A relação entre controle postural, desempenho psicomotor e sonolência de trabalhadores em turnos

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Data
2015-04-30
Autores
Narciso, Fernanda Veruska [UNIFESP]
Orientadores
Mello, Marco Tulio de [UNIFESP]
Tipo
Tese de doutorado
Título da Revista
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Resumo
Introdução: Sonolência excessiva, vigília prolongada, privação e/ou restrição de sono são condições comuns entre trabalhadores em turnos que interferem na integração sensório-motora e, consequentemente, na performance psicomotora e postural. Objetivo: O objetivo deste estudo foi investigar as alterações do desempenho psicomotor e do controle postural em decorrência do turno de trabalho e do tipo de atividade ocupacional exercida por trabalhadores por turnos. Métodos: Participaram deste estudo 32 voluntários: 12 motoristas de ônibus do turno rotativo com uma escala de trabalho 5x2 dias (grupo 01) e 20 técnicos de polissonografia do turno fixo noturno com uma escala 12x36 horas (Grupo 02). As avaliações foram realizadas em dois dias: no primeiro dia de avaliação, os voluntários assinaram o TCLE e preencheram uma ficha de identificação individual. Além disso, foi colocado um actígrafo no punho não dominante e foram aferidas a massa e a estatura corporais dos voluntários. No segundo dia, antes e após o turno de trabalho, os voluntários responderam a uma escala de sonolência (Karolinska Sleepiness Scale- KSS), foram avaliados quanto ao desempenho postural, mantendo a posição ereta sobre uma plataforma de força durante 30 segundos na condição de olhos abertos e fechados, assim como foi aplicado o Psycomotor Vigilance Task (PVT) durante 10 minutos para avaliação do desempenho da vigilância psicomotora desta população. O nível de significância considerado neste estudo foi de 5% (p?0,05). Resultados: Os resultados revelaram que, após o turno de trabalho, em ambos os grupos, houve aumento significativo da sonolência, do tempo de vigília e da média do tempo de reação, assim como redução do controle postural na condição de olhos abertos. Na condição de olhos fechados, após o turno de trabalho, o grupo 01 apresentou maior oscilação postural comparado ao grupo 02. Ademais, em ambos os grupos, a média do tempo de reação e a oscilação postural aumentaram em decorrência do aumento da sonolência, bem como o número de lapsos de atenção e a média do tempo de reação aumentaram em decorrência do aumento do tempo de vigília após o turno de trabalho. O modelo de regressão linear evidenciou que a oscilação postural na condição de olhos abertos pode ser explicada pela sonolência e pelo índice de massa corporal. Por outro lado, na condição de olhos fechados, observamos que houve diminuição da oscilação postural em decorrência do aumento do tempo de vigília. Posteriormente, a curva ROC demonstrou que alterações posturais e psicomotoras foram capazes de predizer e identificar altos níveis de sonolência (KSS?7) em trabalhadores em turnos. Conclusão: O desempenho postural e psicomotor mensurado por meio da plataforma de força e pelo teste de vigilância psicomotora foi capaz de identificar sonolência e prejuízos da vigilância psicomotora, indicando assim, que os turnos rotativo e fixo noturno com duração de 08 e 12 horas causaram significantes alterações na estabilidade postural e no estado de alerta, o que traz preocupações relevantes quanto aos riscos de lesões e acidentes relacionados ao trabalho em turnos.
Descrição
Citação
NARCISO, Fernanda Veruska. A relação entre controle postural, desempenho psicomotor e sonolência de trabalhadores em turnos. 2015. Tese (Doutorado) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2015.