Tempo, corpo e interações face a face: corporeidades de crianças com doenças crônicas neurológicas. Uma etnografia entre o hospital e a escola.
Data
2019-06-12
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
This thesis investigated the logic that transforms certain singularities of the body of children with chronic neurological diseases into social vulnerabilities or sufferings. The ethnographic research was conducted between 2016 and 2017 at the pediatric neurology clinic of Hospital das Clinicas, in the city of São Paulo, and in a public school of early childhood education in the city of Embu das Artes, in the metropolitan region of São Paulo. The field work was organized from experimental tables with a fixed transverse column (scenarios). This form of organizing, articulating and analyzing the ethnographic findings resulted from the encounter with the work “Practical Reasons - On the Theory of Action” of Pierre Bourdieu (1996). From the tables, the field research was articulated with the main theoretical references of this research: the interactionist literature of Erving Goffman (2012, 1981); the current debate on body and corporality, above all from Thomaz Csordas (2015); the readings that he and Loic Wacquan (2006, 2007) make of Pierre Bordieu (1983, 1996, 1998) and the notion of time constructed by Norbert Elias (1998). This articulation provided critical arguments regarding the naturalization of the logics of analysis and intervention that predominate in the experience of children with reduced mobility. This thesis integrates the set of research of LAEVI - Laboratory of Educational Anthropology and Infantile Vulnerabilities of Unifesp Guarulhos, and reaffirms the importance of studies of everyday life, of looking "inside" institutions - spaces and times in which the interactions constructed, lived and linked by symbolic networks and sociability, conform identities and their possibilities to exist. In the end, the research reaffirmed that the logic that produces vulnerabilities and social suffering in children with chronic neurological diseases and in their families, especially women-mothers, is binary, practical, linear, dualistic, adult-centric and the perpetuator of gender inequalities.
Esta tese investigou a lógica que transforma certas singularidades do corpo das crianças com doenças crônicas neurológicas em vulnerabilidades ou sofrimentos sociais. A pesquisa etnográfica aconteceu entre 2016 e 2017 no ambulatório de neurologia infantil do Hospital das Clinicas, na cidade de São Paulo e em uma escola pública de educação infantil no município de Embu das Artes, região metropolitana de São Paulo. O trabalho de campo foi organizado a partir de quadros experimentais com uma coluna fixa transversal (cenários). Esta forma de organizar, articular e analisar os achados etnográficos resultou do encontro com a obra Razões Práticas – sobre a teoria da ação de Pierre Bourdieu (1996). A partir dos quadros articulou-se a pesquisa de campo com os principais referenciais teóricos dessa pesquisa: a literatura interacionista de Erving Goffman (2012, 1981); o debate atual sobre corpo e corporalidade, sobretudo a partir de Thomaz Csordas (2015); a leitura que este e Loic Wacquan (2006, 2007) fazem de Pierre Bordieu (1983, 1996, 1998) e a noção de tempo construída por Norbert Elias (1998). Essa articulação proporcionou argumentos críticos em relação à naturalização das lógicas de análise e intervenção que predominam na experiência de crianças com redução de mobilidade e doenças neurológicas. Esta tese integra o conjunto de pesquisa do LAEVI – Laboratório de Antropologia Educacional e Vulnerabilidades Infantis da Unifesp Guarulhos, e reafirma a importância dos estudos da cotidianidade, do olhar “por dentro” das instituições – espaços e tempos em que as interações construídas, vividas e enlaçadas por redes simbólicas e de sociabilidade, conformam identidades e suas possibilidades de existir. Ao término, a pesquisa reafirmou que a lógica que produz vulnerabilidades e sofrimentos sociais em crianças com doenças crônicas neurológicas e em suas famílias, sobretudo mulheres-mães, é binária, prática, linear, dualista, adultocêntrica e perpetuadora de desigualdades de gênero.
Esta tese investigou a lógica que transforma certas singularidades do corpo das crianças com doenças crônicas neurológicas em vulnerabilidades ou sofrimentos sociais. A pesquisa etnográfica aconteceu entre 2016 e 2017 no ambulatório de neurologia infantil do Hospital das Clinicas, na cidade de São Paulo e em uma escola pública de educação infantil no município de Embu das Artes, região metropolitana de São Paulo. O trabalho de campo foi organizado a partir de quadros experimentais com uma coluna fixa transversal (cenários). Esta forma de organizar, articular e analisar os achados etnográficos resultou do encontro com a obra Razões Práticas – sobre a teoria da ação de Pierre Bourdieu (1996). A partir dos quadros articulou-se a pesquisa de campo com os principais referenciais teóricos dessa pesquisa: a literatura interacionista de Erving Goffman (2012, 1981); o debate atual sobre corpo e corporalidade, sobretudo a partir de Thomaz Csordas (2015); a leitura que este e Loic Wacquan (2006, 2007) fazem de Pierre Bordieu (1983, 1996, 1998) e a noção de tempo construída por Norbert Elias (1998). Essa articulação proporcionou argumentos críticos em relação à naturalização das lógicas de análise e intervenção que predominam na experiência de crianças com redução de mobilidade e doenças neurológicas. Esta tese integra o conjunto de pesquisa do LAEVI – Laboratório de Antropologia Educacional e Vulnerabilidades Infantis da Unifesp Guarulhos, e reafirma a importância dos estudos da cotidianidade, do olhar “por dentro” das instituições – espaços e tempos em que as interações construídas, vividas e enlaçadas por redes simbólicas e de sociabilidade, conformam identidades e suas possibilidades de existir. Ao término, a pesquisa reafirmou que a lógica que produz vulnerabilidades e sofrimentos sociais em crianças com doenças crônicas neurológicas e em suas famílias, sobretudo mulheres-mães, é binária, prática, linear, dualista, adultocêntrica e perpetuadora de desigualdades de gênero.