Receptor de estrogênio beta como marcador preditivo de resposta no tratamento neoadjuvante do carcinoma de mama com anastrozol e tamoxifeno
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Data
2014-09-30
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Background: The role of estrogen receptor beta (ER-β) in breast cancer (BC) remains unclear. Some studies have suggested that ER-β may oppose the actions of estrogen receptor alpha (ER-α), and clinical evidence has indicated that the loss of ER-β expression is associated with a poor prognosis and resistance to endocrine therapy. The objective of the present study is to determine the role of ER-β and the ER-α/ER-β ratio in
predicting the response to endocrine therapy and whether different regimens have any effect on ER-β expression levels. Methods: Ninety postmenopausal patients with primary
BC were recruited for a short-term double-blinded randomized prospective controlled study. To determine tumor cell proliferation, the expression of Ki67 was measured in tumor biopsy samples taken before and after 26 days of treatment with anastrozole 1
mg/day (N = 25), tamoxifen 20 mg/day (N = 24) or placebo (N = 29) of 78 participants. The pre- and post-samples were placed in tissue microarray blocks and submitted immunohistochemical assay. Biomarker statuses (ER-β, ER-α and Ki67) were obtained by comparing each immunohistochemical evaluation of the pre- and post-surgery samples using the semi-quantitative Allred´s method. Statistical analyses were performed using an ANOVA and Spearman´s correlation coefficient tests, with significance at p ≤ 0.05. Results: The frequency of ER-β expression did not change after treatment (p = 0.33). There were no significant changes in Ki67 levels in ER-β-negative cases (p = 0.45), but in the ER-β-positive cases, the anastrozole (p = 0.01) and tamoxifen groups (p = 0.04) presented a significant reduction in post-treatment Ki67 scores. There was a weak but positive correlation between the ER-α and ER-β expression levels. Only patients with an ER-α/ER-β expression ratio between 1 and 1.5 demonstrated significant differences in Ki67 levels after treatment with anastrozole (p = 0.005) and tamoxifen (p = 0.026). Conclusions: These results provide additional data that indicate that the measurement of
ER-β in BC patients may help predict tamoxifen and anastrozole responsiveness in the neoadjuvant setting. These effects of hormonal treatment appear to be dependent on the ratio of ER-α/ER-β expression.
Introdução: O papel do receptor de estrogênio beta (RE-β) no carcinoma de mama ainda não está esclarecido. Alguns estudos têm sugerido que o RE-β pode apresentar ações opostas ao receptor de estrogênio alfa (RE-α), e evidências clínicas indicaram que a perda de expressão do RE-β está associada a pior prognóstico e resistência à terapia endócrina. O objetivo do presente estudo é determinar o papel do RE-β e da razão de proporção RE-α/RE-β como marcadores preditivos de resposta à endocrinoterapia de curta duração do carcinoma de mama tratado com anastrozol e tamoxifeno e se os diferentes regimes de tratamento têm algum efeito sobre os níveis de expressão do RE-β. Métodos: Noventa pacientes na pós-menopausa com carcinoma primário de mama foram recrutadas para um estudo prospectivo neoadjuvante de curta duração, randomizado, duplo-cego e placebo-controlado. Para determinar o índice de proliferação das células tumorais, a expressão de Ki67 foi avaliada em amostras de biópsias antes e depois de 26 dias de tratamento com anastrozol 1 mg / dia (n = 25), tamoxifeno 20 mg / dia (n = 24) ou placebo (n = 29) nas 78 participantes finais. As amostras obtidas nas biópsias prévias e após tratamentos foram dispostas em blocos de tissue microarray e coradas por imunoistoquímica. A avaliação dos biomarcadores (RE-β, RE-α e Ki67) foi feita de forma semiquantitativa pelo escore de Allred. As análises estatísticas foram realizadas utilizando-se ANOVA e o teste de coeficiente de correlação de Spearman, com significância de p ≤ 0,05. Resultados: A expressão do RE-β não variou após tratamento (p = 0,33). Não houve alterações significativas nos níveis de Ki67 nos casos negativos para RE-β (p = 0,45), mas nos casos positivos, os grupos tratados com anastrozol (p = 0,01) e tamoxifeno (p = 0,04) apresentaram redução significativa na proliferação celular após exposição às drogas. Houve correlação fraca, mas positiva entre os níveis de expressão do RE-α e do RE-β. Somente as pacientes com razão de proporção de expressão RE-α/RE-β entre 1 e 1,5 demonstraram diferenças significativas nos níveis de Ki67 após o tratamento com anastrozol (p = 0,005) e tamoxifeno (p = 0,026). Conclusões: Estes resultados fornecem dados adicionais que indicam que a avaliação neoadjuvante do RE-β em pacientes com carcinoma de mama pode ajudar a prever a resposta ao tratamento com tamoxifeno e anastrozol. Estes efeitos da terapia endócrina do carcinoma de mama parecem ser dependentes da proporção de expressão RE-α/RE-β.
Introdução: O papel do receptor de estrogênio beta (RE-β) no carcinoma de mama ainda não está esclarecido. Alguns estudos têm sugerido que o RE-β pode apresentar ações opostas ao receptor de estrogênio alfa (RE-α), e evidências clínicas indicaram que a perda de expressão do RE-β está associada a pior prognóstico e resistência à terapia endócrina. O objetivo do presente estudo é determinar o papel do RE-β e da razão de proporção RE-α/RE-β como marcadores preditivos de resposta à endocrinoterapia de curta duração do carcinoma de mama tratado com anastrozol e tamoxifeno e se os diferentes regimes de tratamento têm algum efeito sobre os níveis de expressão do RE-β. Métodos: Noventa pacientes na pós-menopausa com carcinoma primário de mama foram recrutadas para um estudo prospectivo neoadjuvante de curta duração, randomizado, duplo-cego e placebo-controlado. Para determinar o índice de proliferação das células tumorais, a expressão de Ki67 foi avaliada em amostras de biópsias antes e depois de 26 dias de tratamento com anastrozol 1 mg / dia (n = 25), tamoxifeno 20 mg / dia (n = 24) ou placebo (n = 29) nas 78 participantes finais. As amostras obtidas nas biópsias prévias e após tratamentos foram dispostas em blocos de tissue microarray e coradas por imunoistoquímica. A avaliação dos biomarcadores (RE-β, RE-α e Ki67) foi feita de forma semiquantitativa pelo escore de Allred. As análises estatísticas foram realizadas utilizando-se ANOVA e o teste de coeficiente de correlação de Spearman, com significância de p ≤ 0,05. Resultados: A expressão do RE-β não variou após tratamento (p = 0,33). Não houve alterações significativas nos níveis de Ki67 nos casos negativos para RE-β (p = 0,45), mas nos casos positivos, os grupos tratados com anastrozol (p = 0,01) e tamoxifeno (p = 0,04) apresentaram redução significativa na proliferação celular após exposição às drogas. Houve correlação fraca, mas positiva entre os níveis de expressão do RE-α e do RE-β. Somente as pacientes com razão de proporção de expressão RE-α/RE-β entre 1 e 1,5 demonstraram diferenças significativas nos níveis de Ki67 após o tratamento com anastrozol (p = 0,005) e tamoxifeno (p = 0,026). Conclusões: Estes resultados fornecem dados adicionais que indicam que a avaliação neoadjuvante do RE-β em pacientes com carcinoma de mama pode ajudar a prever a resposta ao tratamento com tamoxifeno e anastrozol. Estes efeitos da terapia endócrina do carcinoma de mama parecem ser dependentes da proporção de expressão RE-α/RE-β.
Descrição
Citação
MADEIRA, Marcelo. Receptor de estrogênio beta como marcador preditivo de resposta no tratamento neoadjuvante do carcinoma de mama com anastrozol e tamoxifeno. 2014. 92 f. Tese (Doutorado) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2014.