Avaliação do papel da obesidade e de adipocinas como fatores de risco de Tromboembolismo Venoso: um estudo de casocontrole

Data
2019-03-18
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Introduction: The venous thromboembolism (VTE) is a frequent disease related to a relevant morbimortality. The association between obesity and VTE is particularly important due the increased prevalence of obesity in the world. The mechanism that obesity increases the risk of VTE is multifactorial, related probably to the venous stasis, low grade of inflammation, hypercoagulability and hypofibrinolysis. Altering the levels of some adipokines, such as leptin and adiponectin, may be relevant in the mechanism of VTE, as they are able to influence hemostasis. Studies exploring the role of adipokines in the thrombotic risk may contribute to a better understanding of pathophysiology of VTE in obesity. Purpose: To investigate the effect of anthropometric measurements of obesity (body mass index – BMI, waist circumference, hip circumference and hip waist ratio) and the levels of leptin and adiponectin in the risk of VTE. In patients and controls, the relationship between obesity measures and leptin and adiponectin levels, and the correlation of levels of these adipokines with several factors of hemostasis, adhesion molecules and Creactive protein (CRP) were evaluated. Methods: We conducted a case-control study with 85 patients, aged 18-60 years, with a single event of VTE and 120 controls. Patients and controls were matched according to sex and age (± 5 years). Results: The obesity measures were associated with VTE risk, even after the adjusting for potential confounding factors (age, sex, ethnicity, schooling and estrogen use). For example, the BMI ≥30 kg/m2 increased the risk of VTE (Odds ratio 2.33; CI 95% 1.08- 5.01) by approximately 2.5 times the reference (BMI 18.5-24.9 kg/m2). There was no association between leptin or adiponectin levels and thrombotic risk when evaluated as tertiles or continuous variables. Obesity measures positively associated with the leptin levels and negatively with the adiponectin levels in patients and controls. The correlations were weak or absent between levels of adipokines and levels of factors of hemostasis, adhesion molecules and CRP. Conclusions: As expected, obesity was associated with an increased risk of VTE. There was no contribution of leptin or adiponectin levels to the risk of VTE. However, the present results may be used as a source for prospective studies, with larger sample size, and aimed to elucidate the role of adipokines in the risk of VTE.
Introdução: O tromboembolismo venoso (TEV) é uma doença frequente e associada à considerável morbimortalidade. A associação entre obesidade e TEV é particularmente importante devido ao aumento da prevalência da obesidade em todo o mundo. O mecanismo pelo qual a obesidade aumenta o risco de TEV é multifatorial, envolvendo provavelmente estase venosa, inflamação de baixo grau, hipercoagulabilidade e hipofibrinólise. A alteração dos níveis de algumas adipocinas, como leptina e adiponectina, pode ser relevante no mecanismo do TEV, à medida que as mesmas são capazes de influenciar a hemostasia. Estudos que exploram o papel de adipocinas no risco trombótico podem contribuir para um melhor entendimento da fisiopatologia do TEV na obesidade. Objetivos: Investigar o efeito de medidas antropométricas de obesidade (índice de massa corpórea [IMC], circunferência abdominal, circunferência do quadril e relação cintura quadril) e dos níveis de leptina e adiponectina no risco de TEV. Em pacientes e controles, avaliar a associação entre medidas de obesidade e níveis de leptina eadiponectina, e a correlação dos níveis dessas adipocinas com diversos fatores da hemostasia, moléculas de adesão e proteína C reativa (PCR). Métodos: Conduziu-se estudo de caso-controle com 85 pacientes, entre 18-60 anos, com evento único de TEV e 120 controles. Pacientes e controles foram emparelhados consoante sexo e idade (± 5 anos). Resultados: As medidas de obesidade associaram-se com o risco de TEV, mesmo após ajuste para potenciais fatores de confusão (idade, sexo, etnia, escolaridade e uso de estrogênio). Por exemplo, o IMC ≥ 30kg/m2 aumentou em cerca de 2,5 vezes o risco de TEV (Odds ratio 2,33; IC 95% 1,08-5,01) em comparação à referência (IMC 18,5-24,9 kg/m2). Não houve associação entre níveis de leptina ou adiponectina e risco trombótico,quando avaliados como tercis ou variáveis contínuas. As medidas de obesidade associaram-se positivamente com os níveis de leptina e negativamente com os níveis de adiponectina em pacientes e controles. As correlações foram fracas ou ausentes entre os níveis de adipocinas e níveis de fatores da hemostasia, moléculas de adesão e PCR. Conclusões: Conforme esperado, a obesidade associou-se com um aumento do risco de TEV. Não houve contribuição dos níveis de leptina e adiponectina para o risco de TEV. Contudo, os resultados do presente estudo podem servir de base para a condução de estudos prospectivos e com maior tamanho amostral destinados a elucidar o papel das adipocinas no risco de TEV.
Descrição
Citação
PINHEIRO, Patrícia Nunes Bezerra. Avaliação do papel da obesidade e de adipocinas comofatores de risco de tromboembolismo venoso: Um estudo de caso-controle. 2019. 125f. Tese (Doutorado em Hematologia e Oncologia) – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo. São Paulo, 2019.
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