Efeitos do tratamento com óleo de peixe sobre as disfunções metabólicas e endócrinas de adipócitos isolados de animais com síndrome metabólica
Data
2021
Autores
Sá, Roberta Dourado Cavalcante da Cunha de 
Orientadores
Vale, Maria Isabel Cardoso Alonso
Tipo
Tese de doutorado
Título da Revista
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Título de Volume
Resumo
In the present work, we investigated the effect of treatment with fish oil (fish oil -FO), rich in fatty acids ω-3 (AG ω-3) eicosapentaenoic (EPA) and docosahexenic (DHA), in the proportions 5: 1 EPA: DHA and 5:1 DHA:EPA in obese mice. Male C57Bl/6j 8- week-old mice were induced to obesity by high-fat diet (HF) for 8 weeks. Subsequently, these animals received FO in the proportions 5:1 EPA:DHA, called as HF+FO/E group (protocol 1), or 5:1 DHA:EPA, called as HF+FO/D group (protocol 2) by gavage (~ 50 uL), for another 8 weeks. In protocol 1, when compared to the CO group (animals that received a control diet), the HF group had lower food intake, but higher body mass, glucose intolerance and insulin resistance, higher concentration of triglycerides, and total and LDL cholesterol, higher concentration of triglycerides in the liver, as well as an increase in its mass and in both, inguinal (ING) and retroperitoneal (RP) adipose depots, accompanied by adipocyte hypertrophy and decreased cellularity. Comparing the HF with the group of animals treated with FO (HF+FO/E), we did not observe any difference in terms of ingestion, but there was glucose intolerance, partial reduction in body mass gain and in both adipose deposits, and total reversal of the other mentioned parameters. In order to compare the two different FO, we performed the protocol 2 and we observed that in the group receiving FO rich in DHA (HF+FO/D group), there was a similar food intake to the HF+FO/E group, however, there was an increase in body mass, glucose intolerance, insulin resistance, total cholesterol, and liver weight, similar to the HF group. Regarding the activities of isolated adipocytes from the ING and RP depots, in protocol 1, the HF diet triggered a reduction in glucose uptake by both adipocytes, a reduction in lipogenesis by ING adipocytes, and an increase in lipolysis by both, ING and RP cells. EPA-rich FO has completely reversed these effects, with the exception of lipogenesis. The lipolytic activity was also evaluated in protocol 2, the, and we observed that the HF+FO/D group showed higher values than all the groups in ING adipocytes, and higher than the CO and HF+FO/E groups in RP adipocytes. When evaluating the cytokines secreted by isolated adipocytes, we saw that the HF diet led to a significant increase in TNF-α, IL-6, resistin and IL-10 by both ING and RP cells, and in MCP-1 and adiponectin only in adipocytes RP. The HF+FO/E group showed a total reversion of these parameters, with the exception of adiponectin. In protocol 2, the HF and HF+FO/E groups showed similar results for TNF-α, resistin and IL-10 secretions, while the HF+FO/D showed higher values than the HF group for the TNF-α secretion by both ING and RP cells, and for resistin, IL-10 and adiponectin secretion by ING cells, as well as even higher values regarding adiponectin secretion. The data showed that the administration of FO rich in EPA, concomitant with the intake of HF diet, can treat metabolic changes triggered by diet-induced obesity, as well as beneficially alter the activities of fat cells, and reaffirms the importance of adipocytes maintenance of metabolic homeostasis through its secretory role. Thus, we observed that the concentration of different types of ω-3 FA contributes differently to the results presented, with FO rich in EPA, but not in DHA, effective in reversing the metabolic changes induced by obesity.
No presente trabalho, investigamos o efeito do tratamento com óleo de peixe (fish oil - FO), rico em ácidos graxos ω-3 (AG ω-3) eicosapentaenoico (EPA) e docosaexaenoico (DHA), nas proporções 5:1 EPA:DHA e 5:1 DHA:EPA em camundongos obesos. Camundongos C57Bl/6j machos de 8 semanas foram induzidos à obesidade por dieta hiperlipídica (high fat -HF) durante 8 semanas. Posteriormente, estes animais receberam FO nas proporções 5:1 EPA:DHA, denominado grupo HF+FO/E (protocolo 1), ou 5:1 DHA:EPA, denominado grupo HF+FO/D (protocolo 2) por gavagem (~50 uL), por mais 8 semanas. No protocolo 1, quando comparado ao grupo CO (animais que receberam dieta controle), o grupo HF apresentou menor ingestão alimentar, mas maior massa corpórea, intolerância à glicose e resistência à insulina, maior concentração de triglicérides e colesterol total e LDL, maior concentração de triglicérides no fígado, bem como aumento na sua massa e na dos depósitos adiposos inguinal (ING) e retroperitoneal (RP), acompanhados de hipertrofia dos adipócitos e diminuição da celularidade. Comparando o grupo HF com o grupo dos animais tratados com FO (HF+FO/E), não observamos diferença quanto à ingestão, porém houve intolerância à glicose, redução parcial do ganho de massa corpórea e de ambos os depósitos adiposos, e reversão total dos outros parametros mencionados. No protocolo 2, a fim de comparar dois diferentes óleos de peixe, vimos que no grupo que recebeu a proporção 5:1 DHA:EPA (grupo HF+FO/D), houve ingestão similar ao grupo HF+FO/E, porém as análises de aumento da massa corpórea, intolerância à glicose, resistência à insulina, colesterol total, e peso do fígado se apresentou semelhante ao grupo HF. Sobre as atividades isoladas das células dos depósitos ING e RP, no Protocolo 1, a dieta HF desencadeou uma redução da captação de glicose por ambos os adipócitos, redução da lipogênese de novo pelos adipócitos ING, e aumento da lipólise tanto pelas células ING quanto RP. Com exceção da lipogênese, o OP rico em EPA reverteu completamente estes efeitos. Já no protocolo 2, foi avaliado apenas a atividade lipólitica das células, onde observamos que o grupo HF+FO/D apresentou valores maiores que todos os grupos nos adipócitos ING, e maior que os grupos CO e HF+FO/E nos adipócitos RP. Ao avaliarmos as citocinas secretadas por ambos os adipócitos isolados, vimos que a dieta HF levou a um aumento significativo de TNF-α, IL-6, resistina e IL-10 por ambas as células, e de MCP-1 e adiponectina apenas nos adipócitos RP. O grupo HF+FO/E apresentou reversão total destes parâmetros, com exceção da adiponectina. No protocolo 2, os grupos HF e HF+FO/E apresentaram os mesmos efeitos citados quanto às secreções de TNF-α, resistina e IL-10, enquanto que o grupo HF+FO/D apresentou valores ainda maiores que o grupo HF quanto à secreção de TNF-α por ambas as células, e resistina, IL-10 e adiponectina pelos adipócitos ING, bem como maior que todos os outros grupos quanto à secreção de adiponectina. Os dados mostram que a administração de óleo de peixe rico em EPA, concomitante à ingestão de dieta HF, pode tratar mudanças metabólicas desencadeadas pela obesidade induzida pela dieta, bem como alterar de forma benéfica as atividades das células adiposas, e reafirma a importância dos adipócitos na manutenção da homeostase metabólica através de seu papel secretor. Assim, observamos que a concentração do diferentes tipos de AGs ω-3 contribui diferencialmente para os resultados apresentados, sendo o óleo de peixe rico em EPA, mas não em DHA, eficaz na reversão das alterações metabólicas induzidas pela obesidade.
No presente trabalho, investigamos o efeito do tratamento com óleo de peixe (fish oil - FO), rico em ácidos graxos ω-3 (AG ω-3) eicosapentaenoico (EPA) e docosaexaenoico (DHA), nas proporções 5:1 EPA:DHA e 5:1 DHA:EPA em camundongos obesos. Camundongos C57Bl/6j machos de 8 semanas foram induzidos à obesidade por dieta hiperlipídica (high fat -HF) durante 8 semanas. Posteriormente, estes animais receberam FO nas proporções 5:1 EPA:DHA, denominado grupo HF+FO/E (protocolo 1), ou 5:1 DHA:EPA, denominado grupo HF+FO/D (protocolo 2) por gavagem (~50 uL), por mais 8 semanas. No protocolo 1, quando comparado ao grupo CO (animais que receberam dieta controle), o grupo HF apresentou menor ingestão alimentar, mas maior massa corpórea, intolerância à glicose e resistência à insulina, maior concentração de triglicérides e colesterol total e LDL, maior concentração de triglicérides no fígado, bem como aumento na sua massa e na dos depósitos adiposos inguinal (ING) e retroperitoneal (RP), acompanhados de hipertrofia dos adipócitos e diminuição da celularidade. Comparando o grupo HF com o grupo dos animais tratados com FO (HF+FO/E), não observamos diferença quanto à ingestão, porém houve intolerância à glicose, redução parcial do ganho de massa corpórea e de ambos os depósitos adiposos, e reversão total dos outros parametros mencionados. No protocolo 2, a fim de comparar dois diferentes óleos de peixe, vimos que no grupo que recebeu a proporção 5:1 DHA:EPA (grupo HF+FO/D), houve ingestão similar ao grupo HF+FO/E, porém as análises de aumento da massa corpórea, intolerância à glicose, resistência à insulina, colesterol total, e peso do fígado se apresentou semelhante ao grupo HF. Sobre as atividades isoladas das células dos depósitos ING e RP, no Protocolo 1, a dieta HF desencadeou uma redução da captação de glicose por ambos os adipócitos, redução da lipogênese de novo pelos adipócitos ING, e aumento da lipólise tanto pelas células ING quanto RP. Com exceção da lipogênese, o OP rico em EPA reverteu completamente estes efeitos. Já no protocolo 2, foi avaliado apenas a atividade lipólitica das células, onde observamos que o grupo HF+FO/D apresentou valores maiores que todos os grupos nos adipócitos ING, e maior que os grupos CO e HF+FO/E nos adipócitos RP. Ao avaliarmos as citocinas secretadas por ambos os adipócitos isolados, vimos que a dieta HF levou a um aumento significativo de TNF-α, IL-6, resistina e IL-10 por ambas as células, e de MCP-1 e adiponectina apenas nos adipócitos RP. O grupo HF+FO/E apresentou reversão total destes parâmetros, com exceção da adiponectina. No protocolo 2, os grupos HF e HF+FO/E apresentaram os mesmos efeitos citados quanto às secreções de TNF-α, resistina e IL-10, enquanto que o grupo HF+FO/D apresentou valores ainda maiores que o grupo HF quanto à secreção de TNF-α por ambas as células, e resistina, IL-10 e adiponectina pelos adipócitos ING, bem como maior que todos os outros grupos quanto à secreção de adiponectina. Os dados mostram que a administração de óleo de peixe rico em EPA, concomitante à ingestão de dieta HF, pode tratar mudanças metabólicas desencadeadas pela obesidade induzida pela dieta, bem como alterar de forma benéfica as atividades das células adiposas, e reafirma a importância dos adipócitos na manutenção da homeostase metabólica através de seu papel secretor. Assim, observamos que a concentração do diferentes tipos de AGs ω-3 contribui diferencialmente para os resultados apresentados, sendo o óleo de peixe rico em EPA, mas não em DHA, eficaz na reversão das alterações metabólicas induzidas pela obesidade.