Qualidade do sono e sonolência diurna de pacientes atendidos em unidades de terapia intensiva

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Data
2021
Autores
Higa, Karina Thalita Da Silva [UNIFESP]
Orientadores
Avelar, Ariane Ferreira Machado [UNIFESP]
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Introduction: Since the beginning of nursing, Florence Nightingale has emphasized the need for care that promotes the light-dark cycle for the recovery of sick patients. In intensive care environments, the absence of this cycle is common due to care and administrative demands. Objectives: To identify the available scientific evidence on the effect of implementing the light-dark cycle on sleep quality and daytime sleepiness of patients seen in intensive care units, and to evaluate the perception of sleep quality and daytime sleepiness of patients admitted for acute myocardial infarction in a intensive care unit and identify the illuminance levels of the unit. Methods: a study developed in two stages: A systematic review with meta-analysis and a descriptive study. The review followed the Cochrane recommendations, including experimental and quasi-experimental studies on the effect of implementing the light-dark cycle on sleep quality in patients admitted to intensive care. The searches were carried out at the Cochrane Library, Embase, Virtual Health Library Portal, Medical Literature Analysis and Retrieval System Online, Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature, Web of Science, and Scopus, in addition to searching the gray literature. The data were extracted by two independent reviewers with the Covidence software, assessed the risk of bias with Cochrane tools, and certainty of the evidence for the outcomes subjective and objective quality of sleep and daytime sleepiness by GRADE. The meta-analysis was performed using the Revman software and direct comparisons between two interventions using the random-effects model with heterogeneity assessed by the Chi-square with a 95% confidence interval. The descriptive study was carried out with patients admitted for acute myocardial infarction in a cardiac intensive care unit of a university hospital in São Paulo, evaluating the perception of sleep quality and daytime sleepiness with a Sleep Assessment Questionnaire in Cardiac Intensive Care, Morningness - Eveningness Questionnaire, Epworth Sleepiness Scale and Stanford Sleepiness Scale. Results: 13 articles were included in the systematic review and seven in the meta-analysis that addressed light reduction measures and the use of eye masks with or without other devices. The reduction in luminosity associated with the control of environmental noise versus the usual routine obtained statistical significance in the improvement of scores of subjective sleep quality (mean difference of 11.89 points; 95% CI 8.03 to 15.76) and in the reduction of daytime sleepiness (standardized mean difference -0.63 standard deviations; 95% CI -0.98 to -0.28). The use of eye masks and lighting control improved the subjective quality of sleep (p <0.01). In the descriptive study, the sample consisted of eight patients, with an average score on the Epworth sleepiness scale of 6.88 ± 3.4 points; 87.5% of the patients reported having their sleep interrupted mainly by the health team (85.7%). Most (62.5%) were classified as having good sleep and 37.5% as being regular, with 25% of patients indicating that lighting interferes with sleep. Conclusions: Environmental factors interfere with the quality of sleep and excessive sleepiness of patients admitted to intensive care units and the institution of measures such as reduced light and noise at night significantly improve these outcomes.
Introdução: Desde os primórdios da enfermagem, Florence Nightingale exaltava a necessidade de cuidados que promovessem o ciclo claro-escuro para a recuperação de pacientes enfermos. Em ambientes de terapia intensiva, é comum a ausência desse ciclo em decorrência das demandas assistenciais e administrativas. Objetivos: identificar as evidências científicas disponíveis sobre o efeito da implementação do ciclo claro-escuro na qualidade do sono e na sonolência diurna de pacientes atendidos em unidades de terapia intensiva, descrever a percepção da qualidade do sono e sonolência diurna excessiva de pacientes admitidos por Infarto Agudo do Miocárdio em unidade de terapia intensiva e identificar os níveis de iluminância da unidade. Métodos: estudo desenvolvido em duas etapas: revisão sistemática com metanálise e estudo descritivo. A revisão seguiu as recomendações Cochrane, sendo incluídos estudos experimentais e quase experimentais sobre o efeito da implementação do ciclo claro-escuro na qualidade do sono em pacientes internados em terapia intensiva. As buscas foram realizadas na Cochrane Library, Embase, Portal da Biblioteca Virtual em Saúde, Medical Literature Analysis and Retrieval System Online, Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature, Web of Science e Scopus, além de busca na literatura cinzenta. Os dados foram extraídos por dois revisores independentes com o software Covidence, avaliado risco de viés com ferramentas Cochrane e certeza da evidência para os desfechos qualidade subjetiva e objetiva do sono e sonolência diurna pelo GRADE. A metanálise foi realizada pelo software Revman e as comparações diretas entre duas intervenções pelo modelo de efeitos randômicos com heterogeneidade avaliada pelo Qui-quadrado com intervalo de confiança de 95%. O estudo descritivo foi realizado com pacientes admitidos por infarto agudo do miocárdio em unidade de terapia intensiva cardiológica de hospital universitário de São Paulo, sendo avaliadas a percepção da qualidade do sono e sonolência diurna com Questionário de avaliação do sono em terapia intensiva cardiológica, Morningness- Eveningness Questionnaire, Epworth Sleepness Scale e Stanford Sleepiness Scale. Resultados: Foram incluídos treze artigos na revisão sistemática e sete na metanálise que abordavam medidas de redução de luminosidade e uso de máscaras oculares com ou sem outros dispositivos. A redução da luminosidade associada ao controle de ruído ambiental versus rotina usual obteve significância estatística na melhora dos escores de qualidade subjetiva do sono (diferença média de 11,89 pontos; IC 95% 8,03 a 15,76), e na redução da sonolência diurna (diferença média padronizada -0,63 desvios padrões; IC 95% -0,98 a -0,28). O uso de máscaras oculares e controle de iluminância, melhoraram a qualidade subjetiva do sono (p<0,01). No estudo descritivo, a amostra foi constituída por oito pacientes, com pontuação média da escala de sonolência de Epworth de 6,88±3,4 pontos; 87,5% dos pacientes referiram ter o sono interrompido principalmente pela equipe de saúde (85,7%). A maior parte (62,5%) foi classificada com sono bom e 37,5% regular, sendo que 25% dos pacientes indicaram que a iluminação interfere no sono. Conclusões: Fatores ambientais interferem na qualidade do sono e na sonolência excessiva de pacientes admitidos em unidades de terapia intensiva e a instituição de medidas como redução da luminosidade e ruído no período noturno melhoram significativamente estes desfechos.
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