Prevalência de doença por citomegalovírus em pacientes transplantados renais com suspeita clínica desse diagnóstico
Data
2017-04-28
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
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Resumo
Objectives - Cytomegalovirus (CMV) disease is one of the most frequent complications after kidney transplantation. Our objectives were to determine the prevalence of CMV disease among kidney transplant patients in the ICU who had a clinical suspicion of this complication, to identify its predisposing factors, and to analyze whether CMV disease impacts on the clinical evolution of these patients. Methods - In this retrospective observational study, we included all kidney transplant patients over 18 years of age, hospitalized for any reason in an intensive care unit (ICU), with at least one sampling of antigenemia or polymerase chain reaction (PCR) for CMV during the ICU stay. Patients who had graft loss more than 6 months ago, or those diagnosed with CMV at admission were excluded. CMV disease was defined as positive antigenemia at any level or a PCR above 500 log in the presence of symptoms. Results – We included 99 patients with a mean age of 53.4 ± 12.8 years being 71.6% male. All patients were using immunosuppression, but only 26 (26.3%) had received pulse therapy in the last six months, 32 (32.2%) had received thymoglobulin sometime in the past and 18 (18,2%) received thymoglobulin in the last year. Respiratory symptoms (51%), non-specific clinical worsening (20%) or gastrointestinal symptoms (14%) were the main reasons for CMV laboratory sampling. CMV disease was diagnosed in 39 patients (39.4%), of whom 20 (51.2%) had positive antigenemia in the first sampling, four (10.3%) had positive antigenemia in the second sampling, and 15 (38.5% %) were diagnosed by PCR. Time since transplantation was shorter in those diagnosed with CMV disease than in those without this diagnosis (6.5 months and 31.2 months, p = 0.001). Both the use of pulse therapy in the last six months (41% and 16,9%, p = 0.008) as the previous use of thymoglobulin in the prior 12 months before admission (35.9% and 6.8%, p <0.001) were more frequent among those with CMV disease. In the logistic regression model, only the time since transplantation less than 6 months [OR 4.755 (95% CI -1.497 to 12.785, p = 0.007]) and thymoglobulin use in the last 12 months [OR 4.855 (CI 95% -1.334 to 17.530), p = 0.016] were associated with a higher frequency of CMV disease. There was no difference in the clinical evolution between patients with and without CMV disease. Conclusion: The prevalence of CMV disease in kidney transplant patients admitted to the ICU, in whom there is a clinical suspicion of this disease, is high. The predisposing factors independently associated with increased risk of CMV disease in this population were time since transplantation less than six months and thymoglobulin use in the prior year before admission. Patients with CMV disease did not have worse clinical outcomes as compared with patients without CMV.
Objetivos - A doença por citomegalovírus (CMV) é uma das complicações mais frequentes após transplante renal. Nossos objetivos foram definir a prevalência de doença por CMV dentre os pacientes transplantados renais na UTI com suspeita clínica dessa complicação, identificar seus fatores predisponentes e analisar se a doença por CMV impacta na evolução clínica desses pacientes. Métodos - Estudo retrospectivo observacional, no qual foram incluídos todos os pacientes transplantados renais acima de 18 anos, internados por quaisquer motivos em uma unidade de terapia intensiva (UTI), com pelo menos uma coleta de antigenemia ou reação em cadeia da polimerase (PCR) para CMV durante a internação na UTI. Foram excluídos pacientes que tiveram perda do enxerto há mais de seis meses ou aqueles com diagnóstico de CMV na admissão. Doença por CMV foi definida pela presença de antigenemia positiva em qualquer nível ou PCR acima de 500 log, na presença dos sintomas. Resultados - Foram incluídos 99 pacientes, com idade de 53,4 ± 12,8 anos, sendo 71,6% do sexo masculino. Todos os pacientes faziam uso de algum tipo de imunossupressão, mas apenas 26 (26,3%) haviam recebido pulsoterapia nos últimos seis meses, 32 (32,2%) haviam recebido timoglobulina em algum momento e 18 (18,2%) receberam timoglobulina no último ano. Sintomas respiratórios (51%), piora clínica inespecífica (20%) ou sintomas gastrointestinais (14%) foram os principais motivos para coleta de exames. Doença por CMV foi diagnosticada em 39 pacientes (39,4%), destes, 20 (51,2%) tiveram antigenemia positiva na primeira coleta, quatro (10,3%) tiveram antigenemia positiva na segunda coleta e 15 (38,5%) foram diagnosticados por positividade do PCR. O tempo de transplante foi menor naqueles com diagnóstico de doença por CMV em relação àqueles sem esse diagnóstico (6,5 meses e 31,2 meses, p=0,001). O uso pulsoterapia nos últimos seis meses (41% e 16,9%, p=0,008) bem como o uso prévio de timoglobulina nos últimos 12 meses (35,9% e 6,8%, p<0,001) foi mais frequente entre os pacientes com doença por CMV. No modelo de regressão logística somente o tempo de transplante menor que seis meses [OR 4,375 (IC 95% -1,497 a 12,785), p = 0,007] e o uso de timoglobulina nos últimos 12 meses [OR 4,855 (IC 95% - 1,344 a 17,530), p = 0,016] associaram-se a maior frequência de doença por CMV. Não houve diferença na evolução clinica entre pacientes com ou sem doença por CMV. Conclusão - A prevalência de doença por CMV em pacientes transplantados renais, internados em UTI, quando existe suspeita clínica dessa infecção é alta. Os fatores predisponentes associados de forma independente a maior risco de doença por CMV nessa população foram o tempo de transplante menor que seis meses e uso de timoglobulina nos últimos 12 meses. Os pacientes com doença por CMV não apresentaram pior evolução clínica quando comparados aos pacientes sem CMV.
Objetivos - A doença por citomegalovírus (CMV) é uma das complicações mais frequentes após transplante renal. Nossos objetivos foram definir a prevalência de doença por CMV dentre os pacientes transplantados renais na UTI com suspeita clínica dessa complicação, identificar seus fatores predisponentes e analisar se a doença por CMV impacta na evolução clínica desses pacientes. Métodos - Estudo retrospectivo observacional, no qual foram incluídos todos os pacientes transplantados renais acima de 18 anos, internados por quaisquer motivos em uma unidade de terapia intensiva (UTI), com pelo menos uma coleta de antigenemia ou reação em cadeia da polimerase (PCR) para CMV durante a internação na UTI. Foram excluídos pacientes que tiveram perda do enxerto há mais de seis meses ou aqueles com diagnóstico de CMV na admissão. Doença por CMV foi definida pela presença de antigenemia positiva em qualquer nível ou PCR acima de 500 log, na presença dos sintomas. Resultados - Foram incluídos 99 pacientes, com idade de 53,4 ± 12,8 anos, sendo 71,6% do sexo masculino. Todos os pacientes faziam uso de algum tipo de imunossupressão, mas apenas 26 (26,3%) haviam recebido pulsoterapia nos últimos seis meses, 32 (32,2%) haviam recebido timoglobulina em algum momento e 18 (18,2%) receberam timoglobulina no último ano. Sintomas respiratórios (51%), piora clínica inespecífica (20%) ou sintomas gastrointestinais (14%) foram os principais motivos para coleta de exames. Doença por CMV foi diagnosticada em 39 pacientes (39,4%), destes, 20 (51,2%) tiveram antigenemia positiva na primeira coleta, quatro (10,3%) tiveram antigenemia positiva na segunda coleta e 15 (38,5%) foram diagnosticados por positividade do PCR. O tempo de transplante foi menor naqueles com diagnóstico de doença por CMV em relação àqueles sem esse diagnóstico (6,5 meses e 31,2 meses, p=0,001). O uso pulsoterapia nos últimos seis meses (41% e 16,9%, p=0,008) bem como o uso prévio de timoglobulina nos últimos 12 meses (35,9% e 6,8%, p<0,001) foi mais frequente entre os pacientes com doença por CMV. No modelo de regressão logística somente o tempo de transplante menor que seis meses [OR 4,375 (IC 95% -1,497 a 12,785), p = 0,007] e o uso de timoglobulina nos últimos 12 meses [OR 4,855 (IC 95% - 1,344 a 17,530), p = 0,016] associaram-se a maior frequência de doença por CMV. Não houve diferença na evolução clinica entre pacientes com ou sem doença por CMV. Conclusão - A prevalência de doença por CMV em pacientes transplantados renais, internados em UTI, quando existe suspeita clínica dessa infecção é alta. Os fatores predisponentes associados de forma independente a maior risco de doença por CMV nessa população foram o tempo de transplante menor que seis meses e uso de timoglobulina nos últimos 12 meses. Os pacientes com doença por CMV não apresentaram pior evolução clínica quando comparados aos pacientes sem CMV.
Descrição
Citação
SANTOS, Sanmya Danielle Rodrigues dos. Prevalência de doença por citomegalovírus em pacientes transplantados renais com suspeita clínica desse diagnóstico. 2016. 49 f. Dissertação (Mestrado em Medicina Translacional) – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2016.