As arritmias ventriculares na Doença de Chagas não são fenômenos aleatórios: estudo sobre a determinação do índice de previsibilidade através da monitorização de longo prazo

Data
2016-04-15
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Background: The variability of ventricular arrhythmias among days of week in patients with Chagas disease is not detected by 24 hours of Holter monitoring. Objective: To analyze whether these arrhythmias are a random phenomenon or have some predictable pattern suggestive of long-term memory effect and reproducible behavior in patients with Chagas cardiomyopathy. Methods: Daily Holter monitoring was recorded in 16 subjects with mean age of 52±8 years. They were clinically stable and without signs of heart failure. The arrhythmic episodes analyzed during the days of monitoring were ventricular couplets, isolated premature ventricular contractions (PVCs), and non-sustained ventricular tachycardia (NSVT). The recording occurred during seven consecutive days for each patient, totaling 98 hours of monitoring. Each recording days was compared among themselves from the first until the seventh and last day. Statistical analysis: Considering the data format when presented in graphic of time series and to prove whether a phenomenon is or is not random, we choose the Hurst method (Hurst Exponent - H) to analyze the data. Result of H > 0.5 and ? 1 would imply in non- random phenomenon and possible long-term memory effect. It was also estimated the Fractal Dimension (D) and the Predictability Index (PI) of these events. To compare the incidence and variability of those events among days of the week, we analyzed the arrhythmic findings by the ANOVA with Repeated Measures. Results: The Hurst Exponent was significant > 0.5 in all 16 patients, which confirm the non-randomness of these arrhythmias in this Chagas? sample. The predictability index for ventricular couplets and isolated PVCs were on average 38% and 54%, respectively. ANOVA with measure repeated showed significant differences on daily frequency and expression pattern of ventricular couplets (n = 15, p ? 0.05), Isolated PVC (n = 12, p ? 0.05) and NSVT (n = 7, p ? 0.05). Conclusion: Ventricular arrhythmias in Chagas cardiomyopathy are not random phenomena but possibly long-term memory expression of cardiac cells. The arrhythmic occurrences in these patients showed no similarity among days in the analyzed period. Alternatively, it was detected large variations in the frequency and type of arrhythmias, making it unlikely that 24 hours of Holter recording may capture the variability of this phenomenon.
Fundamentos: A variabilidade das arritmias ventriculares (AV) em pacientes portadores da doença de Chagas, entre os diferentes dias da semana, não é detectada pelo exame Holter de 24 horas. Objetivos: Observar se há um padrão de ocorrência que caracterize comportamento persistente ou efeito de memória de longo prazo nos pacientes com miocardiopatia chagásica e, ainda, calcular o índice de previsibilidade para esses fenômenos. Métodos: Foram realizadas gravações de Holter diárias em 16 indivíduos com idade média 52 ? 8 anos, 75% de mulheres, todos com sorologia positiva para a doença de Chagas. Eles estavam clinicamente estáveis e sem sinais de insuficiência cardíaca. Para análise das diferenças nos dias de monitorização foram considerados os episódios arrítmicos de extrassístoles ventriculares isoladas (EVI), extrassístoles ventriculares pareadas (EVP) e taquicardia ventricular não sustentada (TVNS) acumulados durante 14h diárias por sete dias consecutivos para cada paciente, totalizando 98h de monitorização. As 14h diárias foram comparadas consecutivamente até o sétimo dia. Análise estatística: Considerando a apresentação inicial dos gráficos das séries temporais de episódios arrítmicos, escolhemos a análise pelo Método de Hurst (Expoente de Hurst ? H ou Análise R/S), empregado para o estudo de séries temporais com o intuito de provar se um fenômeno é aleatório ou não. Quando o H > 0,5 e ? 1 implica em um fenômeno não randômico e demonstra um efeito de memória de longo prazo. A dimensão fractal (D) e o índice de previsibilidade (IP) também foram estimados. Considerando a variabilidade das arritmias, e, comparando a sua incidência entre os vários dias da semana, os dados também foram submetidos à análise de variância (ANOVA) para medidas repetidas. Resultados: O Expoente de Hurst foi significativamente > 0,5 em todos os 16 pacientes, o que confirma a não aleatoriedade dessas arritmias na amostra de Chagas. O Índice de Previsibilidade médio para as formas pareadas foi de 38% e para as formas isoladas de 54%. ANOVA para medidas repetidas mostrou diferença na frequência e padrão de manifestação das EVP (n= 15, p ? 0,05), EVI (n = 12, p ? 0,05) e TVNS (n=7, p ? 0,05). Conclusão: As arritmias ventriculares na miocardiopatia chagásica não são fenômenos aleatórios, mas sim, expressão de persistência e memória de longo prazo das células cardíacas. A ocorrência das arritmias ventriculares nesses xv pacientes não apresentou similaridade entre os dias no período analisado. Detectaram-se, alternativamente, amplas variações de frequência e tipo de arritmias, tornando improvável que a gravação de Holter de 24h possa captar esse tipo de fenômeno.
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Citação
SILVA, Nancy Christiane Ferreira. As arritmias ventriculares na Doença de Chagas não são fenômenos aleatórios: estudo sobre a determinação do índice de previsibilidade através da monitorização de longo prazo. 2016. 111 f. Tese (Doutorado em Medicina: Cardiologia) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2016.
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