Perfil de citocinas pró e antiinflamatórias em pacientes com linfoma de hodgkin clássico

Data
2014-12-18
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Classical Hodgkin?s Lymphoma (cHL) is a malignant lymphoma most commonly affecting young adults. Unlike other cancers, tumor microenvironment of cHL is composed for only 1 to 5% of malignant cells, imbibed in an inflammatory microenvironment of nonmalignant cells. Understanding the mechanisms of how tumor microenvironment of classical Hodgkin lymphoma (cHL) fosters immune privilege and survival of Hodgkin-Reed-Sternberg (HRS) cells is crucial for the development of new biomarkers and therapy strategies. Purpose: In this study, we aimed to measure serum levels of pro and anti-inflammatory cytokines in cHL patients before and after treatment compared with healthy controls group, and to investigate associations with clinical and pathologic characteristics. Methods: We prospectively studied all cases of cHL diagnosed between March 2009 to March 2013 at the Universidade Federal de São Paulo and Hospital Santa Marcelina. Additionally, 18 healthy controls were included and recruited from our University Blood Bank. Serum cytokines pro and anti-inflamatories were determined in serum of patients and control by multiplexed immunoassay system. All patients received similar treatment. Results: Twenty nine patients with cHL were evaluated, the mean age at diagnosis was 40 years and 51.7% were female. The majority of patients were classified as cHL nodular sclerosis (79.3%), had B symptoms (79.3%), had no bulky disease (55.2%), had no advanced disease (51.7%), presented altered levels of VHS and albumin (75.9% and 71.4%, respectively), had low risk according IPS (27.6%) and 62% were cHL unrelated to EBV. There was no difference between the group who relapsed and patients without recurrence. Patients with higher IPS was correlated with increased levels of IL-6 (p=0,003), sCD25 were higher in patients with low serum albumin (p=0,04) and IFN-? seemed to correlate with B symptoms, although not reaching statistical significance (p=0,057). Pre-treatment levels of IL-10, IL-6, TNF-? and sCD25 were elevated in cHL patients compared to healthy controls (p<0,001), with median values of 7 pg/mL (range: 0,3 ? 230,9), 5,3 pg/mL (range: 0,4 ? 72,7), 14,6 (range: 4,0 ? 60,4) and 575,9 pg/mL (range: 7,5 ? 1813,3), respectively. Treatment significantly reduced the levels of IL-10 (7,0 to 0,3; p<0,001), IL-6 (5,3 to 0,4; p=0,014), and sCD25 (575,9 to 93,5, p<0,001), however increased levels of IL-4 (0,6 x 2,2, p=0,002). When compared to normal controls, levels of IL-6 (0,4 to 0,4; p=0,027), sCD25 (93,5 to 7,5; p=0,002) and TNF-? (12 to 8,7; p=0,003) after treatment persisted elevated. Conclusion: In this study we showed higher levels of IL-6, IL-10, TNF-? and sCD25 in cHL patients at diagnosis than in healthy control, after treatment levels of IL-6, IL-10 and sCD25 decreased gradually but did not normalize. Additionally, elevated IL-6, sCD25 and IFN-? levels in serum correlated with some clinical and laboratory features. Understanding the cytokine pattern is extremely important in the development of future therapies that target interaction between neoplastic cells and the inflammatory microenvironment. Cytokines may be useful biomarkers for monitoring the HL disease and its response to chemotherapy
Introdução: O linfoma de Hodgkin clássico (LHc) é a neoplasia linfóide mais comum em adultos jovens. Diferente das outras neoplasias, o microambiente tumoral do LHc é composto por apenas 1 a 5% de células malignas, denominadas células de Reed- Sternberg (RS), sendo todo o restante composto por células inflamatórias normais. Os mecanismos pelos quais as células de RS perpetuam-se nesse ambiente inflamatório permanecem controversos e o desbalanço na produção de citocinas pró e antiinflamatórias pode estar envolvido neste escape imune. Portanto, compreender qual o papel do desequilíbrio imunológico no LHc é crucial para o desenvolvimento de novos fatores prognósticos e alvos terapêuticos. Objetivos: Analisar os níveis das citocinas pró e antiinflamatórias: IL-2, IL-4, IL-5, IL-6, IL-10, IL-17, TNF-?, sCD25, VEGF e IFN-? no sangue periférico de pacientes com LHc. Correlacionar a presença do vírus Epstein-Barr com os níveis de citocinas no sangue periférico de pacientes com LHc. Correlacionar os níveis de citocinas no sangue periférico com as características clínicas e laboratoriais de pacientes com LHc. Avaliar o impacto do tratamento com os níveis de citocinas no sangue periférico de pacientes com LHc. Casuística e Método: Foram recrutados para este estudo, prospectivamente, 60 pacientes diagnosticados entre Março de 2009 a Março de 2013 em dois serviços de Hematologia distintos de São Paulo. Foram incluídos, também, 18 controles saudáveis recrutados no banco de sangue do Hemocentro da UNIFESP após serem aprovados para doação. Citocinas pró e antiinflamatórias foram dosadas pela técnica de imunoensaio multiplex. Todos os pacientes foram submetidos a tratamento similar. Resultados: Foram avaliados 29 pacientes com LHc, a média de idade ao diagnóstico foi de 40 anos e 51,7% eram do gênero feminino. A maioria dos pacientes foi classificada como LHc subtipo esclerose nodular (79,3%), apresentava sintomas B (79,3%), tinham doença localizada (51,7%), apresentava níveis aumentados de VHS (75,9%), níveis diminuídos de albumina (71,4%) e tinha IPS de baixo risco (27,6%). 62% dos pacientes eram LHc não relacionado ao EBV e 44,4% tinham massa torácica bulky. Não houve diferença entre o grupo que recidivou e os pacientes sem recidiva. Pacientes com IPS de alto risco, apresentaram níveis elevados de IL-6 (p=0,003). Níveis aumentados de sCD25 foram encontrados em pacientes com albumina alterada (p=0,04). Verificamos níveis elevados de IFN-? em pacientes que manifestaram sintomas B, apesar de não ter apresentado significância estatística (p=0,057). Altos níveis de IL-10, IL-6, TNF-? e sCD25 foram observados em pacientes antes do tratamento quando comparados aos controles saudáveis (p<0,001), mediana de 7pg/mL (0,3 ? 230,9), 5,3pg/mL (0,4 ? 72,7), 14,6pg/mL (4,0 ? 60,4) e 575,9pg/mL (7,5 ? 1813,3), respectivamente. Após tratamento, os níveis de IL-10 (7,0 x 0,3; p<0,001), IL-6 (5,3 x 0,4; p=0,014), e sCD25 (575,9 x 93,5, p<0,001) foram significantemente reduzidos, porém os níveis de IL-4 (0,6 x 2,2, p=0,002) aumentaram. Comparado aos controles saudáveis, os níveis de IL-6 (0,4 x 0,4; p=0,027), sCD25 (93,5 x 7,5; p=0,002) e TNF-? (12 x 8,7; p=0,003) após o tratamento persistiram elevados. Conclusão: Este estudo demonstra que há um aumento na produção de citocinas pró e antiinflamatórias em pacientes diagnosticados com LHc. Nosso estudo também mostrou que não houve correlação na dosagem de citocinas com a presença do EBV. Houve relação entre a IL-6 e pacientes com prognóstico de alto risco (IPS), sCD25 com aqueles que estavam com dosagem de albumina baixa e IFN-? com os pacientes que apresentaram sintomas B. O tratamento teve impacto positivo sobre a dosagem de citocinas, porém, comparado aos controles saudáveis, esses níveis persitiram elevados. Mais estudos investigando os mecanismos pelos quais microambiente inflamatório auxilia o escape, sobrevida e proliferação das células de RS e seu impacto na evolução clínica do paciente com LHc contribuirá para um melhor entendimento da patogênese do LHc e para o possível desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas.
Descrição
Citação
SILVA, Priscilla Brito da. Perfil de citocinas pró e antiinflamatórias em pacientes com linfoma de hodgkin clássico. 2014. 95 f. Dissertação (Mestrado) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2014.