Alterações auditivo-vestibulares em pacientes com otite média: estudo clínico e histopatológico
Data
2020-06-08
Tipo
Tese de doutorado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Objective: To analyze, based on a histopathologic and clincial study, the presence of auditory (cochlear) and peripheral vestibular abnormalities in human temporal bones and also in patients with otitis media. Methods: We performed a histopathologic study in human temporal bone specimens, in which we quantitalively evaluated the presence of pathologic abnormalities in cochlear (ciliated cells, stria vascularis, spiral ligament, and spiral ganglion neurons) and vestibular (vestibular hair cells type I and II in the otolithic organs and semicircular canals, dark and transitional cells, and vestibular ganglion neurons) structures in temporal bones with otitis media. The temporal bones were divided in groups, accordingly with the abnormalities of the middle ear in (1) serous; (2) serouspurulent; (3) mucoid; and (4) chronic otitis media. For comparison purposes, we selected temporal bones without any evidence of middle or inner ear disease, which were used as controls. For the clinical study, we selected patients older than 18 years, who had otitis media. The patients with otitis media were divided, accordingly with the type of otitis media, in: (1) acute otitis media; (2) otitis media with effusion; and (3) chronic otitis media. The patients underwent anamnesis, physical examination (general and otolaryngologic), subjective vertical visual, audiograms, static posturography, and vídeo head impulse test. We also selected, as a control group, patients who had no history of otitis media who complied with our inclusion and exclusion criteria. Results: Our histopathologic study showed a decreased area of the stria vascularis in all otitis media groups, and decreased area of the stria vascularis in the serous-purulent, mucoid, and chronic otitis media groups as compared with controls. Regarding the vestibular structures, we observed a significant decrease in the number of saccular and utricular hair cells in the mucoid and chronic otitis media groups only. We observed that the degree of loss of cochlear and vestibular hair cells was higher in the mucoid and chronic otitis media groups as compared with the serous and serous-purulent groups. In our clinical study, we observed a significantly higher prevalence of hearing loss, vestibular symptoms, tinnitus, abnormalities in the clinical vestibular function tests, and worse posturography results in all otitis media groups as compared with controls. We did no observe significant abnormalities in the gains of the semicircular canals of the vídeo head impulse test in any of the otitis media groups as xx compared with controls. Conclusion: Our study showed concrete histopathological and clinical evidence of auditory and vestibular alterations secondary to otitis media in all different types of otitis media.
Objetivo: Analisar, com base em estudo histopatológico e clínico, a presença de alterações auditivas (cocleares) e vestibulares periféricas em ossos temporais e também em pacientes com otite média. Métodos: Realizamos estudo histopatológico de espécimes de ossos temporais, dos quais avaliamos quantitativamente a presença de alterações patológicas em estruturas cocleares (células ciliadas, estria vascular, ligamento espiral, e neurônios do gânglio espiral) e vestibulares (células ciliadas vestibulares tipo 1 e 2 nos órgãos otolíticos e canais semicirculares, células escuras e transicionais, e neurônios do gânglio vestibular) em ossos temporais com otite média. Os ossos temporais foram divididos em grupos, de acordo com as alteraçõs de orelha média em otite média (1) serosa; (2) seropurulenta; (3) mucóide; e (4) crônica. Para fins comparativos, selecionamos ossos temporais sem qualquer evidência de doença em orelha média ou interna, utilizados como controles. Para o estudo clínico, selecionamos indivíduos maiores de 18 anos de idade, com diagnóstico de otite média. Os pacientes com otite média foram divididos, de acordo com o tipo de otite, em: (1) otite média aguda; (2) otite média com efusão; e (3) otite média crônica. Os pacientes foram submetidos à anamnese, exame físico geral e otorrinolaringológico e exames clínicos, incluindo o teste vertical visual subjetivo, audiometria, posturografia estática e teste do impulso cefálico por vídeo. Selecionamos também, como grupo controle, pacientes sem história de otite média que preenchiam os mesmos critérios de inclusão e exclusão. Resultados: O estudo histopatológico demonstrou diminuição da área média da estria vascular em todos os grupos de otite média, e perda de células ciliadas nos grupos otite média seropurulenta, mucoide e crônica em comparação aos controles. Em relação às estruturas vestibulares, observamos diminuição significativa do número de células ciliadas saculares e utriculares nos grupos de otite média mucoide e crônica somente. Observamos que o grau de perda de células ciliadas cocleares e vestibulares ocorreu principalmente nos grupos otite média mucoide e crônica em comparação aos grupos otite média serosa e seropurulenta. Em nosso estudo clínico, observamos prevalência significativamente maior de perda auditiva, sintomas vestibulares, zumbido, alteração nas provas clínicas de função vestibular, e piores resultados posturográficos em todos os xviii grupos de otite média em comparação aos controles. Não observamos alterações significativas no ganho dos canais semicirculares no teste do impulso cefálico por vídeo em nenhum dos grupos de otite média em comparação aos controles. Conclusão: Nosso estudo apresenta evidências clínicas e histológicas concretas de alterações auditivas e vestibulares secundárias à otite média em todos os diferentes tipos de otite média.
Objetivo: Analisar, com base em estudo histopatológico e clínico, a presença de alterações auditivas (cocleares) e vestibulares periféricas em ossos temporais e também em pacientes com otite média. Métodos: Realizamos estudo histopatológico de espécimes de ossos temporais, dos quais avaliamos quantitativamente a presença de alterações patológicas em estruturas cocleares (células ciliadas, estria vascular, ligamento espiral, e neurônios do gânglio espiral) e vestibulares (células ciliadas vestibulares tipo 1 e 2 nos órgãos otolíticos e canais semicirculares, células escuras e transicionais, e neurônios do gânglio vestibular) em ossos temporais com otite média. Os ossos temporais foram divididos em grupos, de acordo com as alteraçõs de orelha média em otite média (1) serosa; (2) seropurulenta; (3) mucóide; e (4) crônica. Para fins comparativos, selecionamos ossos temporais sem qualquer evidência de doença em orelha média ou interna, utilizados como controles. Para o estudo clínico, selecionamos indivíduos maiores de 18 anos de idade, com diagnóstico de otite média. Os pacientes com otite média foram divididos, de acordo com o tipo de otite, em: (1) otite média aguda; (2) otite média com efusão; e (3) otite média crônica. Os pacientes foram submetidos à anamnese, exame físico geral e otorrinolaringológico e exames clínicos, incluindo o teste vertical visual subjetivo, audiometria, posturografia estática e teste do impulso cefálico por vídeo. Selecionamos também, como grupo controle, pacientes sem história de otite média que preenchiam os mesmos critérios de inclusão e exclusão. Resultados: O estudo histopatológico demonstrou diminuição da área média da estria vascular em todos os grupos de otite média, e perda de células ciliadas nos grupos otite média seropurulenta, mucoide e crônica em comparação aos controles. Em relação às estruturas vestibulares, observamos diminuição significativa do número de células ciliadas saculares e utriculares nos grupos de otite média mucoide e crônica somente. Observamos que o grau de perda de células ciliadas cocleares e vestibulares ocorreu principalmente nos grupos otite média mucoide e crônica em comparação aos grupos otite média serosa e seropurulenta. Em nosso estudo clínico, observamos prevalência significativamente maior de perda auditiva, sintomas vestibulares, zumbido, alteração nas provas clínicas de função vestibular, e piores resultados posturográficos em todos os xviii grupos de otite média em comparação aos controles. Não observamos alterações significativas no ganho dos canais semicirculares no teste do impulso cefálico por vídeo em nenhum dos grupos de otite média em comparação aos controles. Conclusão: Nosso estudo apresenta evidências clínicas e histológicas concretas de alterações auditivas e vestibulares secundárias à otite média em todos os diferentes tipos de otite média.