Associação do nível de mobilidade de pacientes criticamente enfermos com o sucesso da retirada da ventilação mecânica

Data
2020-09-22
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Introduction: Muscle weakness acquired in an intensive care unit (FAUTI) is associated with factors that contribute to low ICU mobility, such as the use of invasive mechanical ventilation (MV). FAUTI contributes to the delay in weaning from MV. Patients who need reintubation have a worse prognosis. It is important to implement the use of instruments capable of measuring functional evolution in individuals admitted to the ICU. Scales were developed for specific use in the ICU, to rehabilitate these individuals, such as the ICU Mobility Scale (IMS). Objective: To estimate the association between level of mobility and the outcome of extubation of patients admitted to the ICU. Methods: This is a prospective cohort study with beginning of follow-up when the patient completes 24 hours of MV and finishes at the hospital outcome. Inclusion criteria: adult patients (≥ 18 years), in the first MV event for a period> 24 hours, independently capable of mobilizing before admission. Demographic, anthropometric and clinical variables (SAPS III -Simplified Acute Physiologic Score; Charlson index; reason for admission to the ICU; diagnoses; reason for intubation; use of sedation; neuromuscular blocker; and vasoactive drugs, days of MV; tracheostomy; EMU) were collected. Outcome variables: result of extubation; length of stay in the ICU and hospital; ICU and hospital mortality. Comparisons of categorical variables were made using Fisher's exact and Chi-square tests. The T-test and the MannWhitney test were used to compare the numerical variables. Univariate and multivariate logistic regression was performed. The survival curves were adjusted using the Kaplan-Meier method, assessed by the log rank test. The effects of different factors on survival were analyzed using the Cox uni and multivariate regression model. The significance level of 0.05 was considered. The analyzes were performed using the R Core Team software (2020). Results: 174 patients were considered eligible, of which 81 were analyzed. The mobility level assessed 24 hours after extubation was not associated with the result of extubation. Patients with extubation failure had a longer ICU stay compared to successful ones. ICU mortality was higher in patients with failure. The survival analysis was no different in relation to the level of mobility, but it differed in relation to the use of vasoactive drugs, sedation, SAPS III and cause of admission to the ICU.6 Conclusion: The level of mobility was not associated with extubation failure. Patients with extubation failure had a longer hospital stay and higher mortality in the ICU, with no differences in hospital stay and hospital mortality. The level of mobility was not associated with hospital survival.
Introdução: A fraqueza muscular adquirida em unidade de terapia intensiva (FAUTI) está associada a fatores que contribuem para baixa mobilidade em UTI, como o uso de ventilação mecânica invasiva (VM). A FAUTI contribui para o retardo do desmame da VM. Pacientes que necessitam de reintubação têm pior prognóstico. É importante implementar o uso de instrumentos capazes de medir a evolução funcional nos indivíduos internados na UTI. Escalas foram desenvolvidas para uso específico em UTI, com intuito de reabilitar esses indivíduos, como a Escala de Mobilidade em UTI (EMU). Objetivo: Estimar a associação entre nível de mobilidade e o resultado da extubação dos pacientes internados em UTI. Métodos: Trata-se de um estudo de coorte prospectivo com início de seguimento quando o paciente completa 24 horas de uso de VM e finalização na saída hospitalar. Critérios de inclusão: pacientes adultos (≥ 18 anos), no primeiro evento de VM por período > 24 horas, independentemente capazes de se mobilizar antes da admissão. Foram coletadas variáveis demográficas, antropométricas e clínicas (SAPS III -Simplified Acute Physiologic Score; índice de Charlson; motivo de admissão na UTI; diagnósticos; motivo de intubação; uso de sedação; bloqueador neuromuscular; e drogas vasoativas, dias de VM; realização de traqueostomia; EMU). Variáveis de desfecho: resultado da extubação; tempo de internação em UTI e hospitalar; mortalidade em UTI e hospitalar. As comparações das variáveis categóricas foram feitas com os testes exato de Fisher e Qui-quadrado. O teste T e o de Mann-Whitney foram usados para comparar as variáveis numéricas. Foi realizada regressão logística uni e multivariada. As curvas de sobrevivência foram ajustadas com o método de Kaplan-Meier, avaliadas pelo teste de log rank. Os efeitos de diferentes fatores na sobrevida foram analisados com o modelo de regressão de Cox uni e multivariado. Foi considerado o nível de significância de 0,05. As análises foram realizadas no software R Core Team (2020). Resultados: Foram considerados elegíveis 174 pacientes dos quais 81 foram analisados. O nível de mobilidade avaliado 24 horas após a extubação não apresentou associação com o resultado da extubação. Os pacientes com falha da extubação apresentaram maior tempo de internação em UTI, comparado aos pacientes com sucesso. A mortalidade em UTI foi maior em pacientes com falha. A análise de sobrevivência não foi4 diferente em relação ao nível de mobilidade, mas diferiu em relação ao uso de drogas vasoativas, sedação, SAPS III e causa de admissão em UTI. Conclusão: O nível de mobilidade não apresentou associação com a falha da extubação. Os pacientes com falha da extubação apresentaram maior tempo de internação e maior mortalidade na UTI, sem diferenças no tempo de internação e mortalidade hospitalar. O nível de mobilidade não apresentou associação com a sobrevida hospitalar.
Descrição
Citação