Efeitos do tratamento com Neuropeptídeo Y ou Diazepam sobre parâmetros de inflamação em um modelo animal de vulnerabilidade ao transtorno de estresse pós-traumático

Rodrigues, Leticia Scheeffer [UNIFESP]

Efeitos do tratamento com Neuropeptídeo Y ou Diazepam sobre parâmetros de inflamação em um modelo animal de vulnerabilidade ao transtorno de estresse pós-traumático

Arquivos

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Data

2024-12-11

Autores

Rodrigues, Leticia Scheeffer

Orientadores

Suchecki, Deborah

Tipo

Trabalho de conclusão de curso

Resumo

O transtorno de estresse póstraumático (TEPT) é uma condição crônica debilitante resultante da exposição a um evento traumático e geralmente é acompanhado de sintomas de depressão e ansiedade. Um dos fatores de risco para este transtorno é a vivência de adversidades na infância, como a perda dos cuidados parentais. Experimentalmente, podemos induzir vulnerabilidade aos transtornos psiquiátricos relacionados ao estresse utilizando a privação materna (PM), um modelo de adversidade na infância, que quando acontece aos 3 dias de vida (PM3) resulta em mais alterações comportamentais do que aos 11 dias de vida (PM11). Em ambas as idades a PM reduz a expressão de neuropeptídeo Y (NPY). Pacientes com TEPT também apresentam redução na expressão de NPY, com menores concentrações no líquor e plasma. O NPY é considerado um importante fator de resiliência ao estresse, sendo capaz de prevenir o surgimento de comportamentos do tipo ansioso e depressivo em modelos de TEPT. Evidências mostram que o NPY apresenta ação ansiolítica e suprime a resposta próinflamatória da micróglia, tipicamente associada à neuroinflamação. O aumento de citocinas próinflamatórias na idade adulta é uma alteração comumente observada em indivíduos com histórico de maustratos na infância e em indivíduos com TEPT. Em um estudo prévio, observamos que animais de ambos os sexos tratados com NPY ou Diazepam após o protocolo de “trauma por imersão em água”, associado ou não à PM3, apresentaram redução do comportamento tipoTEPT. Neste projeto, avaliamos se esses tratamentos alteraram o perfil inflamatório destes animais no hipocampo dorsal e no plasma. Nossos resultados mostraram que, independentemente da condição, machos do grupo PM3 apresentaram menores concentrações de IL1β e uma tendência para menores concentrações de IL6 e IL10 que o grupo controle (CTL) no hipocampo. No plasma, houve uma tendência dos machos PM3 apresentarem maiores concentrações de IL4 do que os machos CTL e fêmeas do grupo trauma tratadas com veículo ou com NPY apresentaram menores concentrações de IL4 do que as fêmeas Naïve. Não foram obtidas correlações fortes entre os comportamentos e as citocinas no hipocampo. Esses resultados podem ser devidos ao espaço de tempo entre os tratamentos e a coleta de tecidos para as análises biológicas (30 a 32 dias) ou à estrutura analisada, uma vez que o hipocampo ventral está associado a comportamentos emocionais. Em conclusão, os resultados desse projeto indicam que não houve efeito tardio dos tratamentos com as substâncias ansiolíticas nas concentrações de citocinas no hipocampo dorsal.

Citação

RODRIGUES, Leticia Scheeffer. Efeitos do tratamento com Neuropeptídeo Y ou Diazepam sobre parâmetros de inflamação em um modelo animal de vulnerabilidade ao transtorno de estresse pós-traumático. 2024. 63 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Biomedicina) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). São Paulo, 2024.