Mestrado Profissional em Saúde da Família (ProfSaúde)

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    Mulheres em situação de rua em uma Região do Município de São Paulo e suas necessidades de saúde
    (Universidade Federal de São Paulo, 2023-03-28) Takayanagi, Lina Solange Vargas Perez [UNIFESP]; Spedo, Sandra Maria [UNIFESP]; Pinto, Nicanor Rodrigues da Silva [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/1731404918901532; http://lattes.cnpq.br/7406770563801350; http://lattes.cnpq.br/620173109513682; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
    Atualmente, um contingente considerável de pessoas vive em situação de rua, principalmente nas grandes cidades, no Brasil e no mundo. Esse fenômeno está relacionado com o aumento das desigualdades sociais, com o desemprego, o empobrecimento e a privação de bens e direitos. A vida nas ruas por período prolongado leva à diminuição e perda de vínculos sociais, exposição à violências e preconceitos, carência de itens básicos à sobrevivência, o que pode levar ao agravamento de condições de saúde, tanto físicas quanto mentais. Mulheres que vivem na rua são minoria em relação aos homens, contudo estão mais expostas a situações de vulnerabilidade e violência. O objetivo principal deste estudo foi compreender a percepção de mulheres em situação de rua sobre suas necessidades de saúde, em uma região do município de São Paulo (SP). Realizou-se um estudo de abordagem qualitativa, por meio de entrevistas em profundidade, de oito mulheres que vivem em situação de rua em territórios da região Sudeste do município de São Paulo, cisgênero e transgênero, tendo como referência o método da história de vida. As entrevistas foram gravadas em áudio e transcritas. A partir do conteúdo dessas entrevistas e do diário de campo, foram elaboradas narrativas das histórias de vida que foram analisadas a partir da técnica da análise de conteúdo. As necessidades relatadas pelas mulheres em situação de rua vão muito além das necessidades de saúde relacionadas a fatores biológicos e serviços de saúde. Suas identidades pessoais e coletivas, bem como suas condições de vida expandem os limites das necessidades em saúde dessas mulheres. Suas principais necessidades estão relacionadas a ter uma casa para morar, com os filhos; viver sem preocupação, a cada dia, se conseguirá comer alguma coisa; olhar as pessoas na rua sem ser julgada e/ou discriminada; viver sem medo de sofrer violências de pessoas e/ou do Estado. O acesso a serviços de saúde não foi destacado como problema relevante para essas mulheres. E, apesar de presentes em seus cotidianos, observou-se que esses serviços parecem não conseguir escutar os pedidos de socorro destas mulheres e dar encaminhamentos compatíveis a suas necessidades e expectativas. Explicitaram que o maior sonho era ter uma moradia digna, que não fosse a rua ou a calçada; essa seria a necessidade prioritária para essas mulheres.
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    Mulheres da Lida: percepções de trabalhadoras rurais sobre vida, trabalho e saúde em rodas de Terapia Comunitária Integrativa na Atenção Primária a Saúde em Eldorado-SP
    (Universidade Federal de São Paulo, 2023-02-14) Lima, Elza Domingues de [UNIFESP]; Kinker, Fernando Sfair [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/9428178474782359; http://lattes.cnpq.br/5023657753024270; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
    Trata-se de uma pesquisa realizada no município de Eldorado-SP, com trabalhadoras rurais. Essas mulheres acessavam o serviço de saúde tardiamente, resultando numa condição de vulnerabilidade para o adoecimento; muitas eram arrimo de família. O estudo propôs verificar as perspectivas das trabalhadoras sobre sua condição de vida, trabalho e saúde, utilizando uma estratégia de cuidado interventivo: a Terapia Comunitária Integrativa. Esta metodologia, considerada uma Prática Integrativa e Complementar de Saúde, possibilita inclusão, sendo possível desenvolver ações preventivas e de promoção de saúde, ampliar o olhar sobre o autocuidado, além da prevenção dos agravos. O campo da pesquisa foi o território da Estratégia da Saúde da Família Itapeúna, área rural no município de Eldorado-SP. Este estudo proporcionou a descoberta de um cotidiano rural onde as protagonistas passavam por situações de desigualdade, desvalorização e subordinação. Foram realizadas quatro rodas de Terapia Comunitária, duas com temas livres e duas temáticas que foram analisadas, categorizadas e codificadas, utilizando-se a técnica da análise temática de conteúdo. Os dados foram coletados nas fichas de registro das rodas de terapia, sendo este instrumento avaliado ao término da intervenção. A coleta de informações demonstrou que as trabalhadoras rurais enfrentavam conflitos relacionais: família, trabalho e serviços de saúde. A habilidade de superação dessas mulheres se apoiava na busca do reforço familiar, na espiritualidade, comunidade e redes de apoio. A mudança ocorrida após a pesquisa foi evidenciada através da conquista de um base de atendimento da ESF naquele local, movimento iniciado pelas participantes e equipe da Estratégia da Saúde da Família. A pesquisa, de caráter qualitativo e interventivo, teve por objetivo a investigação científica, territorial de uma realidade vivenciada por trabalhadoras rurais, numa região de Eldorado (SP), no Vale do Ribeira, “mulheres da lida”, num contexto de vulnerabilidade social e de saúde. Utilizou-se a TCI como estratégia provocativa para modificação do contexto existencial, o que facilitou a identificação das dificuldades e facilitadores para potenciais mudanças, uma metodologia desenvolvida numa perspectiva de socialização, interação, trocas e construções coletivas.
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    Alocação de Recursos da Atenção Básica: influências da qualificação dos registros de atendimento dos portadores de hipertensão arterial sistêmica em uma Unidade Básica de Saúde de Diadema
    (Universidade Federal de São Paulo, 2023-01-17) Carvelo, Thamiris Iversen Muraro [UNIFESP]; Junqueira, Virginia [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/5029984524343235; http://lattes.cnpq.br/1912906462702779; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
    Desde o advento do SUS as modalidades de alocação e os critérios de transferências de recursos para a Atenção Básica (AB) foram modificados em várias ocasiões, sendo resultante da contenção global de investimentos nas áreas sociais, que, por sua vez, repercute na diminuição da oferta de serviços públicos e da responsabilidade do Estado, impulsionando a mercantilização da Saúde e consolidando o subfinanciamento e desfinanciamento do sistema público nacional de saúde. Em 2020, substituindo o modelo do Piso de Atenção Básica, foi instituído o Previne Brasil que considera o pagamento da AB por capitação ponderada, por desempenho (indicadores) e por adesão a ações estratégicas. Dentre os indicadores avaliados quadrimestralmente, um deles é o registro adequado da verificação de pressão arterial nos hipertensos cadastrados na unidade básica de saúde (UBS) e, por representar grande parcela de usuários cadastrados, a produção deste indicador impacta substancialmente na remuneração da AB. Objetivo: analisar as repercussões na organização de trabalho da equipe, da mudança na alocação de recursos para a AB, do requisito de qualidade nos registros de atendimento exigido pelo novo modelo de financiamento durante o período de estudo em uma UBS do município de Diadema. Método: estudo qualitativo a partir da coleta dos registros profissionais de médicos e enfermeiros em 300 prontuários eletrônicos de usuários hipertensos (25% da quantidade de usuários hipertensos cadastrados) em uma UBS de Diadema no período de setembro a dezembro de 2021, dos dados contidos em base do e-SUS AB / PEC (Prontuário Eletrônico do Cidadão). Foram analisadas as anotações referentes às consultas e à medição da pressão arterial no campo adequado do PEC. O contexto no qual se passou a implantação dessa modalidade de alocação de recurso na UBS foi registrado por diário de campo a partir da vivência da pesquisadora meio às mudanças e ao cenário de ocorrência da pandemia da COVID 19. Resultados: a UBS considerada estava com o cadastramento de usuários atualizado apresentando, portanto, adequação a um dos critérios para capitação ponderada do Previne Brasil. Entre o período de setembro a dezembro de 2021, foram registrados 24 atendimentos de usuários hipertensos cadastrados sendo todos realizados por médicos. Ocorreram mudanças na organização de trabalho decorrentes da pandemia da COVID 19 e da estrutura interna do serviço, principalmente, quanto à composição da equipe e à escassez do profissional médico que centraliza a produção dos indicadores de desempenho; dificuldades com a indisponibilidade de acesso à internet e inconsistências do PEC também são fatores que podem incidir negativamente na produção de indicadores. Conclusão: o modelo de financiamento do Previne Brasil molda a organização de trabalho baseada no desempenho de produtividade, primordialmente do profissional médico, desconsiderando a qualificação neste processo e seu efeito possível na saúde da população usuária do serviço. Além disso, fere o princípio da universalidade ao atrelar o valor da alocação dos recursos ao quantitativo de pessoas cadastradas. Fatores como o investimento cronicamente insuficiente para manutenção da equipe completa e a vulnerabilidade do município de Diadema impactam na assistência e na disponibilidade de recursos em saúde para o município.
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    Acesso à saúde: experiências e percepções de moradores do território e de trabalhadores de uma Unidade Básica de Saúde
    (Universidade Federal de São Paulo, 2023-01-20) Schneider Filho, Douglas Augusto [UNIFESP]; Mendes, Rosilda [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/3746693286898810; http://lattes.cnpq.br/6169921354330428; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
    O direito à saúde foi inscrito na Constituição Brasileira de 1988, como produto das lutas sociais dos brasileiros pela reforma sanitária. Ao legitimar esse direito, a Constituição adotou um conceito ampliado de saúde, incorporando uma dimensão relacionada com a implementação de políticas públicas para a redução do risco de doenças e de outros agravos, e outra que contempla o acesso universal e igualitário às ações para sua promoção, proteção e recuperação, através do Sistema Único de Saúde (SUS). A concretização desses direitos no cotidiano da sociedade tem caráter processual, mas até aqui, decorridos 34 anos de aprovação da Constituição de 1988, são notórias as desigualdades nas condições de saúde entre os diferentes grupos sociais e entre as regiões brasileiras, assim como são grandes as desigualdades no acesso aos serviços de saúde do SUS. Esta pesquisa buscou analisar o acesso à saúde pelos moradores da área de abrangência da Unidade Básica de Saúde (UBS) Vila Nova York, localizada no Distrito Administrativo de Aricanduva, na cidade de São Paulo. A metodologia é qualitativa e os dados foram produzidos a partir das experiências e percepções de moradores do território e de trabalhadores da Unidade, captadas em 22 entrevistas semiestruturadas com moradores e em três Rodas de Conversa com um grupo de trabalhadores, além de registros feitos em Diários de Campo. Os resultados são apresentados segundo quatro categorias: “o acesso à UBS Vila Nova York – há de fato barreiras?”, “o acesso à UBS Vila Nova York: a atenção às diferentes necessidades e demandas dos moradores”, “o papel dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) como mediadores do acesso à UBS” e “há mesmo usuários e não usuários da UBS?” Eles indicam um bom nível de acesso da população ao serviço, com diversas iniciativas da Unidade para potencializar esse acesso, além de evidenciarem vínculos sólidos entre os trabalhadores da UBS, especialmente os ACS, e os moradores. Os resultados colocam em questão os conceitos de “usuário” e “não usuário” da UBS, sinalizando, na verdade, a existência de diversos padrões de utilização do serviço pelos moradores. A pesquisa propiciou a apresentação e discussão de aspectos relevantes do trabalho da UBS, que tem o tema do acesso no centro da sua agenda de discussões, e que tem operado constantes mudanças nos seus processos de trabalho com o objetivo de estreitar relações com os moradores da sua área de responsabilidade. A pesquisa também propiciou o levantamento de questões relevantes sobre o universo dos moradores da área, suas expectativas e suas formas de relacionamento com a Unidade de Saúde e com seus profissionais.
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    Internações por condições sensíveis à Atenção Básica no estado de São Paulo
    (Universidade Federal de São Paulo, 2021-10-18) Lima-Neto, Luiz Farias de [UNIFESP]; Luppi, Carla Gianna [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/7144041143118933; http://lattes.cnpq.br/5858755470500003; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
    No Brasil a Atenção Básica (AB) é praticada com condução pelo Ministério da Saúde e execução municipal descentralizada, com a participação, com maior intensidade no estado de São Paulo (ESP), de entes privados mediante a celebração de contratos com as gestões municipais, o que favoreceu a diversidade de formas de elaboração de serviços e de resultados da execução dos mesmos. Nesse contexto questiona-se sobre o desempenho da AB mediante a participação de entes privados na execução de suas ações. Isso posto, o percentual de Internações por Condições Sensíveis à AB (ICSAB) tem se expandido como indicador de efetividade da AB, uma vez que a resolubilidade desse nível de atenção deve ser refletida na diminuição de internações hospitalares por causas específicas sensíveis ao cuidado oferecido pela AB. Esta dissertação é um estudo ecológico de série temporal descritivo com utilização de dados secundários a partir do levantamento dos percentuais de ICSAB e objetiva descrever a distribuição desse indicador de 2009 a 2018 no ESP segundo o índice de desenvolvimento humano municipal (IDHM), porte populacional municipal, contratação intermediada de trabalhadores da AB e Departamento Regional de Saúde (DRS). Os resultados mostram redução do percentual de ICSAB no ESP no período avaliado. Encontrou-se diferença de redução do percentual de ICSAB segundo o porte populacional municipal: municípios menores apresentaram maior redução do percentual de ICSAB. Também, encontrou-se diferença segundo o IDHM, municípios com baixo IDHM apresentaram maior redução do percentual de ICSAB. Entretanto encontrou-se aumento do percentual de ICSAB em municípios mais vulneráveis e mais de 20% de contratação intermediada de trabalhadores da AB. Houve diferença segundo contratação intermediada: municípios com menos de 20% de contratação intermediada de trabalhadores da AB obtiveram maior redução do percentual de ICSAB. Observou-se variação heterogênea do percentual de ICSAB segundo DRS. Os resultados sugerem que a contratação intermediada de trabalhadores da AB não aparenta ser determinante para a redução do percentual de ICSAB e em municípios vulneráveis. Assim, os resultados corroboram a necessidade de aprofundamento do estudo sobre os efeitos da contratação intermediada e a elaboração de estratégias para apoio aos municípios mais vulneráveis na contratação de entes privados para a execução da AB.