Quadro de decisão e disposição para pagar com medidas de preferência para duas opções de tratamento da nefrite lúpica

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Data
2007
Autores
Abreu, Mirhelen Mendes de [UNIFESP]
Orientadores
Ferraz, Marcos Bosi [UNIFESP]
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
INTRODUÇÃO: Na decisão compartilhada, o paciente e o médico trocam informações, permitindo uma decisão consensual. Quadro de Decisão (QD): instrumento de auxílio ao médico para expor riscos e benefícios de uma questão clínica. A decisão é baseada em preferências. Disposição Para Pagar (DPP): ferramenta que pode mensurar a força da preferência expressa através do QD. OBJETIVOS: (1) Desenvolver e avaliar as propriedades de reprodutibilidade e validade do QD e da ferramenta DPP como instrumentos de mensuração das preferências de pacientes (P) com lúpus eritematoso sistêmico (LES). (2) Avaliar as preferências de P e de médicas não reumatologistas da UNIFESP (M) para duas opções de tratamento da nefrite lúpica (NL), expostas pelo QD. METODOLOGIA: Amostra: Inclusão: Sexo feminino, entre 18 a 50 anos. (1) P: pacientes com LES, ambulatório de reumatologia da UNIFESP e (2) M, considerando a hipótese de serem pacientes com LES. Exclusão: P: psicose; analfabetismo. M: recusa em participar. Etapas: (1) Avaliação clínica, para P e, para ambas M e P, avaliação econômica e de qualidade de vida, através dos questionários CCEB e SF-36, respectivamente. (2) Aplicação do QD: (a) informações sobre LES; (b) duas opções de tratamento (oral e parenteral), com riscos e benefícios distintos; (c) lista com oito potenciais efeitos colaterais (EC); (d) seleção de três dos oito potenciais EC; (e) decisão pelo tratamento. Justificativa da decisão. Segue o questionário de DPP (formatos dicotômico e leilão), para o tratamento escolhido. RESULTADOS: Média (DP) de idade: 34, 3 (8, 34) anos para o grupo das pacientes e 31,0 (7,39), para as médicas. Freqüência da seleção dos efeitos colaterais: (1) P: câncer pelo remédio (44,2%), queda de cabelo (21,6%) e infecção grave (19,1%). M: câncer pelo remédio (45,5%), infecção grave (33,1%) e esterilidade (12,5%). Decisão pelo tratamento: a favor da Opção 1 (medicação oral), sendo 68% para as pacientes e 96% para as médicas (P<0.00 1). Justificativa da decisão de tratamento (P e M, respectivamente): risco (47.7 e 68.9%), efetividade (12.2 e 2.0%), ¿trade-off¿ entre riscos e benefícios (2.3 e 22.3 %) e praticidade (37.8 e 5.9 %). A avaliação dessas diferenças mostrou-se estatisticamente significante (P<0.001). Reprodutibilidade: Kappa: 0,757 (p<0,001), para a decisão do tratamento; 0,723, para o formato dicotômico e 0, 764, para o formato leilão. Evidências da validade de constructo: (1) predição da decisão final de tratamento da NL a partir da seleção dos eventos adversos (p= 0,047), (2) o conteúdo exposto foi compreensível (p=0,005) e (3) antecedentes clínicos como tempo de doença (p<0,001) e NL (p=0,005) influenciaram a decisão do tratamento. Para DPP, a validade foi evidenciada pela avaliação das variáveis que influenciaram o aceite e o leilão. As discrepantes preferências entre médicas e pacientes foram testadas por um modelo de análise univariada e bivariada. CONCLUSÕES: (1) QD é uma ferramenta válida para auxiliar a exposição das questões clínicas aos pacientes. (2) DPP é uma ferramenta válida para mensurar a força da preferência expressa através do QD. (3) Pacientes e médicas possuem diferentes preferências quanto aos desfechos das decisões referentes ao cenário exposto pelo QD.
Descrição
Citação
São Paulo: [s.n.], 2007. 200 p.