Papel dos probióticos nos sintomas gastrintestinais e no sistema imunológico em pacientes com esclerose sistêmica: um ensaio clínico randomizado, duplo-cego e placebo controlado

Nenhuma Miniatura disponível
Data
2018-11-14
Autores
Marighela, Thais Fernandes [UNIFESP]
Orientadores
Silva, Cristiane Kayser Veiga da [UNIFESP]
Tipo
Tese de doutorado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Introduction: Systemic sclerosis (SSc) is a rheumatic autoimmune disease that particularly affects the gastrointestinal tract (GIT), lung, heart and kidneys. Changes in the balance of Th1/Th2 T cells and between T cell regulatory (Treg) and Th17 levels, as well as changes in the intestinal microbiota may stimulate the inflammatory response and also may lead to damage to the intestinal epithelium. Oral use of probiotics, either to modulate the microbiome or the immune response, may be an attractive option especially in autoimmune diseases. Objectives: To evaluate the efficacy of probiotics on the symptoms of GIT and immune response by evaluating Treg cell levels and Th1, Th2 and Th17 helper T cell levels in SSc patients. Patients and methods: This was a randomized, placebocontrolled, doubleblind clinical trial with 73 patients with SSc randomized to receive a daily dose of probiotics or placebo for 8 weeks. The primary endpoint was changes in GIT symptoms between the baseline and week 8. Clinical evaluation, the University of California at Los Angeles Scleroderma Clinical Trial Consortium Gastrointestinal Tract 2.0 (UCLA SCTC GIT 2.0) questionnaire, the Health Assessment Questionnaire Disability Index (HAQDI), the scleroderma health assessment questionnaire (SHAQ) score for GIT symptoms, anthropometric measurements, dietary intake and laboratory evaluation were performed at baseline (T0) and at weeks 4 (T1) and 8 (T2). The proportion of the Th1 (CD3+CD8IFNγ+), Th2 (CD3+CD8IL4+), Th17 (CD3+CD8IL17+) subpopulations and Treg cells were evaluated by the flow cytometry method. RESULTS: Among the 73 SSc patients, 37 were randomized to receive probiotic (mean age 46.7 ± 13.1 years) and 36 received placebo (mean age 46.1 ± 11.9 years). After 8 weeks, there was a significant decrease in the GIT symptoms assessed by the UCLA GIT 2.0 questionnaire in the two groups evaluated, but without significant difference in the comparison between the probiotic and placebo groups (p=0.846). After 8 weeks, there was a significant decrease in the proportion of CD3+CD8IL17+ cells in the probiotic group compared to the placebo group in week 8 (p=0.003). There was no significant difference in the proportion of Th1 and Treg cells in the probiotic group compared to the placebo group (p=0.364; p=0.421; p=0.898, respectively). No difference was observed in the HAQDI questionnaire, SHAQ, energy, macronutrients and fiber intake between the groups. CONCLUSIONS: In the present study there was no significant changes in the GIT symptoms after 8 weeks of probiotic in patientns with SSc. Nonetheless, we observed that the consumption of probiotics led to a significant reduction in the proportion of Th17 cells compared to the placebo group, suggesting an immunomodulatory effect of probiotics in SSc patients.
Introdução: A Esclerose Sistêmica (ES) é uma doença reumática autoimune que afeta particularmente o trato gastrintestinal (TGI), pulmão, coração e rins. Alterações no balanço nas células com perfil Th1/Th2 e entre os níveis de células T reguladoras (Treg) e Th17, bem como alterações na microbiota intestinal podem estimular a resposta inflamatória assim como resultar em dano ao epitélio intestinal. O uso oral de probióticos, seja para modular o microbioma ou a resposta imune, pode ser uma opção atraente especialmente em doenças autoimunes. Objetivos: Avaliar a eficácia dos probióticos sobre os sintomas do TGI e resposta imune mediante avaliação dos níveis de células T auxiliadoras com perfil Th1, Th2 e Th17 e de células Treg em pacientes com ES. Casuística e métodos: Ensaio clínico randomizado, placebocontrolado e duplocego, com 73 pacientes com ES randomizados para receberem uma dose diária de probiótico ou placebo por 8 semanas. O endpoint primário foi as alterações nas queixas do TGI entre o baseline e a semana 8. Avaliação clínica, questionário de envolvimento do TGI (“University of California at Los Angeles Scleroderma Clinical trial Consortium Gastrointestinal Tract 2.0” [UCLA SCTC GIT 2.0]), o índice de incapacidade do questionário de avaliação em saúde (HAQDI) e o domínio para sintomas do TGI do questionário de avaliação de saúde em esclerodermia (SHAQ), medidas antropométricas, recordatório alimentar e avaliação laboratorial foram realizadas no baseline (T0) e nas semanas 4 (T1) e 8 (T2). A proporção das subpopulações de linfócitos Th1 (CD3+CD8IFNγ+), Th2 (CD3+CD8IL4+), Th17 (CD3+CD8IL17+) e células Treg foram avaliadas pelo método de citometria de fluxo. Resultados: Entre os 73 pacientes com ES, 37 foram randomizados para receber probiótico (idade média de 46,7 ± 13,1 anos) e 36 receberam placebo (idade média de 46,1 ± 11,9 anos). Após 8 semanas, houve queda significativa das queixas do TGI avaliado pelo UCLA GIT 2.0 nos dois grupos avaliados, porém sem diferença significativa na comparação entre os grupos probiótico e placebo (p=0,846). Após 8 semanas, houve queda significativa da proporção de células CD3+CD8IL17+ no grupo probiótico em comparação ao grupo placebo (p=0,003). Não houve diferença significativa na proporção de células Th1, Th2 e Treg entre no grupo probiótico em comparação ao grupo placebo (p=0,364; p=0,421; p=0,898 respectivamente). Também não foram observadas diferença no questionário HAQDI, SHAQ e consumo alimentar de energia, macronutrientes e fibras entre os grupos avaliados. Conclusões: No presente estudo não houve melhora dos sintomas do TGI após 8 semanas de uso de probióticos em pacientes com ES. Observamos, porém, que o consumo de probióticos levou a uma redução significativa na proporção de células Th17 em comparação ao grupo placebo, sugerindo um efeito imunomodulador dos probióticos em pacientes com ES.
Descrição
Citação