Fatores de risco para infecção por Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase em pacientes submetidos a transplante renal
Data
2019-05-30
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
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Título de Volume
Resumo
Objective - Infection is the second most frequent cause of mortality among renal transplant patients. The objective of the study was to analyze the outcome of Carbapenemase-producing Klebsiella pneumoniae (KPC) infection, to identify the risk factors for graft and renal transplant patient survival with KPC infection and to compare the results obtained with other services. Method - Observational study, retrospective cohort in subjects submitted to renal transplantation by deceased donor in the year 2014 and analyzed during the first and second year after transplantation. Patients older than 18 years, on the first transplant of the recipient, who received a deceased donor organ and only renal transplantation were included. A descriptive analysis was performed considering demographic, clinical, laboratorial variables and parameters related to the treatment. The primary outcome was KPC infection. The variables were tested using the chi-square test or Fisher's exact test and the association between continuous variables and the presence of infection was done using “t” Student's or Mann-Whitney's tests. In the analysis of the associations, the odds ratios were calculated with the respective confidence intervals at the 95% level. The tests used were bi-caudal and the level of significance was alpha <0.05. Results – A total of 852 records were reviewed and of these, 164 did not meet the inclusion criteria. Eighteen patients presented positive culture for KPC and 34 presented other pathogens. KPC infection according to the site of infection showed that the largest number occurred in the urinary tract (9.8%), followed by bloodstream (2.3%) and respiratory tract (1.5%). The highest risk for mortality or loss of graft was associated with Diabetes Mellitus, Systemic Hypertension, alcoholism, use of Central Venous Catheter and presence of KPC infection in the first 2 years after transplantation. Conclusion – Klebsiella pneumoniae infections resistant to carbapenem KPC in kidney transplant patients are progressively increasing and are associated with worse outcomes. Risk factors and therapeutic strategies need to be better defined. As for KPC infection according to the site, it was observed that the largest number occurred in the urinary tract, followed by bloodstream and respiratory tract, and no case was recorded in an operative wound. Individuals with a history of DM, hypertension, alcoholism and CVC were more likely to develop KPC infection when compared to individuals who did not present infection during the analyzed period. Renal transplant therapy presented a higher risk for mortality when associated with DM, hypertension, alcoholism, CVC use and presence of KPC infection in the first 2 years after transplantation.
Infecção é a segunda causa mais frequente de mortalidade entre os pacientes transplantados renais. O objetivo do estudo foi analisar o desfecho infecção por Klebsiella pneumoniae produtora de Carbapenemase (KPC), identificar os fatores de risco para a sobrevida do enxerto e do paciente submetido a transplante renal com infecção por KPC e comparar com resultados alcançados em outros serviços. Método – Estudo observacional, coorte retrospectivo em indivíduos submetidos a transplante renal por doador falecido no ano de 2014, e analisados durante o primeiro e segundo ano pós-transplante. Foram incluídos pacientes com idade superior a 18 anos, em primeiro transplante do receptor, que receberam órgão de doador falecido e somente transplante renal. Foi realizada análise descritiva considerando variáveis demográficas, clínicas, laboratoriais e parâmetros relacionados ao tratamento. O desfecho primário foi infecção por KPC. As variáveis foram testadas com o teste do Qui-quadrado ou exato de Fisher e a associação entre as variáveis contínuas e a presença de infecção foi feita usando o os testes “t” de Student ou Mann-Whitney. Na análise das associações foram calculadas as razões de chance (‘odds ratios’) com os respectivos intervalos de confiança ao nível de 95%. Os testes utilizados foram bi-caudais e o nível de significância adotado foi de alfa<0,05. Resultados: O total de 852 prontuários foram revisados e destes, 164 não cumpriram os critérios de inclusão. Dezoito pacientes apresentaram cultura positiva para KPC e 34 apresentaram outros patógenos. A infecção por KPC quanto ao sítio, foi observado que o maior número ocorreu no trato urinário (9,8%), seguido por corrente sanguínea (2,3%) e trato respiratório (1,5%). O maior risco para mortalidade ou perda do enxerto foi associado a Diabetes Mellitus, Hipertensão Arterial Sistêmica, etilismo, uso de Cateter Venoso Central e presença de infecção por KPC nos primeiros 2 anos após o transplante. Conclusão: Infecções por Klebsiella pneumoniae resistentes a carbapenêmicos KPC em pacientes transplantados renais estão aumentando progressivamente e estão associadas a piores desfechos. Fatores de risco e estratégias terapêuticas precisam ser melhor definidos. Quanto a infecção por KPC segundo o sítio foi observado que o maior número ocorreu no trato urinário, seguido por corrente sanguínea e trato respiratório, não sendo registrado nenhum caso em ferida operatória. Indivíduos com antecedentes para DM, HAS, etilismo e em uso de CVC apresentaram maior chances de desenvolver a infecção por KPC quando comparados aos indivíduos que não apresentaram infecção no período analisado. A terapia de transplante renal apresentou maior risco para mortalidade quando associado a DM, HAS, etilismo, uso de CVC e presença de infecção por KPC nos primeiros 2 anos após o transplante.
Infecção é a segunda causa mais frequente de mortalidade entre os pacientes transplantados renais. O objetivo do estudo foi analisar o desfecho infecção por Klebsiella pneumoniae produtora de Carbapenemase (KPC), identificar os fatores de risco para a sobrevida do enxerto e do paciente submetido a transplante renal com infecção por KPC e comparar com resultados alcançados em outros serviços. Método – Estudo observacional, coorte retrospectivo em indivíduos submetidos a transplante renal por doador falecido no ano de 2014, e analisados durante o primeiro e segundo ano pós-transplante. Foram incluídos pacientes com idade superior a 18 anos, em primeiro transplante do receptor, que receberam órgão de doador falecido e somente transplante renal. Foi realizada análise descritiva considerando variáveis demográficas, clínicas, laboratoriais e parâmetros relacionados ao tratamento. O desfecho primário foi infecção por KPC. As variáveis foram testadas com o teste do Qui-quadrado ou exato de Fisher e a associação entre as variáveis contínuas e a presença de infecção foi feita usando o os testes “t” de Student ou Mann-Whitney. Na análise das associações foram calculadas as razões de chance (‘odds ratios’) com os respectivos intervalos de confiança ao nível de 95%. Os testes utilizados foram bi-caudais e o nível de significância adotado foi de alfa<0,05. Resultados: O total de 852 prontuários foram revisados e destes, 164 não cumpriram os critérios de inclusão. Dezoito pacientes apresentaram cultura positiva para KPC e 34 apresentaram outros patógenos. A infecção por KPC quanto ao sítio, foi observado que o maior número ocorreu no trato urinário (9,8%), seguido por corrente sanguínea (2,3%) e trato respiratório (1,5%). O maior risco para mortalidade ou perda do enxerto foi associado a Diabetes Mellitus, Hipertensão Arterial Sistêmica, etilismo, uso de Cateter Venoso Central e presença de infecção por KPC nos primeiros 2 anos após o transplante. Conclusão: Infecções por Klebsiella pneumoniae resistentes a carbapenêmicos KPC em pacientes transplantados renais estão aumentando progressivamente e estão associadas a piores desfechos. Fatores de risco e estratégias terapêuticas precisam ser melhor definidos. Quanto a infecção por KPC segundo o sítio foi observado que o maior número ocorreu no trato urinário, seguido por corrente sanguínea e trato respiratório, não sendo registrado nenhum caso em ferida operatória. Indivíduos com antecedentes para DM, HAS, etilismo e em uso de CVC apresentaram maior chances de desenvolver a infecção por KPC quando comparados aos indivíduos que não apresentaram infecção no período analisado. A terapia de transplante renal apresentou maior risco para mortalidade quando associado a DM, HAS, etilismo, uso de CVC e presença de infecção por KPC nos primeiros 2 anos após o transplante.