Oralidade, tradição e fluidez em South-African Folk-Tales, de James A. Honey
Data
2020-12-02
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
This Master’s Degree dissertation aims at presenting a structure and thematic analysis of the narratives from South-African Folk-Tales (1910), by the South African writer James A. Honey, through a perspective which considers the African practice of orature, such as the formal elements of oral tradition. The narratives which constitute the anthology come from the oral tradition of a South African ethnic group called Khoisan. These people are characterized by a rich culture based on a long-standing oral tradition, documented since the 17th century by researchers mainly from Europe. Honey's anthology was published in a context which did not favor its original culture in all its complexity, since it was approached as an artifact representative of exotic and undeveloped cultures. By recognizing and emphasizing the fact that the piece has its core in orality, the analysis in this investigation is based on the elements of the oral text which were recognizable in the written record, following the reflections of Walter J. Ong and Isidore Okpewho. As the corpus of the research, the selection for analysis includes narratives with the presence of the trickster, a character known for his ambiguity and shrewdness in his constitution of character and way of acting. This investigation happened throughout bibliographic sources made up of authors such as Paul Zumthor and Ruth Finnegan, as well as by the theoretical foundation of African origin, especially authors as the South African philosopher Michael Wessels, the Nigerian literary critic Isidore Okpewho, the literary academic from Nigeria Amadou Hampâté Bâ and Kenyan writer Ngũgĩ Wa Thiong'o, among others.
Esta Dissertação de Mestrado tem por objetivo apresentar uma análise estrutural e temática das narrativas de South-African Folk-Tales (1910), do escritor sul-africano James A. Honey, a partir de uma perspectiva que leva em consideração a prática africana da oratura, bem como os elementos formais constituintes da tradição oral. As narrativas que compõem a antologia são oriundas da tradição oral de um grupo étnico sul-africano denominado Khoisan. Esse povo é caracterizado por uma rica cultura baseada em tradição oral de longa data, documentada desde o século XVII por pesquisadores sobretudo de origem europeia. A antologia de Honey foi publicada em um contexto que não privilegiava sua cultura de origem em toda sua complexidade, uma vez que era abordada como um artefato representativo de culturas exóticas e pouco desenvolvidas. Ao reconhecer e ressaltar o fato de que a obra possui seu cerne na oralidade, a análise nesta investigação se apoia nos elementos do texto oral que se fizeram aparentes no registro escrito, seguindo as reflexões de Walter J. Ong e Isidore Okpewho. Como corpus da pesquisa, foram selecionadas para análise as narrativas que contam com a presença do trickster, personagem conhecido pela ambiguidade e pela argúcia em sua constituição de caráter e modo de agir. Esta investigação se deu por meio de um levantamento bibliográfico constituído por autores como Paul Zumthor e Ruth Finnegan, bem como pela fundamentação teórica de origem africana, sobretudo autores como o filósofo sul-africano Michael Wessels, o crítico literário nigeriano Isidore Okpewho, o acadêmico literário nigeriano Amadou Hampâté Bâ e o escritor queniano Ngũgĩ Wa Thiong'o, dentre outros.
Esta Dissertação de Mestrado tem por objetivo apresentar uma análise estrutural e temática das narrativas de South-African Folk-Tales (1910), do escritor sul-africano James A. Honey, a partir de uma perspectiva que leva em consideração a prática africana da oratura, bem como os elementos formais constituintes da tradição oral. As narrativas que compõem a antologia são oriundas da tradição oral de um grupo étnico sul-africano denominado Khoisan. Esse povo é caracterizado por uma rica cultura baseada em tradição oral de longa data, documentada desde o século XVII por pesquisadores sobretudo de origem europeia. A antologia de Honey foi publicada em um contexto que não privilegiava sua cultura de origem em toda sua complexidade, uma vez que era abordada como um artefato representativo de culturas exóticas e pouco desenvolvidas. Ao reconhecer e ressaltar o fato de que a obra possui seu cerne na oralidade, a análise nesta investigação se apoia nos elementos do texto oral que se fizeram aparentes no registro escrito, seguindo as reflexões de Walter J. Ong e Isidore Okpewho. Como corpus da pesquisa, foram selecionadas para análise as narrativas que contam com a presença do trickster, personagem conhecido pela ambiguidade e pela argúcia em sua constituição de caráter e modo de agir. Esta investigação se deu por meio de um levantamento bibliográfico constituído por autores como Paul Zumthor e Ruth Finnegan, bem como pela fundamentação teórica de origem africana, sobretudo autores como o filósofo sul-africano Michael Wessels, o crítico literário nigeriano Isidore Okpewho, o acadêmico literário nigeriano Amadou Hampâté Bâ e o escritor queniano Ngũgĩ Wa Thiong'o, dentre outros.