Efeito da variação da temperatura no desenvolvimento embrionário murino
Data
2020-12-17
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Objetivo: Estudar o efeito da variação da temperatura no desenvolvimento embrionário murino pré-implantação e no metabolismo dos embriões produzidos in vitro. Métodos: Este estudo foi dividido em 2 experimentos. Em ambos, os embriões murinos foram cultivados in vitro desde o estágio de zigoto até o estágio de blastocisto sob 3 variações de temperatura: Tratamento 1 (T1) a 37ºC durante o dia e 35,5ºC durante a noite, Tratamento 2 (T2) a 38,5ºC durante o dia e 37ºC a noite e Controle (C) a 37ºC constante. O Experimento I visava avaliar o efeito da variação da temperatura: (i) nas taxas de clivagem, mórula e blastocisto; (ii) na classificação morfológica dos blastocistos de acordo com Gardner et al., 2000 e SART, (iii) na fragmentação de DNA em blastocistos por meio do teste TUNEL e (iv) na secretômica embrionária do meio de cultura por espectrometria de massas. No Experimento I foram utilizados embriões C57BL/6J coletados a fresco e cultivados in vitro sob as 3 variações de temperatura em incubadoras tradicionais. O Experimento II visava avaliar o efeito da variação da temperatura: (i) na morfocinética embrionária por meio da tecnologia de time-lapse, (ii) na classificação morfológica dos blastocistos de acordo com Gardner et al., 2000 e SART, (iii) na expressão relativa dos genes Bax, Bcl2, Apaf-1 e Igf2 em blastocistos por qRT-PCR e (iv) na secretômica do meio de cultura de cada blastocisto cultivado individualmente, por meio de espectrofotometria. No experimento II foram utilizados embriões híbridos B6C3F1 x B6D2F1 congelados e incubadoras do tipo time-lapse. O Experimento I utilizou na análise estatística as unidades amostrais embrião individual e gota de meio de cultura. Já o Experimento II, utilizou como unidade amostral apenas o embrião individual. Resultados: No Experimento I, foi observada uma taxa de mórula significativamente superior no grupo T1, quando comparado ao grupo T2 e C, na análise por blastocisto (N=453) e por gota (N=78). Já grupo T2, destacou-se por uma taxa de blastocisto significativamente superior aos outros 2 grupos na análise por blastocisto (N=453). Com relação a classificação morfológica nos blastocistos, o grupo T1 mostrou notas significativamente inferiores e, portanto, blastocistos de menor qualidade, quando comparado aos 2 outros grupos de estudo. O grupo T1 também apresentou uma porcentagem de fragmentação de DNA 2 vezes maior quando comparado aos 2 outros grupos de estudo. A secretômica embrionária do meio de cultura demonstrou que os aminoácidos prolina e leucina eram os principais preditores da formação de blastocistos. Além disso, uma separação significativa do conjunto de metabólitos representativos do grupo T1 foi observada, enquanto T2 e C eram caraterizados por um conjunto metabólitos mais semelhantes. Os metabólitos característicos do grupo T1 apontavam um metabolismo estressado. No Experimento II (N= 161 blastocistos), com relação a morfocinética embrionária foram encontradas diferenças para as variáveis t2, t3, t4, ECC2, t5, t8, tSB, tB, tHB entre os grupos T1 e T2/C, sendo que os embriões pertencentes ao grupo T1 apresentaram um desenvolvimento mais lento quando comparados aos 2 outros grupos de estudo. Com relação a classificação morfológica dos blastocistos, o Experimento II apresentou resultados muito semelhantes aos do Experimento I. A análise da expressão diferencial do gene Apaf1 mostrou que o mesmo é significativamente mais abundante nos blastocistos do grupo T1 quando comparado ao grupo T2. A secretômica embrionária individual dos blastocistos mostrou novamente que o grupo T1 era caracterizado por um conjunto de metabólitos significativamente diferentes dos 2 outros grupos de estudo. O grupo T2, por sua vez, não demonstrou efeitos negativos em todo o estudo. Conclusão: A variação da temperatura altera o desenvolvimento embrionário e o metabolismo murino pré-implantação.
Descrição
Citação
MORYAMA, D. F. Efeito da variação da temperatura no desenvolvimento embrionário murino. São Paulo, 2020. 109 p. Tese (Doutorado em Urologia) - Universidade Federal de São Paulo-UNIFESP, São Paulo, 2020.