O Projeto Xingu: Um estudo sobre a mediação entre médicos da EPM e populações indígenas
Data
2011-12-02
Tipo
Trabalho de conclusão de curso
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Resumo
Since 1965, the Escola Paulista de Medicina (EPM), currently the Federal University of São Paulo (UNIFESP), began a collaboration in the health care of the indigenous peoples of the Xingu Indigenous Park (PIX), whose performance, after several changes, was restricted to the central region of the park, which includes the Caiabi, Juruna, Ikpeng, Suyá and Trumai ethnic groups. In addition to these, the university also helps the Kamaiurá, to the south, and the Waurá of the Aruak village. Thus, the research carried out sought to deepen the question of the relativization of both medicines based on the experience of the Xingu Project, the name given to the organization within the university that takes care of this indigenous health policy, in which doctors and health professionals come into constant contact with Amazonian indigenous populations, and must necessarily mediate cultural conceptions. This framework made it possible to formulate questions such as: Is there any kind of dialogue between doctors and shamans and shamans at some point in the treatment and prevention of diseases that plague indigenous populations? Are the doctors who come into contact with these traditional, shamanic practices affected – using the definition of FRAVET-SAADA – in any way by them? Do they allow themselves to accept the complementation that indigenous knowledge adds to biomedicine at some point in their medical practice? Are there any practical examples of the relativization of biomedicine in relation to indigenous medicines? All these questions are useful for a broader understanding of this relationship between EPM doctors and PIX indigenous people, which can lead us to new considerations about, for example, the possibility of establishing effective public policies in contexts of interethnic encounter with different knowledge. doctors.
Desde 1965, a Escola Paulista de Medicina (EPM), atual Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), iniciou uma colaboração na assistência à saúde dos povos indígenas do Parque Indígena do Xingu (PIX), cuja atuação, depois de diversas mudanças se restringiu a região central do parque, que inclui as etnias Caiabi, Juruna, Ikpeng, Suyá, Trumai. Alémdessas, a universidade auxilia também os Kamaiurá, ao sul, e os Waurá da aldeia Aruak. Assim, a pesquisa realizada procurou aprofundar a questão da relativização de ambas às medicinas com base na experiência do Projeto Xingu, nome dado a organização dentro da universidade que cuida dessa política de saúde indígena, no qual médicos e profissionais de saúde entram em constante contato com populações indígenas amazônicas, devendo,necessariamente, mediar concepções culturais. Esse quadro possibilitou formular indagações como: É realizado algum tipo de diálogo entre os médicos e os pajés e xamãs em algum momento do tratamento e prevenção das doenças que assolam as populações indígenas? Será que os médicos que entram em contato com essas práticas tradicionais, xamânicas, são afetados – utilizando definição de FRAVET-SAADA - de alguma forma por elas? Será que eles se permitem a aceitar a complementação que os saberes indígenas acrescentam à biomedicina em algum momento de sua atuação médica? Há algum exemplo prático de relativização da biomedicina frente às medicinas indígenas? Todas estas questões são úteis para uma compreensão mais ampla desta relação entre médicos da EPM e os indígenas do PIX, que podem nos levar a novas considerações sobre, por exemplo, a possibilidade de se estabelecer políticas públicas efetivas em contextos de encontro interétnico com diferentes saberes médicos.
Desde 1965, a Escola Paulista de Medicina (EPM), atual Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), iniciou uma colaboração na assistência à saúde dos povos indígenas do Parque Indígena do Xingu (PIX), cuja atuação, depois de diversas mudanças se restringiu a região central do parque, que inclui as etnias Caiabi, Juruna, Ikpeng, Suyá, Trumai. Alémdessas, a universidade auxilia também os Kamaiurá, ao sul, e os Waurá da aldeia Aruak. Assim, a pesquisa realizada procurou aprofundar a questão da relativização de ambas às medicinas com base na experiência do Projeto Xingu, nome dado a organização dentro da universidade que cuida dessa política de saúde indígena, no qual médicos e profissionais de saúde entram em constante contato com populações indígenas amazônicas, devendo,necessariamente, mediar concepções culturais. Esse quadro possibilitou formular indagações como: É realizado algum tipo de diálogo entre os médicos e os pajés e xamãs em algum momento do tratamento e prevenção das doenças que assolam as populações indígenas? Será que os médicos que entram em contato com essas práticas tradicionais, xamânicas, são afetados – utilizando definição de FRAVET-SAADA - de alguma forma por elas? Será que eles se permitem a aceitar a complementação que os saberes indígenas acrescentam à biomedicina em algum momento de sua atuação médica? Há algum exemplo prático de relativização da biomedicina frente às medicinas indígenas? Todas estas questões são úteis para uma compreensão mais ampla desta relação entre médicos da EPM e os indígenas do PIX, que podem nos levar a novas considerações sobre, por exemplo, a possibilidade de se estabelecer políticas públicas efetivas em contextos de encontro interétnico com diferentes saberes médicos.
Descrição
Citação
ASSUMPÇÃO, Karine. O projeto Xingu: Um estudo sobre a mediação entre médicos da EPM e populações indígenas. Trabalho de conclusão de curso (Bacharelado em Ciências Sociais) - Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Guarulhos, 2011.