A relação entre controle postural, desempenho psicomotor e sonolência de trabalhadores em turnos
Data
2015-04-30
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Introdução: Sonolência excessiva, vigília prolongada, privação e/ou restrição de sono são condições comuns entre trabalhadores em turnos que interferem na integração sensório-motora e, consequentemente, na performance psicomotora e postural. Objetivo: O objetivo deste estudo foi investigar as alterações do desempenho psicomotor e do controle postural em decorrência do turno de trabalho e do tipo de atividade ocupacional exercida por trabalhadores por turnos. Métodos: Participaram deste estudo 32 voluntários: 12 motoristas de ônibus do turno rotativo com uma escala de trabalho 5x2 dias (grupo 01) e 20 técnicos de polissonografia do turno fixo noturno com uma escala 12x36 horas (Grupo 02). As avaliações foram realizadas em dois dias: no primeiro dia de avaliação, os voluntários assinaram o TCLE e preencheram uma ficha de identificação individual. Além disso, foi colocado um actígrafo no punho não dominante e foram aferidas a massa e a estatura corporais dos voluntários. No segundo dia, antes e após o turno de trabalho, os voluntários responderam a uma escala de sonolência (Karolinska Sleepiness Scale- KSS), foram avaliados quanto ao desempenho postural, mantendo a posição ereta sobre uma plataforma de força durante 30 segundos na condição de olhos abertos e fechados, assim como foi aplicado o Psycomotor Vigilance Task (PVT) durante 10 minutos para avaliação do desempenho da vigilância psicomotora desta população. O nível de significância considerado neste estudo foi de 5% (p?0,05). Resultados: Os resultados revelaram que, após o turno de trabalho, em ambos os grupos, houve aumento significativo da sonolência, do tempo de vigília e da média do tempo de reação, assim como redução do controle postural na condição de olhos abertos. Na condição de olhos fechados, após o turno de trabalho, o grupo 01 apresentou maior oscilação postural comparado ao grupo 02. Ademais, em ambos os grupos, a média do tempo de reação e a oscilação postural aumentaram em decorrência do aumento da sonolência, bem como o número de lapsos de atenção e a média do tempo de reação aumentaram em decorrência do aumento do tempo de vigília após o turno de trabalho. O modelo de regressão linear evidenciou que a oscilação postural na condição de olhos abertos pode ser explicada pela sonolência e pelo índice de massa corporal. Por outro lado, na condição de olhos fechados, observamos que houve diminuição da oscilação postural em decorrência do aumento do tempo de vigília. Posteriormente, a curva ROC demonstrou que alterações posturais e psicomotoras foram capazes de predizer e identificar altos níveis de sonolência (KSS?7) em trabalhadores em turnos. Conclusão: O desempenho postural e psicomotor mensurado por meio da plataforma de força e pelo teste de vigilância psicomotora foi capaz de identificar sonolência e prejuízos da vigilância psicomotora, indicando assim, que os turnos rotativo e fixo noturno com duração de 08 e 12 horas causaram significantes alterações na estabilidade postural e no estado de alerta, o que traz preocupações relevantes quanto aos riscos de lesões e acidentes relacionados ao trabalho em turnos.
Introduction: Excessive sleepiness, sustained wakefulness, and sleep restriction/deprivation are common conditions among shift workers, which interfere with sensorymotor integration, and may change psychomotor and postural performance. Objective: The objective of the present study was to investigate how shift-system and the type of the occupational activity performed would alter psychomotor and postural performance in shift-workers. Methods: Participants were 32 volunteers: 12 professional bus drivers of a road company working in rotating shift system of 5x2 days (Group 01), and 20 polyssonography' technicians of a philanthropic company working fixed night shifts of 12X36 hours (Group 02). Evaluations were performed in two days. In the first day participants signed informed consent and identification documents, had their nutritional status measured, and began using actigraphs in their non-dominant wrist. In the second day, before and after shift, they fulfilled sleepiness scales (Karolinska Sleepiness Scale) and had their psychomotor performance measured by the Psychomotor Vigilance Task for 10 minutes, and by a force platform in which they had to stand for 30 seconds both keeping eyes-opened and closed. Results: Both groups presented an increase in sleepiness, time-awake, and mean reaction time; as well as a reduction in postural control when with eyes-opened. In the condition of eyes-closed, drivers had a greater postural oscillation as compared to technicians. Moreover, in both groups the increase in sleepiness was correlated with the increase in mean reaction time and postural oscillation, while time-awake after shift was correlated with more lapses of attention and greater mean reaction time. Regression models evidenced that postural oscillation with eyes-opened was explained not only by sleepiness, but also by the body-mass-index, as opposed to oscillation with eyes-closed, which decreased as time-awake increased. At last, ROC Curves demonstrated that postural and psychomotor variables had reasonable predictive capabilities to identify high sleepiness scores (KSS > ou = 7) in shift workers. Conclusion: Performance as measured by force platform and psychomotor vigilance tasks are good identifiers of sleepiness and vigilance impairment. Both eight-hour rotating, as well as twelve-hour fixed shifts caused significant changes in alertness, stressing the importance of shift systems in the risk of accidents and injuries.
Introduction: Excessive sleepiness, sustained wakefulness, and sleep restriction/deprivation are common conditions among shift workers, which interfere with sensorymotor integration, and may change psychomotor and postural performance. Objective: The objective of the present study was to investigate how shift-system and the type of the occupational activity performed would alter psychomotor and postural performance in shift-workers. Methods: Participants were 32 volunteers: 12 professional bus drivers of a road company working in rotating shift system of 5x2 days (Group 01), and 20 polyssonography' technicians of a philanthropic company working fixed night shifts of 12X36 hours (Group 02). Evaluations were performed in two days. In the first day participants signed informed consent and identification documents, had their nutritional status measured, and began using actigraphs in their non-dominant wrist. In the second day, before and after shift, they fulfilled sleepiness scales (Karolinska Sleepiness Scale) and had their psychomotor performance measured by the Psychomotor Vigilance Task for 10 minutes, and by a force platform in which they had to stand for 30 seconds both keeping eyes-opened and closed. Results: Both groups presented an increase in sleepiness, time-awake, and mean reaction time; as well as a reduction in postural control when with eyes-opened. In the condition of eyes-closed, drivers had a greater postural oscillation as compared to technicians. Moreover, in both groups the increase in sleepiness was correlated with the increase in mean reaction time and postural oscillation, while time-awake after shift was correlated with more lapses of attention and greater mean reaction time. Regression models evidenced that postural oscillation with eyes-opened was explained not only by sleepiness, but also by the body-mass-index, as opposed to oscillation with eyes-closed, which decreased as time-awake increased. At last, ROC Curves demonstrated that postural and psychomotor variables had reasonable predictive capabilities to identify high sleepiness scores (KSS > ou = 7) in shift workers. Conclusion: Performance as measured by force platform and psychomotor vigilance tasks are good identifiers of sleepiness and vigilance impairment. Both eight-hour rotating, as well as twelve-hour fixed shifts caused significant changes in alertness, stressing the importance of shift systems in the risk of accidents and injuries.
Descrição
Citação
NARCISO, Fernanda Veruska. A relação entre controle postural, desempenho psicomotor e sonolência de trabalhadores em turnos. 2015. 139 f. Tese (Doutorado em Nutrição) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2015.