Análise multivariada dos fatores de sobrevida e recidiva em 414 pacientes portadores de carcinoma hepatocelular transplantados em São Paulo.
Data
2020-01-30
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Objective: To identify the risk factors involved in the survival and recurrence of patients with hepatocellular carcinoma (HCC) undergoing liver transplantation (LTx). Methods: Retrospective observational study that analyzed the medical records of 414 patients with HCC undergoing deceased donor LTx in São Paulo between January 2007 and December 2011. Multifactorial analysis of survival and recurrence was performed using clinical, laboratory and pathology data. Results: The mortality rate was 27.5%, with a mean survival time of 68.1 months (95% CI) and estimated 1-, 3- and 5-year survival probabilities of 83.8%, 75.8% and 71.5%, respectively. Altered donor blood glucose, female sex, vascular invasion, advanced age, high Model for End‐Stage Liver Disease (MELD) score and tumor size were the main risk factors determining survival in LTx recipients. Recurrence occurred in 7.2% of patients during the study period and was more frequent in women (hazard ratio [RR] 2.6). Vascular invasion increased the chance of recurrence 5.4×. Each additional 1-year increase in recipient age increased the chance of recurrence by 5.6%, and each 1-mm increase in tumor size increased the chance of recurrence by 3%. Conclusion: Risk factors for reduced survival are donor blood glucose, female recipient, older age, increased MELD score and nodule size. Tumor recurrence risk factors are vascular invasion, female sex, recipient age and nodule size.
Introdução: O conhecimento dos fatores de risco que envolvem a sobrevida e a recorrência do carcinoma hepatocelular (HCC) são fundamentais para a melhora da sobrevida após o transplante de fígado (TxH). Objetivo: Estudo observacional retrospectivo para analisar os fatores de sobrevida e recidiva do HCC em pacientes submetidos ao transplante de fígado de doadores falecidos em São Paulo entre 2007 e 2011. Método: Foram avaliados 593 pacientes portadores de HCC submetidos à TxH com doador cadáver, em São Paulo, entre janeiro de 2007 e dezembro de 2011 e, devido aos dados incompletos, foram realizadas análises de 414 prontuários. As informações foram analisadas descritivamente. Para a associações entre duas variáveis categóricas foram utilizados os testes de Qui-quadrado e Fisher. A comparação entre as médias do grupo foi feita com o teste t de Student, verificando-se a normalidade com o teste de Kolmogorov-Smirnov e, em caso de violação, o teste não paramétrico de Mann-Whitney. Para a análise de sobrevivência foram utilizados modelos de Kaplan-Meier (variáveis categóricas) e regressão de Cox (variáveis numéricas). As comparações de sobrevivência foram feitas pelo teste de Log Rank (Mantel-Cox). A análise multivariada selecionou os pacientes com significância de 20% na análise univariada, incorporando-se as variáveis e eliminando-as pelo modelo backward. Para todos os dados estatísticos foram utilizados um nível de significância de 5%. As análises estatísticas foram realizadas com o uso do software estatístico SPSS 20.0 e STATA 12. Resultados: No período estudado de 7,5 anos, a mortalidade foi de 27,5%, com tempo médio de sobrevida de 68,1 meses (IC95%) e estimativas de probabilidade de sobrevida até 1, 3 e 5 anos de 83,8%, 75,8% e 71,5% respectivamente. Observamos que a glicemia alterada do doador, o sexo feminino, a idade avançada, as pontuações elevadas do escore MELD e o tamanho do tumor são os principais fatores de risco que determinam a sobrevida no TxH. A recidiva ocorreu em 7,2% dos pacientes no período do estudo, sendo 2,6 vezes mais frequente em mulheres. A invasão vascular aumenta em 5,4 vezes a chance de recidiva. A cada 1 ano a mais na idade do receptor, aumenta-se em 5,6% a chance de recidiva e cada 1mm de aumento no tamanho tumoral, acrescenta-se em 3% a chance de recidiva. Conclusão: São fatores de risco para diminuir a sobrevida: a glicemia do doador, o receptor do sexo feminino, as idades maiores, as pontuações crescentes do escore MELD e o tamanho do nódulo. São fatores de risco para recorrência tumoral: a invasão vascular, o sexo feminino, a idade do receptor e o tamanho do nódulo.
Introdução: O conhecimento dos fatores de risco que envolvem a sobrevida e a recorrência do carcinoma hepatocelular (HCC) são fundamentais para a melhora da sobrevida após o transplante de fígado (TxH). Objetivo: Estudo observacional retrospectivo para analisar os fatores de sobrevida e recidiva do HCC em pacientes submetidos ao transplante de fígado de doadores falecidos em São Paulo entre 2007 e 2011. Método: Foram avaliados 593 pacientes portadores de HCC submetidos à TxH com doador cadáver, em São Paulo, entre janeiro de 2007 e dezembro de 2011 e, devido aos dados incompletos, foram realizadas análises de 414 prontuários. As informações foram analisadas descritivamente. Para a associações entre duas variáveis categóricas foram utilizados os testes de Qui-quadrado e Fisher. A comparação entre as médias do grupo foi feita com o teste t de Student, verificando-se a normalidade com o teste de Kolmogorov-Smirnov e, em caso de violação, o teste não paramétrico de Mann-Whitney. Para a análise de sobrevivência foram utilizados modelos de Kaplan-Meier (variáveis categóricas) e regressão de Cox (variáveis numéricas). As comparações de sobrevivência foram feitas pelo teste de Log Rank (Mantel-Cox). A análise multivariada selecionou os pacientes com significância de 20% na análise univariada, incorporando-se as variáveis e eliminando-as pelo modelo backward. Para todos os dados estatísticos foram utilizados um nível de significância de 5%. As análises estatísticas foram realizadas com o uso do software estatístico SPSS 20.0 e STATA 12. Resultados: No período estudado de 7,5 anos, a mortalidade foi de 27,5%, com tempo médio de sobrevida de 68,1 meses (IC95%) e estimativas de probabilidade de sobrevida até 1, 3 e 5 anos de 83,8%, 75,8% e 71,5% respectivamente. Observamos que a glicemia alterada do doador, o sexo feminino, a idade avançada, as pontuações elevadas do escore MELD e o tamanho do tumor são os principais fatores de risco que determinam a sobrevida no TxH. A recidiva ocorreu em 7,2% dos pacientes no período do estudo, sendo 2,6 vezes mais frequente em mulheres. A invasão vascular aumenta em 5,4 vezes a chance de recidiva. A cada 1 ano a mais na idade do receptor, aumenta-se em 5,6% a chance de recidiva e cada 1mm de aumento no tamanho tumoral, acrescenta-se em 3% a chance de recidiva. Conclusão: São fatores de risco para diminuir a sobrevida: a glicemia do doador, o receptor do sexo feminino, as idades maiores, as pontuações crescentes do escore MELD e o tamanho do nódulo. São fatores de risco para recorrência tumoral: a invasão vascular, o sexo feminino, a idade do receptor e o tamanho do nódulo.
Descrição
Citação
TAKAMATSU, Fernanda Yuri. Análise multivariada dos fatores de sobrevida e recidiva em 414 pacientes portadores de carcinoma hepatocelular transplantados em São Paulo. 2019. 80f. Dissertação (Mestrado em Ciência Cirúrgica Interdisciplinar) – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo. São Paulo, 2019.