Influência da poluição atmosférica na qualidade do sono e qualidade de vida em corredores de rua e sedentários
Data
2018-06-28
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Introduction: Sleep is a vital phenomenon, as necessary to the maintenance of existence
as the act of feeding. Sleep disorders affect up to onethird
of the population and 95% of
individuals remain without diagnosis or treatment. Sleep quality is closely linked to quality
of life, and so in recent decades scientific interest in studying sleep patterns has steadily
grown. Pollution is associated with inflammation and oxidative stress and an expressive
part of the world population, especially practicing outdoor exercises, are exposed to air
pollution. One of the most important actions of vitamin D is the control of the inflammatory
response due to its potent immunomodulatory activity. There is evidence that individuals
who practice physical activity, performed on a regular basis, present lower values of
inflammatory markers when compared to those of sedentary individuals. Thus, the
objective of this study was to evaluate the effect of the pollution on serum Vitamin D and
the marker of inflammatory activity, the Ultra Sensitive C Reactive Protein in Sleep and
Life Quality, in street runners and sedentary.Methods:74 individuals, including 34
runners and 40 sedentary, living and working in the metropolitan region of São Paulo
were recruited. The individuals were evaluated during four moments, identified as prewinter,
winter, presummer
and summer, through the Pittsburgh questionnaire, which
evaluates the quality of sleep and the WHOQOLbref
quality of life questionnaire, in
addition to blood collection to measure levels of vitamin D and CRPUS.
Results: The
sedentary group had more inflammatory CRP (0.37 ± 0.51, 0.15 ± 0.11, p = 0.01), with
a higher BMI (26.26 ± 5.50; 23.90 ± 3.50, p = 0.04), as well as poor sleep quality,
according to the Pittsburg Questionnaire (8.12 ± 3.04, 4.72 ± 2.12 p <0.001) when
compared to group runners. The comparison of vitamin D levels between the sedentary
and runner groups reveals that the vitamin D concentration is higher in the prewinter
runners group (28.92 ± 7.9, 22.22 ± 9.17, p = 0, 01 **), as well as in winter (27.85 ± 6.28,
23.55 ± 10.97, p = 0.01 **). It was shown that the sedentary group presented a
statistically significant difference between prewinter
and presummer
values (p = 0.001),
and the group of runners (p = 0.03), in the winter and summer periods. We verified an
increase in CRPUS
in the group of corridors in prewinter
when compared to winter,
suggesting influence of MP2.5 (p = 0.03). We observed a significant difference (p = 0.01)
in the RADUV related to the collection periods, with a lower relation between the
incidence of RADUV and poorer sleep quality in the sedentary group (p = 0.05). The
runner group (p = 0.04) had a better quality of life when compared to the sedentary group
only in the prewinter
period, however, when we established a critical intragroup
assessment throughout the four collections, we infer that subjectivity prevails
unchanged, suggesting that the pollution factor did not interfere in the better or worse
quality of life of these subjects over time. Conclusion: Considering the results found, we
can conclude that the inflammatory response, vitamin D levels and sleep quality in
sedentary residents in the Metropolitan Region of São Paulo are associated with and are
influenced by atmospheric pollution and that, although the runner group is exposed to
them levels of pollution than the sedentary group, presented a lower degree of subclinical
inflammation and better quality of sleep. Considering that these factors are related to
chronic diseases, physical exercise, even in a polluted environment, is a tool of great
utility in the maintenance of health, thus influencing positively the quality of life.
Introdução: O sono é um fenômeno vital, tão necessário à manutenção da existência quanto o ato da alimentação. Os distúrbios do sono afetam até um terço da população e 95% dos indivíduos permanecem sem diagnóstico ou tratamento. A qualidade do sono está intimamente ligada à qualidade de vida e, por isso nas últimas décadas, o interesse científico no estudo dos padrões de sono tem crescido constantemente. A poluição está associada à inflamação e ao estresse oxidativo e parcela expressiva da população mundial, em especial praticantes de exercícios realizados ao ar livre, estão expostos a poluição atmosférica. Uma das mais importantes ações da vitamina D é o controle da resposta inflamatória devido a sua potente atividade imunomoduladora. Existem evidências de que indivíduos que praticam atividade física, realizada de forma regular, apresentam menores valores de marcadores inflamatórios quando comparados aos de indivíduos sedentários. Deste modo o objetivo deste estudo, foi avaliar o efeito da poluição sobre os valores séricos da Vitamina D e do marcador de atividade inflamatória, a Proteína C Reativa ultra sensível (PCRUS) na Qualidade do Sono e de Vida, em corredores de rua e sedentários. Métodos: 74 indivíduos, sendo 34 corredores e 40 sedentários, que vivem e trabalham na região metropolitana de São Paulo foram recrutados. Os indivíduos foram avaliados durante quatro momentos, identificados como préinverno, inverno, préverão e verão, através do questionários de Pittsburg, que avalia a qualidade do sono e do questionário de qualidade de vida WHOQOLbref, além da coleta de sangue periférico para mensurar os níveis de vitamina D e da PCRUS. Resultados: o grupo sedentário apresentouse mais inflamado PCRUS (0,37±0,51; 0,15±0,11;p=0,01), com IMC mais elevado (26,26±5,50 ;23,90±3,50;p=0,04), bem como pior qualidade do sono, segundo o Questionário de Pittsburg (8,12±3,04;4,72±2,12 p<0,001), quando comparado ao grupo corredores. A comparação dos níveis de vitamina D entre o grupo sedentário e corredor, revela que a concentração de vitamina D é maior no grupo corredores no pré inverno (28,92 ± 7,9; 22,22 ± 9,17; p = 0,01**), assim como no inverno (27,85 ± 6,28; 23,55 ± 10,97; p = 0,01**). Sendo que na comparação entre distintos momentos de coleta, mostrou que o grupo sedentário apresentou diferença estatisticamente significante entre os valores do préinverno e préverão (p=0,001), e o grupo de corredores (p=0,03), nos períodos inverno e verão. Verificamos aumento do PCRUS no grupo de corredores no préinverno quando comparado ao inverno, sugerindo influência do MP2,5 (p=0,03). Observamos diferença significativa (p= 0,01) da RADUV relacionados aos períodos de coleta, havendo uma relação entre menor a incidência de RADUV com pior qualidade do sono no grupo sedentário(p=0,05). O grupo corredor (p=0,04) apresentou melhor qualidade de vida quando comparado ao grupo sedentário somente no préinverno, no entanto, ao estabelecermos uma apreciação crítica intragrupo ao longo das quatro coletas, inferimos que prevalece inalterada a subjetividade, sugerindo que o fator poluição não interferiu na melhor ou pior qualidade de vida desses sujeitos ao longo do tempo. Conclusão: Face aos resultados encontrados, podemos concluir que a resposta inflamatória, os níveis de vitamina D e a qualidade do sono em sedentários residentes na Região Metropolitana de São Paulo estão associados e sofrem influência da poluição atmosférica e que, apesar do grupo corredor estar exposto aos mesmos níveis de poluição que o grupo sedentário, apresentou menor grau de inflamação subclínica e melhor qualidade de sono. Considerando que estes fatores estão ligados a doenças crônicas, o exercício físico, mesmo em ambiente poluído, se mostra uma ferramenta de grande utilidade na manutenção da saúde, portanto influindo positivamente na qualidade de vida.
Introdução: O sono é um fenômeno vital, tão necessário à manutenção da existência quanto o ato da alimentação. Os distúrbios do sono afetam até um terço da população e 95% dos indivíduos permanecem sem diagnóstico ou tratamento. A qualidade do sono está intimamente ligada à qualidade de vida e, por isso nas últimas décadas, o interesse científico no estudo dos padrões de sono tem crescido constantemente. A poluição está associada à inflamação e ao estresse oxidativo e parcela expressiva da população mundial, em especial praticantes de exercícios realizados ao ar livre, estão expostos a poluição atmosférica. Uma das mais importantes ações da vitamina D é o controle da resposta inflamatória devido a sua potente atividade imunomoduladora. Existem evidências de que indivíduos que praticam atividade física, realizada de forma regular, apresentam menores valores de marcadores inflamatórios quando comparados aos de indivíduos sedentários. Deste modo o objetivo deste estudo, foi avaliar o efeito da poluição sobre os valores séricos da Vitamina D e do marcador de atividade inflamatória, a Proteína C Reativa ultra sensível (PCRUS) na Qualidade do Sono e de Vida, em corredores de rua e sedentários. Métodos: 74 indivíduos, sendo 34 corredores e 40 sedentários, que vivem e trabalham na região metropolitana de São Paulo foram recrutados. Os indivíduos foram avaliados durante quatro momentos, identificados como préinverno, inverno, préverão e verão, através do questionários de Pittsburg, que avalia a qualidade do sono e do questionário de qualidade de vida WHOQOLbref, além da coleta de sangue periférico para mensurar os níveis de vitamina D e da PCRUS. Resultados: o grupo sedentário apresentouse mais inflamado PCRUS (0,37±0,51; 0,15±0,11;p=0,01), com IMC mais elevado (26,26±5,50 ;23,90±3,50;p=0,04), bem como pior qualidade do sono, segundo o Questionário de Pittsburg (8,12±3,04;4,72±2,12 p<0,001), quando comparado ao grupo corredores. A comparação dos níveis de vitamina D entre o grupo sedentário e corredor, revela que a concentração de vitamina D é maior no grupo corredores no pré inverno (28,92 ± 7,9; 22,22 ± 9,17; p = 0,01**), assim como no inverno (27,85 ± 6,28; 23,55 ± 10,97; p = 0,01**). Sendo que na comparação entre distintos momentos de coleta, mostrou que o grupo sedentário apresentou diferença estatisticamente significante entre os valores do préinverno e préverão (p=0,001), e o grupo de corredores (p=0,03), nos períodos inverno e verão. Verificamos aumento do PCRUS no grupo de corredores no préinverno quando comparado ao inverno, sugerindo influência do MP2,5 (p=0,03). Observamos diferença significativa (p= 0,01) da RADUV relacionados aos períodos de coleta, havendo uma relação entre menor a incidência de RADUV com pior qualidade do sono no grupo sedentário(p=0,05). O grupo corredor (p=0,04) apresentou melhor qualidade de vida quando comparado ao grupo sedentário somente no préinverno, no entanto, ao estabelecermos uma apreciação crítica intragrupo ao longo das quatro coletas, inferimos que prevalece inalterada a subjetividade, sugerindo que o fator poluição não interferiu na melhor ou pior qualidade de vida desses sujeitos ao longo do tempo. Conclusão: Face aos resultados encontrados, podemos concluir que a resposta inflamatória, os níveis de vitamina D e a qualidade do sono em sedentários residentes na Região Metropolitana de São Paulo estão associados e sofrem influência da poluição atmosférica e que, apesar do grupo corredor estar exposto aos mesmos níveis de poluição que o grupo sedentário, apresentou menor grau de inflamação subclínica e melhor qualidade de sono. Considerando que estes fatores estão ligados a doenças crônicas, o exercício físico, mesmo em ambiente poluído, se mostra uma ferramenta de grande utilidade na manutenção da saúde, portanto influindo positivamente na qualidade de vida.