Análise da ação terapêutica dos ácidos oleanólico e ursólico na leishmaniose visceral experimental

Data
2015-09-28
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
This study aimed to evaluate the in vitro action of two triterpenes, oleanolic acid (OA) and ursolic (UA) on promastigote and / or amastigote forms of L. (L.) chagasi and the therapeutic potential of UA in L. (L.) chagasi - chronically infected hamsters as well as the toxicity of the UA in healthy hamsters. These triterpenes were commercially obtained, and characterized by nuclear magnetic resonance (1H and 13C NMR). In the in vitro experiments, promastigotes were incubated with OA, UA and amphotericin B (positive control) and the Effective Concentration 50% (EC50) was determined. Ultrastructural studies and fixation with annexin V and propidium iodide were carried out in UA-treated promastigotes. The potential of this triterpene was also evaluated in intracellular amastigotes of L. (L.) chagasi. To evaluate the therapeutic potential of UA, L. (L.) chagasi - chronically hamster were treated daily during 16 days with 1.0; 2.0 mg/kg UA, and 5.0 mg/kg of amphotericin B (intraperitoneal route). After 15 days of the last dose, the parasitism of the spleen and liver was measured, as well as the proliferation of splenic mononuclear cells and the expression of IFN-?, IL-10 and IL-4. Humoral immune response was evaluated in the serum of animals. Histopathological changes were also analyzed in spleen and liver. To evaluate the toxicity of UA and amphotericin B, healthy hamsters were treated with the same doses of compounds, and histological analysis of spleen, liver, kidney, lung and heart as well as biochemical changes were made. In vitro studies showed that the UA present leishmanicidal activity, eliminating promastigotes with EC50 of 1.8 ug/mL, but did not eliminate OA-treated parasites, possibly due to their structural difference in the molecules (position of the methyl group). UA reduced the infection index of macrophages infected by 62% when treated with 10 ug/mL UA. Ultrastructural analysis suggested that promastigote forms incubated with UA eliminated parasites by programmed cell death. In vivo studies showed that the animals treated with 1.0 and 2.0 mg / kg of UA had lesser parasitism in spleen (41.6 and 35.8% respectively) and liver (84.97, 71.31% respectively) compared with the infected group and liver compared to the infected group and histologically these animals showed preservation of red and white pulp, which correlate with high rate of proliferation of splenic mononuclear cells, and the populations of clones belonging to Th1 and Th2 type. Ex vivo experiments have demonstrated that the immune response of animals treated with amphotericin B and UA was associated to a response mediated by IFN-? and IL-10. Possibly IL-10 has a role in the persistence of parasite in spleen and liver of treated animals. Moreover, it was seen that the treatment with UA does not lead to amplification of both MRPA and PTR1 genes, that have an important role in drug resistance, however animals treated with amphotericin B had parasites with amplified genes. These data indicate that UA may be an interesting natural compound for the development of new classes of drugs against visceral leishmaniasis, since their effects in vitro and in vivo were comparable to those of amphotericin B.
O objetivo deste estudo foi avaliar a ação antileishmania in vitro de dois triterpenos, o ácido oleanólico (AO) e ursólico (AU) sobre formas promastigotas e/ou amastigotas de L. (L.) chagasi e o potencial terapêutico do AU em hamsters infectados com L. (L.) chagasi, bem como a toxicidade do AU em hamsters saudáveis. Estes triterpenos foram obtidos comercialmente e caracterizados por ressonância magnética nuclear (RMN de 1H e 13C). Nos experimentos in vitro, formas promastigotas foram incubadas com AO, AU e anfotericina B (controle positivo) e a concentração efetiva 50% (CE50) foi determinada. Estudos ultraestruturais e de fixação com anexina V e iodeto de propídio foram efetuados em formas promastigotas incubadas AU. O potencial deste triterpeno também foi avaliado em formas amastigotas intracelulares de L. (L.) chagasi. Para avaliar o potencial terapêutico do AU, hamsters dourados infectados cronicamente com L. (L.) chagasi foram tratados diariamente, durante 16 dias, com 1,0, 2,0 mg/kg de AU e 5,0 mg/kg de anfotericina B ministrado via intraperitoneal. Após 15 dias da última dose, o parasitismo do baço e fígado foi quantificado, assim como a proliferação de células mononucleares esplênicas e a expressão de IFN-?, IL-10 e IL-4. A resposta imune humoral foi avaliada no soro dos animais. Alterações histopatológicas também foram analisadas em baço e fígado. Para avaliar a toxicidade do AU e da anfotericina B, hamsters saudáveis foram tratados com as mesmas doses dos compostos, e análises histológicos de baço, fígado, rim, pulmão e coração, bem como as alterações bioquímicas foram realizadas. Os estudos in vitro mostraram que o AU é leishmanicida, eliminando formas promastigotas com CE50 do AU foi de 1,8 ?g/mL, porém o AO não eliminou os parasitos, possivelmente por sua diferença estrutural (posição do grupo metila). O AU diminuiu o índice de infecção de macrófagos infectados em 62% quando tratado com 10 ?g/mL de AU. Análises ultraestruturais sugeriram que as formas promastigotas incubadas com AU são eliminadas através de morte celular programada. Estudos in vivo mostraram que os animais tratados com 1,0 e 2,0 mg/kg de AU tiveram menor parasitismo no baço (41,6 e 35,8% respectivamente) e no fígado (84,97, 71,31 respectivamente) em relação ao grupo infectado, e histologicamente esses animais apresentaram preservação de polpa branca e vermelha, que se correlacionou com alta taxa de proliferação de células mononucleares esplênicas, sendo as populações caracterizadas como clones do tipo Th1 e Th2. Experimentos ex vivo, demonstraram que a resposta imunológica dos animais tratados com AU e anfotericina B esteve associada a uma resposta mediada por IFN-? e IL-10. Possivelmente, a IL-10 tem um papel na persistência parasitária no baço e fígado dos animais tratados. Além disso, foi visto que o tratamento com AU não leva a amplificação de genes associados a resistência parasitária MRPA e PTR1, porém animais tratados com anfotericina B apresentaram parasitos que amplificaram tais genes. Estes dados indicam que o AU pode ser um interessante composto natural para o desenvolvimento de novas classes de medicamentos contra a leishmaniose visceral, uma vez que os seus efeitos in vitro e in vivo foram comparáveis com aqueles da anfotericina B.
Descrição
Citação
JESUS, Jessica Adriana de. Análise da ação terapêutica dos ácidos oleanólico e ursólico na leishmaniose visceral experimental. 2015. 124 f. Dissertação (Mestrado) - Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Diadema, 2015.
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