Comportamento suicida por contágio
Data
2021
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Introduction: There are controversial scientific data regarding contagious effect on suicidal behavior. Apparently, youth are more susceptible to contagious suicidal behavior. Objective: Analyze the presence of contagious suicidal behavior among federal university students. Methodology: Exploratory descriptive research, qualitative, use of semi-structured survey applied through digital means to college students of the Instituto Federal de Educação de Cubatão/SP; analysis by referential theory of the content analyses. Results: 34 survey responses analyzed; 23 respondents reported some sort of influence with exposure to a suicidal act and some identified themselves with the person who committed suicide, experienced feelings such as, sadness or despair, reported aversion to decision making, feelings of empathy, three considered suicide and wished to do something similar. The majority had relatives with mental health issues; one third had relatives with suicidal thoughts, and in some cases even the survey participant had this behavior. Most of the participants had suicidal thoughts, 7 put themselves in a life-threatening situation, 12 mutilated themselves, 5 planned suicide and 1 attempted suicide. Vulnerable individuals were found to be of higher risk, contagion being real and spread over school and social media. The suicide attempts and suicides were witnessed in person and through the media, videos, and social media. The reactions of those who witnessed the suicidal scene varied between discomfort and sadness, chills, traumatize, frighten, questioning about the theme, motive for the decision and the possibility to prevent it. The reports of identification showed feeling something similar or understanding the suicidal feelings, considering the possibility of suicide, alleviate sad thoughts and to put an end to their own pain. There were manifestations of aversion to the act and disregard to the suicidal individual, get used to living with the thoughts they felt after witnessing and confronting the suicide. The help needed after witnessing the suicidal act included specialty treatment, affection, and positive thoughts, some learned to live with the feelings, others affirmed little impact or resignation of the facts. There were considerations regarding human fragility, facing and sharing of difficult situations, reframing of life and death and about suicidal prevention. Considerations: The data does not allow to affirm by contagion, but by the influence of suicidal behavior some university students were exposed to disclose suicidal attempt and suicide. We highlight the need for additional studies about this topic to justify the plans of public policies and guidelines to prevent suicidal behavior, specifically in interventions regarding the communication and disclosure of suicidal behavior on social media platforms, the need for specific interventions by the government and a better qualification of mental health professionals, especially those of nursing practice, to provide treatment.
Introdução: Há dados científicos contraditórios a respeito do efeito de contágio pelo comportamento suicida. Aparentemente jovens são mais suscetíveis ao contágio do suicídio. Objetivo: Analisar a presença de comportamento suicida por contágio em universitários de um instituto federal. Metodologia: Pesquisa exploratória-descritiva, qualitativa, uso de questionário semiestruturado aplicado por meio digital junto a universitários do Instituto Federal de Educação de Cubatão/SP; análise por referencial teórico da análise de conteúdo. Resultados: Analisados 34 questionários, 23 participantes relataram algum tipo de influência quanto à exposição ao ato suicida, 12 se identificaram com a pessoa que cometeu suicídio, tiveram sentimentos ruins como tristeza ou desespero, expuseram aversão a decisão, sentimentos de empatia, 3 desejaram realizar algo semelhante. A maioria tinha familiares com transtorno mental; um terço com familiares com comportamento suicida, e em alguns casos o próprio participante teve esse comportamento. A maioria teve ideação suicida, 7 se expuseram a risco de morte, 12 se automutilaram, 5 planejaram e 1 tentou suicídio. Foi relacionado que indivíduos vulneráveis correm maior risco. O contágio é real e se espalha por escolas e redes sociais. As tentativas ou ato suicida foram assistidas presencialmente e em mídia, vídeos e redes sociais. As reações à cena suicida foram de desconforto, tristeza, arrepios, traumas, sustos, ou questionamentos sobre o tema, o motivo para tal decisão e a possibilidade de impedir o ato. Os relatos de identificação apontaram para sentir algo parecido ou compreender os sentimentos do suicida, cogitar a possibilidade do suicídio, aliviar pensamentos tristes e acabar com a própria dor. Houve manifestações de aversão ao ato e desconsideração pelo suicida, de aprender a conviver com o que sentiram, enfrentar a situação. A necessidade de ajuda após presenciar cena suicida incluiu tratamento especializado, afeto e pensamentos positivos; alguns conviveram com o sentimento gerado, outros afirmaram pouca influência ou resignação aos fatos. Considerou-se a fragilidade humana, enfrentamento e compartilhamento de situações difíceis; ressignificação sobre vida e morte; e prevenção do suicídio. Considerações: Os dados não permitem afirmar pelo contágio, mas pela influência no comportamento suicida de alguns universitários que foram expostos a divulgação de tentativa de suicídio e de suicídio. Ressaltamos as necessidades de novos estudos sobre a temática para justificar o planejamento de políticas públicas na prevenção ao comportamento suicida, em específico a intervenções sobre a comunicação e divulgação de comportamento suicida em meios de comunicação social, intervenções específicas pelo Instituto Federal e melhor qualificação dos profissionais da saúde mental, especialmente os da Enfermagem, para prestação da assistência.
Introdução: Há dados científicos contraditórios a respeito do efeito de contágio pelo comportamento suicida. Aparentemente jovens são mais suscetíveis ao contágio do suicídio. Objetivo: Analisar a presença de comportamento suicida por contágio em universitários de um instituto federal. Metodologia: Pesquisa exploratória-descritiva, qualitativa, uso de questionário semiestruturado aplicado por meio digital junto a universitários do Instituto Federal de Educação de Cubatão/SP; análise por referencial teórico da análise de conteúdo. Resultados: Analisados 34 questionários, 23 participantes relataram algum tipo de influência quanto à exposição ao ato suicida, 12 se identificaram com a pessoa que cometeu suicídio, tiveram sentimentos ruins como tristeza ou desespero, expuseram aversão a decisão, sentimentos de empatia, 3 desejaram realizar algo semelhante. A maioria tinha familiares com transtorno mental; um terço com familiares com comportamento suicida, e em alguns casos o próprio participante teve esse comportamento. A maioria teve ideação suicida, 7 se expuseram a risco de morte, 12 se automutilaram, 5 planejaram e 1 tentou suicídio. Foi relacionado que indivíduos vulneráveis correm maior risco. O contágio é real e se espalha por escolas e redes sociais. As tentativas ou ato suicida foram assistidas presencialmente e em mídia, vídeos e redes sociais. As reações à cena suicida foram de desconforto, tristeza, arrepios, traumas, sustos, ou questionamentos sobre o tema, o motivo para tal decisão e a possibilidade de impedir o ato. Os relatos de identificação apontaram para sentir algo parecido ou compreender os sentimentos do suicida, cogitar a possibilidade do suicídio, aliviar pensamentos tristes e acabar com a própria dor. Houve manifestações de aversão ao ato e desconsideração pelo suicida, de aprender a conviver com o que sentiram, enfrentar a situação. A necessidade de ajuda após presenciar cena suicida incluiu tratamento especializado, afeto e pensamentos positivos; alguns conviveram com o sentimento gerado, outros afirmaram pouca influência ou resignação aos fatos. Considerou-se a fragilidade humana, enfrentamento e compartilhamento de situações difíceis; ressignificação sobre vida e morte; e prevenção do suicídio. Considerações: Os dados não permitem afirmar pelo contágio, mas pela influência no comportamento suicida de alguns universitários que foram expostos a divulgação de tentativa de suicídio e de suicídio. Ressaltamos as necessidades de novos estudos sobre a temática para justificar o planejamento de políticas públicas na prevenção ao comportamento suicida, em específico a intervenções sobre a comunicação e divulgação de comportamento suicida em meios de comunicação social, intervenções específicas pelo Instituto Federal e melhor qualificação dos profissionais da saúde mental, especialmente os da Enfermagem, para prestação da assistência.