Prevenção do uso indevido de drogas: avaliação de conhecimentos e atitudes dos coordenadores pedagógicos das escola públicas de ensino fundamental da cidade de São Paulo

Data
2005
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
RESUMO Objetivo: diagnóstico da situação atual de conhecimentos e de atitudes dos Coordenadores Pedagógicos CP das escolas municipais de ensino fundamental da cidade de São Paulo em relação ao uso indevido de substâncias psicoativas pelos alunos. Método: corte transversal com amostra probabilística de 20 por cento das Escolas Municipais de Ensino Fundamental da cidade de São Paulo, das quais foi sorteado um coordenador pedagógico para aplicação de 4 questionários de auto-aplicação: (1) formação e dados pessoais do profissional e dados das escolas; (2) avaliação de atitudes em situações relacionadas ao uso indevido de drogas; (3) avaliação de conhecimentos sobre o tema; (4) avaliação da adequação das propostas de promoção de saúde e temas transversais na escola e da escola promotora de saúde. Além de um questionário preenchido pelo entrevistador: (5) questionário de avaliação do entorno. Foi testada associação entre a presença ou não da exposição do coordenador pedagógico aos conhecimentos de prevenção do uso indevido de drogas, os conhecimentos sobre o assunto apresentados e suas atitudes, por meio de tabelas de contingência e a significância estatística testada pelo Qui-Quadrado, Teste Exato de Fisher, teste T de Studant, ou correlação de Spearmam ou de Pearson. Resultados: perfil da EMEF: funciona há 29 ± 16,8 anos, em 4 períodos (61 por cento); tem 1510 :t 653 alunos, 64 ± 30 professores, 24,7 ± 8,4 alunos por professor, 13,5 :t 6,4 salas de aula por escola, ocupadas por 32,2 :t 9 alunos. Perfil do CP: sexo feminino (91,7 por cento), cristão (89,4 por cento), com alguma freqüência no templo / igreja (60,7 por cento), casado / união estável (50,6 por cento), tem filhos (58,8 por cento), paulistano (81,7 por cento), idade = 43 ± 6,9 anos. Formação do CP: tem especialização ou mestrado (41 por cento), fizeram curso preparatório para CP (17,3 por cento), participou de algum curso sobre drogas (57,3 por cento), atuam como CP há 5,4 ± 4 anos; tempo total de trabalho em escolas = 18,9 ± 7,4 anos, tempo de trabalho como professor = 14,5 ± 6,2 anos. Escores da Escala de Atitudes: 11,5 ± 3,8 (valores possíveis: de -17 a +21). Isto significa que, no geral, os valores encontrados representam atitudes mais compreensivas. Escores da Escala de Conhecimentos Sobre Drogas: 55,2 :t 12,5. Escore médio nas questões (O a 10): sobre o crack = 7 (respostas "não sei" = 5,7 por cento); sobre drogas ilícitas = 6 (respostas "não sei" = 18 por cento); sobre dependente químico = 6 ("não sei" = 16 por cento); sobre o álcool = 4 ("não sei" = 8 por cento). Correlação Escala de Atitudes com Tempo de atuação como CP: R = -0,288; P < 0,01. Diferença de médias da Escala de Atitudes com formação dos CP = -1,93, t = 2,26; gl 80; p < 0,05. Não houve correlação entre conhecimento do CP e: características das escolas; exercício profissional do CP; formação do CP, incluindo cursos sobre drogas e exposição à discussão sobre Redução de Danos. Média na Escala de Conhecimentos no grupo de atitudes de afastamento: diferença de médias é significante para t = 2,74; gl = 85; p < 0,01. orrelação de escores na Escala de Atitudes e Conhecimentos sobre Fatores ssociados ao Risco para o Abuso de Substâncias: R = 0,373, p < 0,01. Conclusões: foi encontrado um descompasso entre o conhecimento geral sobre drogas apresentado pelos entrevistados e as atitudes em situações direta ou indiretamente relacionadas ao uso indevido de drogas nas escolas. O Conhecimento sobre drogas dos educadores é mediano, com melhor desempenho nas questões sobre drogas ilícitas e menor desempenho nas questões sobre o álcool. O conhecimento não se mostrou influenciado pela formação dos CP, está associado ao maior número de pedidos de afastamento da escola e atitudes menos compreensivas na situação de aluno dependente. As atitudes são predominantemente compreensivas, associadas diretamente à formação geral do CP (ter pós-graduação) e ao conhecimento dos fatores associado ao risco para o uso de drogas, e inversamente associadas ao tempo de atuação como CP. Os educadores encontram-se prensados, de um lado a orientação pedagógica vigente que propõe atitudes compreensivas e inclusivas para com os alunos, que é corroborada pela própria prática destes, atenta e sensível às necessidades dos seus alunos; de outro lado, a sobrecarga de trabalho e de responsabilidade e a representação social preconceituosa do uso e do usuário de drogas ilícitas, inserida na sociedade ocidental-moderno-contemporânea que continua a criar seus bodes expiatórios.
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São Paulo: [s.n.], 2005. 126 p.