Uso da ivabradina como adjuvante no tratamento da insuficiência cardíaca crônica: revisão sistemática e metanálise
Data
2015-11-30
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Purpose: To assess the effectiveness and safety of ivabradine in chronic heart failure. Methods: We searched the following electronic databases: CENTRAL, MEDLINE, EMBASE, CINAHL, Web of Science and LILACS. We hand searched pertinent journals and reference lists of papers were inspected. No language restrictions were applied. Selection criteria: randomised, placebo-controlled, parallel-group studies comparing ivabradine plus standard treatment versus placebo plus standard treatment, in men and women with 18 years of age and older who have symptomatic (New York Heart Association Class II to IV) heart failure and a left-ventricular ejection fraction of 40% or lower and were in sinus rhythm. Primary outcomes: mortality from cardiovascular causes and safety. Secondary outcomes: mortality from all causes, hospitalization rate for worsening heart failure, hospitalization rate for all causes, quality of life, change in functional class, exercise capacity, left ventricular remodeling and function.Data collection and analysis: two authors independently abstracted the data and assessed the eligibility and methodological quality of each trial. Extracted data were analysed by determining the relative risks for dichotomous data, and difference in means for continuous data, of the treated group compared with controls. Results: Eight randomised controlled trials with an overall number of 17,812 participants with a mean age of 56 years were included in this review. After 12 months, compared with placebo, ivabradine was not associated with (1) reduction in cardiovascular mortality (RR 0.95, 95% CI 0.88 to 1.02; 17,472 participants; three studies; high quality evidence); (2) reduction of all-cause mortality (RR 0.98, 95% CI 0.90 to 1.06; 17,472 participants; three studies; high quality evidence); (3) reduction of hospitalisation for heart failure (RR 0.87, 95% CI 0.68 to 1.11; 17,422 participants; two studies; low quality evidence). It was not found, in the analysis, differences in safety considering cardiac adverse events between ivabradine and placebo (RR 0.96, 95% CI 0.89 to 1.02; 17,399 participants; two studies; high quality evidence). After three months, compared with placebo, ivabradine was associated with improvement of left ventricular ejection fraction (MD 2.79, 95% CI 1.42 to 4.16; 518 participants; three studies; low quality evidence). Conclusions The available data from eight randomised trials show that in patients with chronic heart failure, ivabradine did not reduce the risk of death and hospitalisation for heart failure compared to placebo. There is limited evidence that ivabradine improved ejection fraction.The available data showed no differences in safety considering cardiac adverse events between ivabradine and placebo
Objetivo: Avaliar a efetividade e a segurança da ivabradina, comparativamente ao placebo, no tratamento da insuficiência cardíaca crônica. Métodos: Revisão sistemática Cochrane de ensaios clínicos randomizados. As seguintes bases de dados eletrônicas foram utilizadas: CENTRAL, MEDLINE, EMBASE, LILACS, CPCI-S, SCI-EXPANDED e CINAHL. Foram verificadas, também, listas de referências de artigos relevantes. Não houve restrição de idioma e data de publicação. Foram incluídos ensaios clínicos randomizados comparando ivabradina associada ao tratamento padrão para insuficiência cardíaca crônica versus tratamento padrão em pacientes com mais de 18 anos de idade, portadores de insuficiência cardíaca crônica sintomática em classe funcional II-IV da New York Heart Association, fração de ejeção do ventrículo esquerdo < 40% e em ritmo sinusal. Os desfechos primários foram mortalidade cardiovascular e eventos adversos. Os desfechos secundários incluíram mortalidade por todas as causas, hospitalização por insuficiência cardíaca, hospitalização por todas as causas, qualidade de vida, mudança da classe funcional, capacidade física e função ventricular esquerda. A seleção e a avaliação do risco de viés dos estudos incluídos nesta revisão sistemática foram realizadas por dois revisores, de forma independente, seguindo a recomendação da Colaboração Cochrane. A qualidade da evidência foi avaliada segundo o Grading of Recommendations Assessment, Development and Evaluation. Quando possível, os dados dos estudos incluídos foram agrupados em metanálises. Como medida resumo da estimativa de tamanho do efeito, foi calculado o risco relativo (RR). Para os dados contínuos, foi calculada a diferença média (DM), com intervalo de confiança de 95% (IC 95%). Resultados: Foram incluídos oito estudos (17.812 participantes, média de idade de 56 anos). Após três meses, em comparação com placebo, a ivabradina esteve associada a melhora da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (DM 2,79, IC 95% 1,42 a 4,16; 518 participantes, três estudos; qualidade de evidência baixa). Após 12 meses, em comparação com placebo, a ivabradina não se associou com: (1) redução da mortalidade cardiovascular (RR 0,95, IC 95% 0,88 a 1,02; 17.472 participantes, três estudos; qualidade de evidência alta); (2) redução da mortalidade por todas as causas (RR 0,98, IC 95% 0,90 a 1,06; 17.472 participantes, três estudos; qualidade de evidência alta); (3) redução de hospitalização por insuficiência cardíaca (RR 0,87, IC 95% 0,68 a 1,11; 17.422 participantes, dois estudos; qualidade de evidência baixa). Não houve diferença entre ivabradina e placebo na taxa de eventos cardíacos adversos (RR 0,96, IC 95% 0,89 a 1,02; 17.399 participantes, dois estudos; qualidade de evidência alta). Conclusões: Os dados disponíveis demonstram que, em pacientes com insuficiência cardíaca crônica, a ivabradina não reduziu a mortalidade cardiovascular, a mortalidade por todas as causas e a hospitalização por insuficiência cardíaca, quando comparada ao placebo. Não houve diferença em relação à segurança cardiovascular entre os dois grupos avaliados. Embora os resultados tenham demonstrado melhora da função ventricular esquerda com o uso da ivabradina, após três meses, as evidências existentes são de qualidade baixa.
Objetivo: Avaliar a efetividade e a segurança da ivabradina, comparativamente ao placebo, no tratamento da insuficiência cardíaca crônica. Métodos: Revisão sistemática Cochrane de ensaios clínicos randomizados. As seguintes bases de dados eletrônicas foram utilizadas: CENTRAL, MEDLINE, EMBASE, LILACS, CPCI-S, SCI-EXPANDED e CINAHL. Foram verificadas, também, listas de referências de artigos relevantes. Não houve restrição de idioma e data de publicação. Foram incluídos ensaios clínicos randomizados comparando ivabradina associada ao tratamento padrão para insuficiência cardíaca crônica versus tratamento padrão em pacientes com mais de 18 anos de idade, portadores de insuficiência cardíaca crônica sintomática em classe funcional II-IV da New York Heart Association, fração de ejeção do ventrículo esquerdo < 40% e em ritmo sinusal. Os desfechos primários foram mortalidade cardiovascular e eventos adversos. Os desfechos secundários incluíram mortalidade por todas as causas, hospitalização por insuficiência cardíaca, hospitalização por todas as causas, qualidade de vida, mudança da classe funcional, capacidade física e função ventricular esquerda. A seleção e a avaliação do risco de viés dos estudos incluídos nesta revisão sistemática foram realizadas por dois revisores, de forma independente, seguindo a recomendação da Colaboração Cochrane. A qualidade da evidência foi avaliada segundo o Grading of Recommendations Assessment, Development and Evaluation. Quando possível, os dados dos estudos incluídos foram agrupados em metanálises. Como medida resumo da estimativa de tamanho do efeito, foi calculado o risco relativo (RR). Para os dados contínuos, foi calculada a diferença média (DM), com intervalo de confiança de 95% (IC 95%). Resultados: Foram incluídos oito estudos (17.812 participantes, média de idade de 56 anos). Após três meses, em comparação com placebo, a ivabradina esteve associada a melhora da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (DM 2,79, IC 95% 1,42 a 4,16; 518 participantes, três estudos; qualidade de evidência baixa). Após 12 meses, em comparação com placebo, a ivabradina não se associou com: (1) redução da mortalidade cardiovascular (RR 0,95, IC 95% 0,88 a 1,02; 17.472 participantes, três estudos; qualidade de evidência alta); (2) redução da mortalidade por todas as causas (RR 0,98, IC 95% 0,90 a 1,06; 17.472 participantes, três estudos; qualidade de evidência alta); (3) redução de hospitalização por insuficiência cardíaca (RR 0,87, IC 95% 0,68 a 1,11; 17.422 participantes, dois estudos; qualidade de evidência baixa). Não houve diferença entre ivabradina e placebo na taxa de eventos cardíacos adversos (RR 0,96, IC 95% 0,89 a 1,02; 17.399 participantes, dois estudos; qualidade de evidência alta). Conclusões: Os dados disponíveis demonstram que, em pacientes com insuficiência cardíaca crônica, a ivabradina não reduziu a mortalidade cardiovascular, a mortalidade por todas as causas e a hospitalização por insuficiência cardíaca, quando comparada ao placebo. Não houve diferença em relação à segurança cardiovascular entre os dois grupos avaliados. Embora os resultados tenham demonstrado melhora da função ventricular esquerda com o uso da ivabradina, após três meses, as evidências existentes são de qualidade baixa.
Descrição
Citação
MIZZACI, Carolina Christianini. Uso da ivabradina como adjuvante no tratamento da insuficiência cardíaca crônica: revisão sistemática e metanálise. 2015. 139 f. Tese (Doutorado) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2015.