Estudo da correlação das lesões na cabeça longa do bíceps e no manguito rotador - exame físico, ressonância magnética e artroscopia
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Data
2018-03-09
Autores
Carvalho, Cassiano Diniz [UNIFESP]
Orientadores
Andreoli, Carlos Vicente [UNIFESP]
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Introduction: The long head of the biceps tendon is an anatomical structure that has
been studied extensively over the years and is still subject of much controversy. Its
exact role in stabilizing the glenohumeral joint, as well as the cause of shoulder pain
and its relation to rotator cuff injuries, is still a source of frequent questions in the
medical literature. Objective: To identify the clinical, radiological, and arthroscopic
correlation of the long head of the biceps tendon injury and its influence in the patient's complaint of pain when associated with rotator cuff lesion. Method:
Between April and December of 2013 56 patients were included in this research.
Among them, six were excluded, the magnetic resonance imaging of two was
incomplete, three didn’t presented injury of the long head of the biceps tendon at
intraoperative, and one patient did not agree to sign the informed consent form.
Considering that, 50 patients were evaluated, among which 38 (76%) were female
and 12 (24%) were male, with the mean age of 65,1 years. All the patients were
operated by the Shoulder and Elbow Group from Sports Medicine Discipline of the
Department of Orthopaedics and Traumatology of Federal University of São Paulo.
They were submitted to repair of the rotator cuff lesion and had clinical, radiological
and/or arthroscopic evidence of injury of the long head of the biceps tendon. The
patients were evaluated through a preoperative questionnaire which was completed
by the surgeon after the surgical procedure. The analyzes were performed by
SPSS® software version 18, adopting the significance level of 5%. Results: There
was an significant association between the presence of pain on palpation of the
bicipital groove and the partial lesion of a high degree (partial rupture of the tendon
affecting more than 50% of the tendon) in arthroscopy (p=0.003). It was observed
that 83% of the patients with pain in the biceps groove on palpation, presented a
significant lesion of the long head of the biceps tendon, that is, an involvement
greater than 50% of the thickness of the tendon. In this perspective, patients with this
positive test have a 1.7-fold higher risk of having a significant lesion when compared
to patients who present negative test. We also found an association between the high
grade lesion of the long head of the biceps tendon and supraspinatus muscle tendon
lesion (p<0,05). Each centimeter of the supraspinatus muscle tendon lesion
represents a 1.7-fold greater risk for the patient of a high-grade long head of the
biceps tendon injury. Conclusion: The pain in the anterior region of the shoulder,
verified in the physical examination by means of palpation of the bicipital groove, may
be related to the lesions of the long head of the biceps tendon that affect more than
50% of the thickness of the same. The surgeon must be prepared to address the
injury intraoperatively if the suspicion is confirmed. Magnetic resonance imaging is a
very sensitive exam, but not much specific to the intra-articular injury of the long head
of the biceps. Rotator cuff injury and its size are a risk factor for high-grade long head
of the biceps tendon injury, considering the age range from 50 to 80 years.
Introdução: O tendão da cabeça longa do bíceps (CLB) é uma estrutura anatômica que vem sendo estudada ao longo dos anos e ainda é alvo de muita controvérsia. Seu papel exato na estabilização da articulação glenoumeral, bem como na causa de dor no ombro, e sua relação com as lesões do manguito rotador são, ainda, fontes de questionamentos frequentes na literatura médica. Objetivo: Identificar a correlação clínica, radiológica, e artroscópica das lesões do tendão da CLB e sua influência na dor do paciente quando associada às lesões do manguito rotador. Método: Entre abril de 2013 e dezembro de 2013 foram incluídos no estudo 56 pacientes, dentre os quais seis foram excluídos, dois apresentaram o exame de ressonância magnética incompleto, três não apresentaram lesão do tendão da CLB no intra-operatório e um paciente não concordou em assinar o TCLE. Nessa perspectiva, 50 pacientes foram avaliados, sendo 38 (76%) do sexo feminino, e 12 (24%) do sexo masculino, com a idade média de 65,1 anos. Todos os pacientes foram operados pelo Grupo de Ombro e Cotovelo da Disciplina de Medicina Esportiva do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Universidade Federal de São Paulo. Os indivíduos foram submetidos ao reparo da lesão do manguito rotador com evidência clínica, radiológica e/ou artroscópica de acometimento do tendão da CLB. Os pacientes foram avaliados por meio de um questionário préoperatório, finalizado pelo cirurgião após o procedimento cirúrgico. As análises foram realizadas pelo software SPSS® versão 18, adotando-se o nível de significância de 5%. Resultados: Observou-se associação entre a presença de dor à palpação do sulco intertubercular do úmero e a lesão parcial de alto grau (ruptura parcial do tendão acometendo mais de 50% do tendão) na artroscopia (p=0,003). Observou-se que 83% dos pacientes com dor à palpação do sulco intertubercular do úmero podem apresentar uma lesão significativa da CLB, ou seja, um acometimento maior que 50% da espessura do tendão. Nessa perspectiva, os pacientes com esse teste positivo têm um risco 1,7 vezes maior de terem uma lesão significativa em relação aos pacientes que apresentam esse teste negativo. Encontramos, ainda, uma associação entre a lesão de alto grau da CLB e lesão do tendão do músculo supraespinhal (p<0,05), sendo que para cada centímetro de lesão do tendão do músculo supraespinhal o paciente apresenta probabilidade 1,7 vezes maior de possuir uma lesão de alto grau da CLB. Conclusão: A dor na região anterior do ombro, constatada no exame físico por meio da palpação do sulco intertubercular do úmero, pode estar relacionada às lesões da CLB que acometem mais de 50% da espessura do mesmo. O cirurgião deve estar preparado para abordar a lesão caso a suspeita seja confirmada no intra-operatório. A ressonância magnética é um exame muito sensível mas pouco específico para as lesões intraarticulares da CLB. A lesão do manguito rotador e o seu tamanho são fatores de risco para lesão de alto grau do tendão da CLB, considerando a faixa etária de 50 a 80 anos.
Introdução: O tendão da cabeça longa do bíceps (CLB) é uma estrutura anatômica que vem sendo estudada ao longo dos anos e ainda é alvo de muita controvérsia. Seu papel exato na estabilização da articulação glenoumeral, bem como na causa de dor no ombro, e sua relação com as lesões do manguito rotador são, ainda, fontes de questionamentos frequentes na literatura médica. Objetivo: Identificar a correlação clínica, radiológica, e artroscópica das lesões do tendão da CLB e sua influência na dor do paciente quando associada às lesões do manguito rotador. Método: Entre abril de 2013 e dezembro de 2013 foram incluídos no estudo 56 pacientes, dentre os quais seis foram excluídos, dois apresentaram o exame de ressonância magnética incompleto, três não apresentaram lesão do tendão da CLB no intra-operatório e um paciente não concordou em assinar o TCLE. Nessa perspectiva, 50 pacientes foram avaliados, sendo 38 (76%) do sexo feminino, e 12 (24%) do sexo masculino, com a idade média de 65,1 anos. Todos os pacientes foram operados pelo Grupo de Ombro e Cotovelo da Disciplina de Medicina Esportiva do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Universidade Federal de São Paulo. Os indivíduos foram submetidos ao reparo da lesão do manguito rotador com evidência clínica, radiológica e/ou artroscópica de acometimento do tendão da CLB. Os pacientes foram avaliados por meio de um questionário préoperatório, finalizado pelo cirurgião após o procedimento cirúrgico. As análises foram realizadas pelo software SPSS® versão 18, adotando-se o nível de significância de 5%. Resultados: Observou-se associação entre a presença de dor à palpação do sulco intertubercular do úmero e a lesão parcial de alto grau (ruptura parcial do tendão acometendo mais de 50% do tendão) na artroscopia (p=0,003). Observou-se que 83% dos pacientes com dor à palpação do sulco intertubercular do úmero podem apresentar uma lesão significativa da CLB, ou seja, um acometimento maior que 50% da espessura do tendão. Nessa perspectiva, os pacientes com esse teste positivo têm um risco 1,7 vezes maior de terem uma lesão significativa em relação aos pacientes que apresentam esse teste negativo. Encontramos, ainda, uma associação entre a lesão de alto grau da CLB e lesão do tendão do músculo supraespinhal (p<0,05), sendo que para cada centímetro de lesão do tendão do músculo supraespinhal o paciente apresenta probabilidade 1,7 vezes maior de possuir uma lesão de alto grau da CLB. Conclusão: A dor na região anterior do ombro, constatada no exame físico por meio da palpação do sulco intertubercular do úmero, pode estar relacionada às lesões da CLB que acometem mais de 50% da espessura do mesmo. O cirurgião deve estar preparado para abordar a lesão caso a suspeita seja confirmada no intra-operatório. A ressonância magnética é um exame muito sensível mas pouco específico para as lesões intraarticulares da CLB. A lesão do manguito rotador e o seu tamanho são fatores de risco para lesão de alto grau do tendão da CLB, considerando a faixa etária de 50 a 80 anos.