Características imunológicas, clínicas e laboratoriais de pacientes pediátricos com diagnóstico de COVID-19
Data
2022-10-17
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Introdução: Em janeiro de 2020, a Organização Mundial de Saúde reconheceu a doença do nova Coronavírus 2019 (COVID-19) e desde março daquele ano estamos vivendo uma pandemia. O novo vírus é altamente patogênico e contagioso, entretanto, apresentou evolução e características clínicas diferentes entre a população pediátrica e adulta, com significativa discrepância entre a morbimortalidade entre esses grupos. Reconhecer o perfil clínico e laboratorial desses pacientes é de fundamental importância para diagnóstico e tratamento precoces. Objetivo: Analisar o perfil clínico e demográfico dos pacientes pediátricos com COVID-19 e avaliar possíveis fatores de risco para evolução mais grave da doença. Métodos: Foi avaliada a coorte retrospectiva de crianças e adolescentes, de 0 a 18 anos, atendidos por COVID-19 no Pronto Socorro do Sabará Hospital Infantil a partir de março de 2020 com RT-PCR positivo para SARS-CoV-2. Os prontuários dos pacientes foram analisados com registro das seguintes variáveis: idade, sexo, informações demográficas, comorbidades preexistentes, sintomatologia, sintomas respiratórios baixos, necessidade de internação hospitalar. A gravidade foi definida baseada nas características clínicas, exames laboratoriais e radiológicos e necessidade de medicações, em leve, moderado, grave e crítico. Resultados: Três artigos foram elaborados no período. Ao analisar as manifestações clínicas dos primeiros 115 casos, observamos que crianças e adolescentes acometidos pela COVID-19 apresentaram, em sua maioria, quadros leves e limitados a via aérea superior. A gravidade do quadro clínico da COVID-19 foi maior entre as crianças de menor idade que tinham com maior frequência sintomas gastrintestinais e pulmonares. Em uma segunda análise, cerca de um sétimo das crianças com COVID-19 apresentaram acometimento do trato respiratório inferior (TRI). Asma (e/ou sibilância recorrente) e prematuridade se associaram com acometimento do TRI e pior escore de gravidade clínica. Analisando o impacto das condições sociodemográficas na apresentação clínica e evolução da COVID-19, indicadores socioeconômicos e suas disparidades, como menor grau de educação, residência com maior aglomeração familiar e pior nível educacional se correlacionaram positivamente com acometimento respiratório mais frequente, maior gravidade clínica e maior chance de hospitalização por COVID-19 em crianças e adolescentes. Conclusão: Crianças são acometidas pelas COVID-19 de forma distinta dos adultos, com menor morbimortalidade pela doença. Foram identificados fatores de risco, como comorbidades e condições sociodemográficas, que implicam em maior gravidade clínica e acometimento do TRI em crianças e adolescentes, tornando possível medidas e criação de políticas públicas para controle e prevenção da doença.