed by an actigraphy, which records body movements; the FC
(Fullerton Functional Fitness Test - consists of a sequence of 6 tests that mimic the
neuromotor and cardiorespiratory needs involved in the activities of daily life: upper
limb (MMSS) and lower limb strength (MMII), flexibility of MMSS and MMII, aerobic
capacity and motor agility, and the DASH questionnaire - estimated FC from MMSS);
the disease activity (ESSDAI questionnaire); and quality of life (SF-36 questionnaire).
Results: After the intervention period in the GEX group, all FC parameters showed
improvement over basal and final times, except the MMSS flexibility test (p=0.896):
MMSS strength (p<0.001), MMII strength (p<0.001), MMII flexibility (p=0.001), aerobic
capacity (p<0.001), agility (p=0.002), and the DASH (p<0.001). A similar situation
occurred with the SF-36 where all domains improved, except for the emotional aspect
(p=0.710): functional capacity (p<0.001), limitation by physical aspects (p=0.005), pain
(p<0.001), general condition (p=0.006), vitality (p<0.001), social aspects (p=0.001),
and mental health (p<0.001). There was no change in the DMAI (p=0.2) or ESSDAI
(p=0.284). However, from the perspective of the movement of patients among the
categories or classification levels of the ESSDAI, the GEX showed improvement while
the CTRL worsened.
Conclusion: Fourteen (82,3%) of the 17 variables evaluated showed improvement
after the intervention. The four-month supervised resistance exercise program with two
weekly sessions did not worsen the DMAI or disease activity, suggesting a protective
effect of the intervention, and was effective in improving functional capacity and quality
of life in women with pSS.
Introdução: Síndrome de Sjögren primária (SSp) é uma doença sistêmica imunomediada inflamatória que acomete as glândulas exócrinas e menos frequentemente os órgãos internos. O processo inflamatório pode afetar qualquer sistema, entre eles o musculoesquelético e o cardiorrespiratório, sendo capaz de promover declínio das funções físicas com consequente diminuição da força muscular, capacidade aeróbia, mobilidade articular e equilíbrio estático. Além disso é descrito prejuízo psicossocial com potencial piora da qualidade de vida e capacidade funcional (CF). Por fim, os pacientes com SSp também apresentam como característica fisiológica marcante um elevado nível de fadiga. Objetivo: Analisar a efetividade do exercício resistido no comportamento motor diário e na capacidade funcional em mulheres com SSp. Método: Foram randomizadas 59 pacientes, dos quais 51 completaram o estudo (26 alocadas no grupo exercício – GEX e 25 no grupo controle – CTRL). O grupo GEX foi submetido a um programa de exercício resistido supervisionado durante 16 semanas, 2 sessões por semana e 3 séries de 10 repetições máximas (RM) por exercício. Antes e ao final do protocolo de intervenção foram avaliados o índice de atividade motora diária (IAMD) através de um actígrafo, equipamento que registra os movimentos corporais; a capacidade funcional pelo protocolo Fullerton Functional Fitness Test – que consiste em uma sequência de 6 testes que mimetizam as necessidades neuromotoras e cardiorrespiratórias envolvidas nas atividades da vida diária: força de membros superiores (MMSS) e inferiores (MMII), flexibilidade de MMSS e MMII, capacidade aeróbia e agilidade/equilíbrio dinâmico, assim como pelo questionário DASH – que estima incapacidade funcional de MMSS; atividade da doença pelo questionário ESSDAI e a qualidade de vida relacionada à saúde pelo questionário SF-36. Resultados: Após o período de intervenção no grupo GEX, todos os parâmetros de CF apresentaram melhora em relação aos tempos basal e final, excetuando-se apenas o teste de flexibilidade de MMSS onde houve uma manutenção dos resultados (p=0,896): força de MMSS (p<0,001), força de MMII (p<0,001), flexibilidade de MMII (p=0,001), capacidade aeróbia (p<0,001) e agilidade/equilíbrio dinâmico (p=0,002), assim como DASH (p<0,001). Situação semelhante no SF-36, todos os domínios melhoraram, com exceção do aspecto emocional (p=0,710): capacidade funcional (p<0,001), limitação por aspectos físicos (p= 0,005), dor (p<0,001), estado geral de saúde (p=0,006), vitalidade (p<0,001), aspectos sociais (p=0,001) e saúde mental (p<0,001). Não houve alteração no IAMD (p=0,2) e no ESSDAI (p=0,284). Entretanto sob a óptica da movimentação das pacientes entre as categorias ou níveis de classificação do ESSDAI, o GEX exibiu melhora enquanto que o CTRL piora. Conclusão: Quatorze (82,3%) de 17 variáveis estudadas exibiram melhora após a intervenção. O programa de exercício resistido supervisionado de 4 meses com duas sessões semanais não piorou o IAMD e a atividade da doença, sugerindo um efeito protetor da intervenção, e foi efetivo na melhora da capacidade funcional e da qualidade de vida em mulheres com SSp.
Introdução: Síndrome de Sjögren primária (SSp) é uma doença sistêmica imunomediada inflamatória que acomete as glândulas exócrinas e menos frequentemente os órgãos internos. O processo inflamatório pode afetar qualquer sistema, entre eles o musculoesquelético e o cardiorrespiratório, sendo capaz de promover declínio das funções físicas com consequente diminuição da força muscular, capacidade aeróbia, mobilidade articular e equilíbrio estático. Além disso é descrito prejuízo psicossocial com potencial piora da qualidade de vida e capacidade funcional (CF). Por fim, os pacientes com SSp também apresentam como característica fisiológica marcante um elevado nível de fadiga. Objetivo: Analisar a efetividade do exercício resistido no comportamento motor diário e na capacidade funcional em mulheres com SSp. Método: Foram randomizadas 59 pacientes, dos quais 51 completaram o estudo (26 alocadas no grupo exercício – GEX e 25 no grupo controle – CTRL). O grupo GEX foi submetido a um programa de exercício resistido supervisionado durante 16 semanas, 2 sessões por semana e 3 séries de 10 repetições máximas (RM) por exercício. Antes e ao final do protocolo de intervenção foram avaliados o índice de atividade motora diária (IAMD) através de um actígrafo, equipamento que registra os movimentos corporais; a capacidade funcional pelo protocolo Fullerton Functional Fitness Test – que consiste em uma sequência de 6 testes que mimetizam as necessidades neuromotoras e cardiorrespiratórias envolvidas nas atividades da vida diária: força de membros superiores (MMSS) e inferiores (MMII), flexibilidade de MMSS e MMII, capacidade aeróbia e agilidade/equilíbrio dinâmico, assim como pelo questionário DASH – que estima incapacidade funcional de MMSS; atividade da doença pelo questionário ESSDAI e a qualidade de vida relacionada à saúde pelo questionário SF-36. Resultados: Após o período de intervenção no grupo GEX, todos os parâmetros de CF apresentaram melhora em relação aos tempos basal e final, excetuando-se apenas o teste de flexibilidade de MMSS onde houve uma manutenção dos resultados (p=0,896): força de MMSS (p<0,001), força de MMII (p<0,001), flexibilidade de MMII (p=0,001), capacidade aeróbia (p<0,001) e agilidade/equilíbrio dinâmico (p=0,002), assim como DASH (p<0,001). Situação semelhante no SF-36, todos os domínios melhoraram, com exceção do aspecto emocional (p=0,710): capacidade funcional (p<0,001), limitação por aspectos físicos (p= 0,005), dor (p<0,001), estado geral de saúde (p=0,006), vitalidade (p<0,001), aspectos sociais (p=0,001) e saúde mental (p<0,001). Não houve alteração no IAMD (p=0,2) e no ESSDAI (p=0,284). Entretanto sob a óptica da movimentação das pacientes entre as categorias ou níveis de classificação do ESSDAI, o GEX exibiu melhora enquanto que o CTRL piora. Conclusão: Quatorze (82,3%) de 17 variáveis estudadas exibiram melhora após a intervenção. O programa de exercício resistido supervisionado de 4 meses com duas sessões semanais não piorou o IAMD e a atividade da doença, sugerindo um efeito protetor da intervenção, e foi efetivo na melhora da capacidade funcional e da qualidade de vida em mulheres com SSp.