Fadiga e ansiedade maternas durante o trabalho de parto e seus desfechos obstétricos

Data
2024-07-11
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Introdução: O parto é um evento natural marcado pelo aumento das contrações uterinas que dilatam o colo uterino. Durante esse processo, a parturiente experimenta sensações como dor, medo e ansiedade, que podem levar ao surgimento de fadiga e impactar negativamente nos resultados obstétricos tanto para a mãe quanto para o recém-nascido. Objetivo: Avaliar a fadiga e a ansiedade maternas durante o trabalho de parto por meio de questionário e relacioná-las aos desfechos obstétricos e neonatais. Método: Realizou-se um estudo observacional com 29 mulheres em um centro de parto normal no Ceará. As participantes preencheram um questionário sociodemográfico, o Questionário de Percepção Materna de Fadiga (QMFP) e o Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE-E) em dois momentos da fase ativa do trabalho de parto. Os dados foram analisados utilizando testes estatísticos: Shapiro-Wilk e Levene para verificar normalidade e distribuição dos dados, correlação de Pearson para explorar a relação entre fadiga e ansiedade, e teste t de Student para amostras pareadas para comparar os dois momentos de avaliação em relação a fadiga e ansiedade. Para avaliar a influência de fadiga e ansiedade nos tipos de parto, ocorrência de laceração, uso de ocitocina e necessidade de assistência neonatal, utilizou-se o teste t de Student para amostras independentes. Além disso, foi calculado o tamanho do efeito para facilitar a interpretação dos resultados. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: Observou-se que as variáveis fadiga (p < 0,001) e ansiedade (p < 0,001) possuem um comportamento progressivo durante o TP e estão correlacionadas, de modo que enquanto uma variável aumenta, a outra também progride (5-7 cm p = 0,001 e 8-10 cm de dilatação p = 0,001). Quanto aos desfechos obstétricos não foi possível estabelecer correlação com a fadiga e ansiedade, porém para os desfechos neonatais, níveis de fadiga foram associados a necessidade de assistência neonatal. Conclusão: A sensação de fadiga e ansiedade aumentam durante a fase ativa do trabalho de parto e estão correlacionadas. Níveis mais elevados de fadiga materna ao final da fase ativa do trabalho de parto estão associados a maior necessidade de assistência neonatal.
Introduction: Childbirth is a natural event marked by an increase in uterine contractions that dilate the cervix. During this process, the parturient experiences sensations such as pain, fear and anxiety, which can lead to fatigue and negatively impact obstetric results for both the mother and the newborn. Objective: To assess maternal fatigue and anxiety during labor using a questionnaire and relate them to obstetric and neonatal outcomes. Method: An observational study was carried out with 29 women at a natural birth center in Ceará. The participants completed a sociodemographic questionnaire, the Maternal Perception of Fatigue Questionnaire (QMFP) and the State-Trait Anxiety Inventory (STAI-E) at two moments during the active phase of labor. Data were analyzed using statistical tests: Shapiro-Wilk and Levene to verify normality and data distribution, Pearson correlation to explore the relationship between fatigue and anxiety, and Student's t-test for paired samples to compare the two assessment moments in relation fatigue and anxiety. To evaluate the influence of fatigue and anxiety on types of delivery, occurrence of laceration, use of oxytocin and need for neonatal care, the Student's t test for independent samples was used. Furthermore, the effect size was calculated to facilitate the interpretation of the results. The significance level adopted was 5%. Results: It was observed that the variables fatigue (p < 0.001) and anxiety (p < 0.001) have a progressive behavior during the PT and are correlated, so that while one variable increases, the other also progresses (5-7 cm p = 0.001 and 8-10 cm dilation p = 0.001). Regarding obstetric outcomes, it was not possible to establish a correlation with fatigue and anxiety, however, for neonatal outcomes, fatigue levels were associated with the need for neonatal care. Conclusion: The feeling of fatigue and anxiety increase during the active phase of labor and are correlated. Higher levels of maternal fatigue at the end of the active phase of labor are associated with a greater need for neonatal care.
Descrição
Citação
FEITOZA, Rauany Barrêto. Fadiga e ansiedade maternas durante o trabalho de parto e seus desfechos obstétricos. 2024. 65 f. Dissertação (Mestrado Interdisciplinar em Ciências da Saúde) - Universidade Federal de São Paulo, Instituto de Saúde e Sociedade, Santos, 2024.
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