A escolarização em ambiente hospitalar: o direito e a vida entre a educação e a saúde
Data
2017-09-13
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
In this research, we defend the thesis that from the experience of schooling in hospital environment, specifically from the model of the mobile school, it is possible to return essential meanings to schooling. We start from the hypothesis that the notion of learning approaches, in this circumstance, the notion of vitality. The restitution of this original sense is due to the individual contact with the forms of knowledge that oppose themselves to the tradition of regular school, whose learning is mediated by structures that distance the student from learning objects - structure marked mainly by a character of impersonality. As during the treatment all dimensions of life are resized, it is assumed that the knowledges are also re-appropriated, in a different way. The main objective of this research program was to understand the experience of schooling of adolescents with cancer at the Pediatric Oncology Institute (IOP) - Support Group for Adolescent and Child with Cancer (Graacc) / Federal University of São Paulo (Unifesp) . From a methodological point of view, this study was divided into three work fronts: i) survey of the theoretical framework; ii) ethnographic research; iii) data analysis. This enterprise resulted in two blocks that make up the whole of this thesis. In the first part, it is discussed, in a series of articles, notions that stand in the background of this investigation. The concept of biopolitics; The perspective of interpretative anthropology as a methodological possibility for studies of this nature; The study of the interface between hospital and school institutions; And the phenomenological possibility of the study about the relationship between health and disease are the major themes that make up this first block. The second part, or second movement, consisted in the writing of seven life stories, being 4 of adolescents and 3 of teachers (one being a coordinator). This endeavor represented an effort to show how life, during the treatment phase due to neoplastic disease, not only reshapes body, ethical and psychological aspects, but also allows the re-dimensioning of meanings related to the school from the experience of its continuity in the hospital environment.
Defende-se nesta investigação a tese segundo a qual a partir da experiência de escolarização em ambiente hospitalar, especificamente a partir do modelo da escola móvel, é possível a restituição de sentidos essenciais à escolarização. Partimos da hipótese de que a noção de aprendizagem se aproxima, nesta circunstância, da noção de vitalidade. A restituição deste sentido original se deve ao contato individual com as formas de conhecimento que se opõe a tradição da escola regular, cujo aprendizado é mediado por estruturas que distanciam o aluno dos objetos de aprendizagem; estrutura essa marcada sobretudo por um caráter de impessoalidade. Como durante o tratamento todas as dimensões da vida são redimensionadas, pressupõe-se que os saberes passam também a ser reapropriados de modo distinto. O programa desta investigação, portanto, teve por principal objetivo compreender a experiência da escolarização de adolescentes com câncer do Instituto de Oncologia Pediátrica (IOP) – Grupo de Apoio ao Adolescente e Criança com Câncer (Graacc)/ Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Do ponto de vista metodológico tal estudo dividiu-se em três frentes de trabalho: i) levantamento do quadro teórico; ii) pesquisa etnográfica; iii) análise dos dados. Tal empreendimento resultou em dois blocos que compõe a totalidade desta tese. Na primeira parte, discute-se em uma série de artigos, noções que se colocam no pano de fundo desta investigação. O conceito de biopolítica; a perspectiva da antropologia interpretativa como possibilidade metodológica aos estudos desta natureza; o estudo de interface entre as instituições hospital e escola; e a possibilidade fenomenológica do estudo acerca da relação entre saúde e doença são os grandes temas que compõe este primeiro bloco. A segunda parte, ou segundo movimento, consistiu na escrita de sete histórias de vida, sendo 4 de adolescentes e 3 de professores (sendo um coordenador). Tal empreendimento representou o esforço de mostrar de que modo a vida, durante a fase de tratamento por doença de origem neoplásica, redimensiona não somente aspectos corporais, éticos e psicológicos, mas também possibilita redimensionar sentidos relativos à escola a partir da experiência de sua continuidade no ambiente hospitalar.
Defende-se nesta investigação a tese segundo a qual a partir da experiência de escolarização em ambiente hospitalar, especificamente a partir do modelo da escola móvel, é possível a restituição de sentidos essenciais à escolarização. Partimos da hipótese de que a noção de aprendizagem se aproxima, nesta circunstância, da noção de vitalidade. A restituição deste sentido original se deve ao contato individual com as formas de conhecimento que se opõe a tradição da escola regular, cujo aprendizado é mediado por estruturas que distanciam o aluno dos objetos de aprendizagem; estrutura essa marcada sobretudo por um caráter de impessoalidade. Como durante o tratamento todas as dimensões da vida são redimensionadas, pressupõe-se que os saberes passam também a ser reapropriados de modo distinto. O programa desta investigação, portanto, teve por principal objetivo compreender a experiência da escolarização de adolescentes com câncer do Instituto de Oncologia Pediátrica (IOP) – Grupo de Apoio ao Adolescente e Criança com Câncer (Graacc)/ Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Do ponto de vista metodológico tal estudo dividiu-se em três frentes de trabalho: i) levantamento do quadro teórico; ii) pesquisa etnográfica; iii) análise dos dados. Tal empreendimento resultou em dois blocos que compõe a totalidade desta tese. Na primeira parte, discute-se em uma série de artigos, noções que se colocam no pano de fundo desta investigação. O conceito de biopolítica; a perspectiva da antropologia interpretativa como possibilidade metodológica aos estudos desta natureza; o estudo de interface entre as instituições hospital e escola; e a possibilidade fenomenológica do estudo acerca da relação entre saúde e doença são os grandes temas que compõe este primeiro bloco. A segunda parte, ou segundo movimento, consistiu na escrita de sete histórias de vida, sendo 4 de adolescentes e 3 de professores (sendo um coordenador). Tal empreendimento representou o esforço de mostrar de que modo a vida, durante a fase de tratamento por doença de origem neoplásica, redimensiona não somente aspectos corporais, éticos e psicológicos, mas também possibilita redimensionar sentidos relativos à escola a partir da experiência de sua continuidade no ambiente hospitalar.