Efeitos de um protocolo de reabilitação cardiovascular baseada em exercícios e da terapia laser de baixa intensidade em pacientes com insuficiência cardíaca

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Data
2017-05-30
Autores
Barbosa, Caroline Bublitz [UNIFESP]
Orientadores
Guizilini, Solange [UNIFESP]
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Chronic heart failure (CHF) is associated with a substantial intolerance to exercise and high levels of mortality and morbidities. Exercise-based cardiovascular rehabilitation (CR) is safe, effective, and even is able to decrease the level of ventricular dysfunction with consequent improvement in functional capacity. In addition, in the last years, low level laser therapy (LLLT) has been shown to be an important therapeutic resource as it improves muscle performance when associated with exercise in different populations. In this context, two studies (I and II) were conducted investigating the effects of an exercise based CR program, associated or not with LLLT, in CHF patients. Thus, the present study had the following objectives: (i) evaluate the acute effects of LLLT on functional capacity, muscle fatigue perception and blood lactate in hospitalized CHF patients; (ii) evaluate the effects of an exercise based CR program, associated or not with LLLT, on functional capacity, peripheral muscle strength and quality of life in CHF outpatients; (iii) evaluate the effects of an exercise based CR program, associated or not with LLLT, on systemic inflammatory markers in CHF outpatients. In study I, by the absence of clinical studies involving ICC and LLLT, cross-sectional pilot study was carried out in intra- hospital environment, where patients performed the 6-minute walk test (6MWT) for evaluation of functional capacity; and after 6 hours were submitted to placebo or active application of LLLT (808 nm, 100 mW, 28J) in rectus femoris muscle, and then performed again 6MWT. Moreover, peripheral blood samples were collected for analysis of blood lactate in five moments: basal and on the recovery period (0, 3, 6 and 30 minutes after application of LLLT and TC6 '). In study II, randomized and controlled clinical study was conducted with outpatients, in which a program of exercise-based RC was performed 4 times a week for 4 weeks, including placebo or active LLLT irradiation (808 nm, 100 mW, 28J). Patients were evaluated before programs and after a 4-weeks follow up regarding the functional capacity through the 6MWT, peripheral muscle strength, quality of life and systemic levels of inflammatory markers. Results of study I demonstrated that both groups increased 6MWT distance after active or placebo LLLT application compared to baseline values, however no difference was observed during intergroup comparison. The active LLLT group showed a significant reduction in the perceived exertion Borg (PEB) scale compared to the placebo LLLT group. In addition, the group that received active LLLT showed no significantly statistical difference for the blood lactate level through the times analyzed and the placebo LLLT group demonstrated a significant increase in blood lactate between the rest and recovery phase. The results of study II demonstrated that: a) both groups submitted to CR, with placebo or active LLLT, increased 6MWT distance compared to baseline (p< 0.05), although the active LLLT group achieved better improvement, with a significant difference compared to placebo group in a 4- week follow up; b) both groups submitted to CR, with placebo or active LLLT, demonstrated a significant increase in the peak force compared to baseline, with no significant difference between groups in a 4-week follow up; c) both groups submitted to CR, with placebo or active LLLT, demonstrated a significant better quality of life compared to baseline, with no significant difference between groups after CR protocols; d) for the inflammatory markers analysis, the active LLLT group demonstrated a significant decrease for IL1-β levels and an increase for IL-10 levels compared to baseline, with no difference for TNF-α levels; and for the placebo group, no significant difference for inflammatory markers was demonstrated compared to baseline. The intergroup comparison demonstrated higher levels of IL-10 for active LLLT group compared to placebo. Considering the results of the two studies, it is concluded that: acute effects of LLLT irradiation on skeletal musculature was not able to improve the functional capacity of hospitalized patients with HF, although it may favorably modulate blood lactate metabolism and reduce perceived muscle fatigue (study I); and that LLLT associated to exercise-based CR program for 4 weeks was able to improve exercise tolerance compared to the placebo group, and produced anti-inflammatory effect by increasing levels of IL-10 in outpatients with CHF (study II). In sum, the LLLT presents an innovative and promising therapy to improve exercise performance in CHF patients.
A insuficiência cardíaca crônica (ICC) está associada a uma substancial intolerância ao exercício e a altos níveis de mortalidade e morbidades. A reabilitação cardiovascular (RC) baseada em exercícios neste perfil de pacientes é segura, eficaz, promove melhoras tanto na perfusão quanto no metabolismo muscular (maior eficiência respiratória e regulação neuro-hormonal), é capaz de diminuir o nível de disfunção ventricular com consequente melhora na capacidade funcional. Além disso, nos últimos anos, a terapia laser de baixa intensidade (LLLT) tem se mostrado como importante recurso terapêutico ao melhorar o desempenho muscular quando associada ao exercício físico em diferentes populações. Diante deste contexto, realizamos estudos para investigar (estudos I e II) os efeitos de um programa de RC baseada em exercícios, associado ou não a LLLT, em pacientes com ICC. Assim, o presente estudo teve os seguintes objetivos: (i) avaliar os efeitos agudos da aplicação de LLLT na capacidade funcional, esforço percebido e lactato sanguíneo em pacientes hospitalizados com ICC; (ii) avaliar os efeitos de um programa de RC, associado ou não a LLLT, na capacidade funcional, força muscular periférica e qualidade de vida em pacientes ambulatoriais com ICC; (iii) avaliar os efeitos de um programa de RC, associado ou não a LLLT, em marcadores pró e anti-inflamatórios sistêmicos em pacientes ambulatoriais com ICC. No estudo I, pela ausência de estudo clínico envolvendo ICC e LLLT, foi realizado um estudo piloto transversal em ambiente intra-hospitalar, pacientes foram submetidos a teste de caminhada de 6 minutos (TC6’) para avaliação da capacidade funcional; e após 6 horas foram submetidos à aplicação placebo ou ativa de LLLT (808 nm, 100 mW, 28J) em reto femoral, e em seguida realizavam novo TC6’. Além disso, foram coletadas amostras sanguíneas periféricas para análise de lactato sanguíneo em cinco momentos: basal e no período de recuperação (0, 3, 6 e 30 minutos após aplicação de LLLT e TC6’). No estudo II, foi realizado estudo clínico controlado e randomizado, com pacientes ambulatoriais, em que foram submetidos a um programa de RC baseado em exercícios 4 vezes por semana, durante 4 semanas. Os pacientes foram avaliados pré e após protocolos de reabilitação (após seguimento de 4 semanas) quanto à capacidade funcional por meio do TC6’, força muscular periférica, qualidade de vida e níveis sistêmicos de marcadores inflamatórios. Os resultados do estudo I demonstraram que ambos os grupos aumentaram a distância percorrida no TC6’ após a aplicação de LLLT placebo ou ativa em comparação com a avaliação inicial, sem diferença entre os grupos. O grupo ativo mostrou uma redução significante na percepção de esforço de Borg em comparação com o grupo placebo. Além disso, o grupo que recebeu LLLT ativo não mostrou diferença estatística significante para o nível de lactato sanguíneo através dos tempos analisados e o grupo LLLT placebo demonstrou um aumento significante no lactato sanguíneo entre a fase basal e a recuperação após TC6’. Já os resultados do estudo II demonstraram que: a) Ambos os grupos submetidos a RC, com aplicação placebo ou ativa de LLLT, aumentaram a distância percorrida no TC6’ em comparação ao basal, entretanto o grupo LLLT ativo apresentou maior aumento significante entre os grupos após seguimento de 4 semanas; b) Ambos os grupos submetidos a RC, com aplicação placebo ou ativa de LLLT, aumentaram a força muscular isométrica periférica de quadríceps em comparação ao basal, sem diferença significante entre os grupos após seguimento de 30 dias; c) Ambos os grupos submetidos a RC, com aplicação placebo ou ativa de LLLT, obtiveram melhor qualidade de vida em comparação ao basal, entretanto sem diferença significante entre os grupos após protocolo do estudo; d) Quanto à análise de marcadores pró e anti-inflamatórios, o grupo RC com LLLT ativo apresentou menor nível de IL-1β e maior nível de IL-10 em comparação ao basal, com manutenção dos níveis de TNF-α.; e o grupo RC com LLLT placebo, não apresentou diferença significante entre os níveis de marcadores inflamatórios quando comparado ao basal. A análise intergrupo demonstrou maior nível de IL-10 para o grupo LLLT ativo comparado ao placebo após seguimento de 4 semanas. Diante dos resultados dos dois estudos conclui-se que: apenas uma irradiação com LLLT na musculatura esquelética de quadríceps femoral, pré-exercício, não foi capaz de melhorar a capacidade funcional de pacientes hospitalizados com ICC, embora tenha reduzido a fadiga muscular e possa ter favorecido o metabolismo do lactato sanguíneo (estudo I); a LLLT associada a um programa de exercício de RC por 4 semanas foi capaz de melhorar a tolerância ao exercício comparado ao grupo placebo, e de produzir efeito anti-inflamatório ao aumentar níveis de IL-10 em pacientes ambulatoriais com ICC (estudo II). Em suma, a LLLT apresenta-se como uma terapia inovadora e promissora para melhorar a performance de exercício e pacientes com ICC.
Descrição
Citação
BARBOSA, Caroline Bublitz. Efeitos de um protocolo de reabilitação cardiovascular baseada em exercícios e da terapia laser de baixa intensidade em pacientes com insuficiência cardíaca. 2017. 146f. Tese (Doutorado) - Instituto de Saúde e Sociedade, Universidade Federal de São Paulo, Santos, 2017.