O sagrado em Arthur Bispo do Rosário
Data
2021-08-30
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Ao longo de mais dos mais de cinquenta anos internado em instituições psiquiátricas,
Arthur Bispo do Rosário construiu e costurou mais de 800 objetos com o intuito de
estabelecer um elo entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos, entre as coisas existentes
no mundo material e no mundo espiritual. A despeito da sacralidade atribuída por Bispo à sua
própria existência, assim como da agência e da função sagrada que atribuía a todos os seus
objetos, suas criações foram incorporadas ao universo institucional e à cronologia das artes
modernas e contemporâneas ocidentais, passando assim a serem interpretadas através das
lentes dos discursos da psiquiatria, do interesse da arte ocidental pelo inconsciente e pelo
“primitivo”, ou ainda, em relação às experiências formais estéticas de artistas modernos
europeus e americanos. Dessa maneira, ao demonstrar a colonialidade e o racismo implícitos
neste encerramento de Bispo dentro das categorias do pensamento moderno-ocidental, essa
dissertação se volta para as epistemologias africanas Bantu e Nagô, assim como seus
desdobramentos nas religiosidades afro-brasileiras e no catolicismo negro no Brasil, em
busca não apenas de continuidades africanas plásticas ou formais, mas de um deslocamento
epistemológico, metafísico e temporal capaz de nos apontar em direção a outras
possibilidades de apreensão das criações de Bispo do Rosário
Descrição
Citação
MARTINS, Maysa. O sagrado em Arthur Bispo do Rosário. Dissertação (Mestrado) apresentada à Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Paulo para obtenção do título de Mestre em História da Arte.