O cuidado compartilhado: relações entre famílias e profissionais de uma creche
Data
2005
Tipo
Tese de doutorado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Este estudo teve como objetivo descrever e analisar a relação entre famílias e profissionais de uma creche, no processo de compartilhar cuidados com a criança. Trata-se de um estudo qualitativo, que usou o método de estudo de caso com técnicas etnográficas. A criança, sendo a principal usuária do serviço, é vista como parte ativa dessa relação e, portanto, sujeito de pesquisa, tanto como seus pais e educadores. A análise evidenciou que a família busca escolher a creche com base em critérios relativos a espaço, formas de cuidados, formação dos profissionais, cordialidade no atendimento e localização. A insuficiência de creches, entretanto, torna esta escolha limitada e conseguir a vaga, "um milagre". A confiança na equipe é construída com "o tempo", no processo de compartilhar cuidados de alimentação, higiene e saúde, negociando crenças, valores e conhecimentos diferentes, para que a criança tenha suas necessidades atendidas. Quando os conflitos não são explicitados nem refletidos, podem comprometer o cuidado da criança que vivencia as diferenças entre creche e casa. Elas aprendem as regras necessárias para o convívio coletivo, com base nas relações com outras crianças, professores e sua família. Estas crianças recorrem, tanto aos pais como aos educadores para lidar com as situações que não conseguem resolver sozinhas. Um dos problemas vivenciados por elas é o da violência doméstica e urbana, dramatizadas em suas brincadeiras, na busca de compreender a situação. Desta forma, aproximam o mundo vívido pela família aos dos educadores e vice - versa. A falta de uma rede de apoio para famílias nas tarefas que envolvem o cuidado e a educação na primeira infância, leva-as a atribuírem à creche funções que extrapolam aquelas às quais os educadores são preparados. A falta de integração com os serviços de saúde dificulta o cuidado à criança. Concluiu-se pela necessidade de se criar fóruns de debate sobre o cuidado e a educação na primeira infância, integrando profissionais, famílias, serviços e sociedade.
Descrição
Citação
São Paulo: [s.n.], 2005. 226} p.