"As aglomerações de homens de todas as classes": trabalhadores escravos e livres, brasileiros e imigrantes na construção e início da operação da São Paulo railway (1860-1872)
Data
2016-07-11
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
The dissertation addresses the crowd of subaltern workers employed in construction and the early operation of the first railway in São Paulo, São Paulo Railway, which linked the port of Santos to Jundiaí, from 1860-1872. This crowd was made up of slaves and free workers, Brazilians and immigrants. The resulting achievement of the development of capitalism in the nineteenth century, with its implementation in Brazil still slave, was a symbiosis between slavery and railroad, what to put in discussion the paper is in the transition from slave to free. During the period of construction of the SPR, the presence of slaves in the construction sites was a constant, despite legislation prohibiting this employment. The context of the construction of the SPR was also marked by the Paraguayan War (1864-1870), an event that led to the recruitment of Brazilian workers employed in the works, despite the exemption they had for the Army and National Guard. Brazilian workers with the Portuguese made up the majority of the workforce in the works. Many conflicts involving workers and other staff of different nationalities took place. However, the main conflict was between the Brazilians and the Portuguese. At certain times, such claims as that of late payments, led the workers to come together in defense of their interests, at other times, divisions, mainly related to nationality issues just hindered the process of class identity formation among these workers, at least during the phase of construction of the railway.
A dissertação aborda a multidão de trabalhadores subalternos empregados nas obras de construção e no início da operação da primeira ferrovia de São Paulo, a São Paulo Railway, ligando o porto de Santos a Jundiaí, no período de 1860-1872. Essa multidão era formada por trabalhadores escravos e livres, brasileiros e imigrantes. Empreendimento resultante do desenvolvimento do capitalismo no século XIX, quando de sua implantação no Brasil ainda escravista, ocorreu uma simbiose entre escravidão e ferrovia, o que coloca em discussão o papel desta na transição do trabalho escravo para o livre. No período de construção da SPR, a presença de escravos nos canteiros de obras foi uma constante, apesar de a legislação proibir esse emprego. O contexto de construção da SPR também foi marcado pela Guerra do Paraguai (1864-1870), fato que ocasionou o recrutamento de trabalhadores brasileiros empregados nas obras, apesar da isenção que eles possuíam para o Exército e Guarda Nacional. Os operários brasileiros juntamente com os portugueses compunham a maior parte da força de trabalho presente nas obras. Muitos conflitos envolvendo os trabalhadores e outros agentes de diversas nacionalidades ocorreram. Entretanto, os principais conflitos foram entre os brasileiros e os portugueses. Se em certos momentos, como aqueles de reivindicações de pagamentos atrasados, os operários se uniram em defesa de seus interesses, em outros momentos, as divisões, relacionadas principalmente a questões de nacionalidade acabou dificultando um processo de formação de identidade de classe entre esses trabalhadores, ao menos durante a fase de construção da estrada de ferro.
A dissertação aborda a multidão de trabalhadores subalternos empregados nas obras de construção e no início da operação da primeira ferrovia de São Paulo, a São Paulo Railway, ligando o porto de Santos a Jundiaí, no período de 1860-1872. Essa multidão era formada por trabalhadores escravos e livres, brasileiros e imigrantes. Empreendimento resultante do desenvolvimento do capitalismo no século XIX, quando de sua implantação no Brasil ainda escravista, ocorreu uma simbiose entre escravidão e ferrovia, o que coloca em discussão o papel desta na transição do trabalho escravo para o livre. No período de construção da SPR, a presença de escravos nos canteiros de obras foi uma constante, apesar de a legislação proibir esse emprego. O contexto de construção da SPR também foi marcado pela Guerra do Paraguai (1864-1870), fato que ocasionou o recrutamento de trabalhadores brasileiros empregados nas obras, apesar da isenção que eles possuíam para o Exército e Guarda Nacional. Os operários brasileiros juntamente com os portugueses compunham a maior parte da força de trabalho presente nas obras. Muitos conflitos envolvendo os trabalhadores e outros agentes de diversas nacionalidades ocorreram. Entretanto, os principais conflitos foram entre os brasileiros e os portugueses. Se em certos momentos, como aqueles de reivindicações de pagamentos atrasados, os operários se uniram em defesa de seus interesses, em outros momentos, as divisões, relacionadas principalmente a questões de nacionalidade acabou dificultando um processo de formação de identidade de classe entre esses trabalhadores, ao menos durante a fase de construção da estrada de ferro.
Descrição
Citação
ANDRADE, Paulo Rodrigues de. "As aglomerações de homens de todas as classes": trabalhadores escravos e livres, brasileiros e imigrantes na construção e início da operação da São Paulo railway (1860-1872). 2016. 248 f. Dissertação (Mestrado) - Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Guarulhos, 2016.