Siyude (senhorita): as “traduções” matses do contato histórico com missionárias do Summer Institute of Linguistics Sil

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Data
2015-07-28
Autores
Dias, Ricardo Lopes [UNIFESP]
Orientadores
Pompa, Maria Cristina [UNIFESP]
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
In the 2000s, a vision of an elderly woman radically changed the indigenous community of the Matsés people in the Brazilian Amazon. The central character of this vision was an evangelical missionary from the Summer Institute of Linguistics (SIL), or in the perspective of the Matsés, her mythical figure developed among the Brazilian communities. Ever since her initial contact in 1969, the relationship between the missionary and the people has developed unwanted interpretations, culminating in the mystification of his own figure and causing her to be feared as an architect of death and misfortune. The possibilities for anthropological analysis of this phenomenon are numerous and lead to different ramifications, when not conflicting. Presented here is a historical-anthropological analysis of the symbolic construction process of Siyude (Miss), the central character of this story, from considerations of authors working in this perspective as Marshall Sahlins, Eduardo Viveiros de Castro, Cristina Pompa and Paula Montero, among others. The empirical material consists of the memory as well as events and narratives, digitally archived by a also a missionary, now, a training anthropologist proposes a re-examination of the phenomenon seeking the Indian way of understanding otherness, his cosmological translation, in this case of the religious figure of an evangelical mission, articulating historical and linguistic factors of context.
Nos anos 2000 uma visão de uma anciã muda radicalmente uma comunidade indígena da etnia Matses na Amazônia brasileira. A personagem central desta visão era uma missionária evangélica do SIL - Summer Institute of Linguistics, ou melhor, a figura mítica que ela representava na perspectiva Matses nas comunidades brasileiras. A relação missionária-povo, desde a sua recepção por ocasião do contato inicial em 1969 permite leituras não necessariamente desejadas pela missionária culminando com a mitificação de sua figura, tornando-a temida e causadora de infortúnios e mortes. As possibilidades de análise antropológica desse fenômeno são variadas e conduzem a desdobramentos diversos, quando não conflitantes. É apresentada aqui uma análise histórico-antropológica do processo de construção simbólica da Siyude (Senhorita), a personagem central desta história, a partir das considerações de autores que trabalham nesta perspectiva como Marshall Sahlins, Eduardo Viveiros de Castro, Cristina Pompa e Paula Montero, entre outros. O material empírico é constituído pela memória bem como os eventos e narrativas digitalmente arquivadas por um também missionário, que agora, antropólogo, se propõe a uma reanálise do fenômeno, buscando a maneira indígena de compreender a alteridade por sua tradução cosmológica, neste caso, a do encontro com a missão, articulando fatores históricos e linguísticos do contexto.
Descrição
Citação
DIAS, Ricardo Lopes. Siyude (senhorita): as “traduções” matses do contato histórico com missionárias do summer institute of linguistics sil. 2015. 209 f. Dissertação (Mestrado) - Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Guarulhos, 2015.