Alterações estruturais e funcionais do ventrículo esquerdo associadas à leucemia aguda antes da quimioterapia: um estudo com speckle tracking por ecocardiografia bidimensional

Nenhuma Miniatura disponível
Data
2018-11-30
Autores
Leal, Bruna Morhy Borges [UNIFESP]
Orientadores
Campos Filho, Orlando [UNIFESP]
Tipo
Tese de doutorado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Background: Patients with acute leukemia (AL) have a higher rate of congestive heart failure than patients with other cancers. AL may predispose to cardiac dysfunction before chemotherapy because of high cytokine release or direct leukemic myocardial infiltration. The aims of this study were to evaluate whether AL is associated with abnormalities of myocardial structure and function before chemotherapy and to identify possible risk factors associated with these myocardial changes. Methods: Using an echocardiographic database, 76 patients with AL and 76 patients without cancer matched for age, gender, hypertension, and the presence of diabetes were retrospectively selected. Subsequently, to assess the effect of a nonhematologic malignancy, 28 women in each group were matched with women with breast cancer. Left ventricular (LV) mass, volumes, ejection fraction, and global longitudinal strain (GLS) were measured before chemotherapy. Results: The patients were predominantly male (63%), with a median age of 51 years, and had low prevalence of cardiovascular risk factors. Despite similar LV ejection fractions, patients with AL had higher LV mass and volumes and lower GLS (-19.3 ± 2.7% vs -20.9 ± 1.9%, P<0.001) than patients without cancer. Similarly, GLS was lower in women with AL compared with women with breast cancer or without cancer. Among patients with AL, high body mass index, low LV ejection fraction, and a small number of circulating lymphocytes were all independently associated with low GLS. Conclusions: Patients with AL had higher LV volumes and lower GLS than patients without cancer and lower GLS than patients with breast cancer, suggesting that AL by itself may be associated with these cardiac alterations.
Introdução: Pacientes com leucemia aguda (LA) têm maior prevalência de insuficiência cardíaca que pacientes com outros tipos de câncer. A leucemia aguda pode predispor a alterações cardíacas antes da quimioterapia devido a liberação de grande quantidade de citocinas ou por infiltração miocárdica direta por células leucêmicas. Objetivos: Os objetivos desse estudo foram avaliar se a própria LA está associada com anormalidades da estrutura e função cardíacas antes da quimioterapia e identificar os possíveis fatores de risco associados com tais alterações. Métodos: A partir de um banco de dados ecocardiográficos, 76 pacientes com LA e 76 pacientes sem câncer pareados por idade, sexo, hipertensão arterial e diabetes foram selecionados retrospectivamente. Subsequentemente, para avaliar o efeito das neoplasias não hematológicas, 28 mulheres de cada grupo foram pareadas pelas mesmas variáveis com 28 mulheres com câncer de mama. Nenhum paciente apresentava insuficiência cardíaca. Todos os pacientes submeteram-se a um exame ecocardiográfico bidimensional completo, associados às modalidades de Doppler e avaliação da deformação miocárdica do ventrículo esquerdo (VE) por meio da análise do strain longitudinal global do VE pela técnica do speckle tracking. Massa, volumes (sistólico e diastólico), fração de ejeção e strain longitudinal global do VE foram mensurados antes da quimioterapia. Resultados: Os pacientes eram predominantemente homens (63%), com idade mediana de 50 anos e baixa ocorrência de fatores de risco cardiovascular. Apesar de não haver diferença entre os grupos quanto a fração de ejeção, pacientes com LA apresentaram maiores valores de massa e volumes do VE e menores valores de strain longitudinal global em comparação com os pacientes sem câncer. De maneira semelhante, o strain longitudinal global das mulheres com LA estava diminuído em comparação ao das mulheres com câncer de mama e sem câncer. Entre os pacientes com LA, a redução do strain longitudinal global foi independentemente associada ao aumento do índice de massa corporal, à redução da fração de ejeção do VE e a um menor número de linfócitos circulantes. Conclusões: A LA pode determinar alterações cardíacas estruturais com discreta redução subclínica da função sistólica do VE, não observada em pacientes com câncer de mama. Os parâmetros independentemente associados à redução do strain longitudinal global do VE em pacientes com LA foram: aumento do índice de massa corporal, redução da fração de ejeção do VE e redução do número absoluto de linfócitos circulantes.
Descrição
Citação