Biomedicina
URI Permanente para esta coleção
Navegar
Navegando Biomedicina por Autor "Alecrim, Nicolas Nascimento [UNIFESP]"
Agora exibindo 1 - 1 de 1
Resultados por página
Opções de Ordenação
- ItemAcesso aberto (Open Access)Efeito do peptídeo mimético Ac9-22, derivado da Anexina A1, sobre a degeneração e regeneração muscular esquelética, induzida pelo veneno da serpente Bothrops asper(Universidade Federal de São Paulo, 2022-02-09) Alecrim, Nicolas Nascimento [UNIFESP]; Moreira, Vanessa [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/1310560200014128; http://lattes.cnpq.br/7793670939300094Os acidentes ofídicos são um problema de saúde pública de ordem mundial, sendo que na América Latina, a maioria dos acidentes são causados pelas serpentes do gênero Bothrops, os quais caracterizados por manifestações clínicas sistêmicas e locais. Dentre os efeitos locais destacamos a mionecrose, alterações na matriz extracelular, ruptura da microcirculação e proeminente reação inflamatória, as quais são causados por miotoxinas fosfolipásicas e metaloproteinases. Estas alterações locais prejudicam o processo de regeneração do tecido muscular, podendo resultar em fibrose e possível perda de função muscular. A soroterapia antiofídica é eficiente no tratamento dos efeitos sistêmicos, mas não é efetiva para sanar os efeitos locais causados pelo veneno, como a inflamação e a injúria tecidual. Com isso, se faz necessário a investigação de novos agentes para terapias auxiliares ao tratamento. A Anexina 1 (AnxA1), uma proteína endógena localizada na superfície de vários tipos celulares, exerce efeitos biológicos variados em diversos sistemas, como atividade anti-inflamatória, manutenção de integridade do citoesqueleto e da matriz extracelular, apoptose, além de estimulação de proliferação e diferenciação celular. Neste contexto, os peptídeos miméticos da AnxA1 podem ser considerados novas fontes de moléculas terapêuticas, pois mantêm a atividade da proteína endógena. O objetivo do presente estudo foi testar a atividade do peptídeo Ac9-22, derivado da AnxA1, sobre a degeneração e regeneração do tecido muscular esquelético, após injúria induzida pelo veneno de serpente Bothrops asper (VBa), quanto: i) à função contrátil do tecido e ii) à produção de TGFβ, IL-1β, IL-6 e VEGF. Grupos distintos de camundongos Swiss machos (CEUA 1996230920) receberam VBa i.m. (50 µg/50 µL) no músculo gastrocnêmio direito ou solução salina (SS) no músculo contralateral (controle). Após 30 min, 24, 48 e 72 h da injeção i.m., grupos distintos de camundongos foram tratados por via intraperitoneal (i.p.) com Ac9-22 (1 mg/kg), ou SS. Após 3, 7 e 28 dias do tratamento i.m., os músculos foram coletados para análise da função contrátil (curva de força X frequência e curva de fadiga), além de quantificação de IL-1β, IL-6, TNF-α e VEGF em homogenato do tecido muscular por enzimaimunoensaio. No período de regeneração (28 dias), os músculos dos animais tratados com VBa i.m. e SS i.p. apresentaram maior resistência à fadiga (p<0,05) quando comparados aos grupos controles (SS i.m.+ SS i.p.), enquanto o músculo do grupo tratado com VBa i.m. e Ac9-22 i.p. apresentou resistência à fadiga similar ao grupo SS i.m. + SS i.p. (controle). Quanto ao teste de força X frequência não foram obtidas alterações significativas entre os grupos estudados. Animais tratados com Ac9-22 i.p. apresentaram elevada produção VEGF tecidual (p<0,05), após 7 e 28 dias do tratamento com VBa i.m, quando comparados aos animais VBa i.m.+ SS i.p. dos mesmos períodos. Na fase degenerativa (3 dias) animais VBa+Ac9-22 apresentaram diminuição significativa (p<0,05) dos níveis teciduais de IL-1β, mas não de IL-6 e TNF-α, comparados aos grupos VBa.+SS. Por outro lado, músculos de animais VBa+Ac9-22 apresentaram aumento significativo (p<0,05) de produção de IL-1β, IL-6, TNF-α, (p<0,05), no período inicial da regeneração (7 dias), quando comparados aos respectivos grupos VBa+SS. A partir dos resultados obtidos, o peptídeo mimético da ANX1, Ac9-22, é capaz de promover eventos que levam à aceleração e recobramento da atividade funcional do tecido muscular em regeneração, por meio da ativação de agentes pró-angiogênico e pró-miogênico, e por diminuir o processo inflamatório agudo e degenerativo, por inibir produção de citocinas pro-inflamatórios, induzida pela injeção do VBa. Dessa maneira, este peptídeo pode ser considerado um potencial protótipo terapêutico, para ser aplicado no tratamento e melhora da qualidade da regeneração do tecido muscular esquelético, após injúria causado pelo envenenamento botrópico.