Conhecimento de mulheres atendidas em um ambulatório de mastologia sobre o autoexame, rastreamento e fatores de risco do câncer de mama

Data
2015-01-31
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Introduction: Breast cancer is one of the main public health problems in Brazil. It is the most common type of cancer affecting women in the majority of the country?s regions. Early diagnosis is a fundamental factor for a successful treatment and prognosis. Today there are three strategies in this regard: breast self-examination, clinical breast examination and mammography. In Brazil, yearly clinical examination and mammography are the recommended strategies. And, although there is noevidence that breast self-examination (BSE) reduces mortality, it is widely encouraged, since little more than half of the Brazilian women have access to mammography and breast clinical examination. Due to the high incidence of breast cancer, media is constantly talking about this subject. However, information is often inaccurate, causing myths to arise. Objective: Evaluate the knowledge of patients at breast health clinic of UNIFESP-EPM about breast self-examination and its practice, and evaluate knowledge about screening and risk factors for breast cancer. And correlate these results to demographics variables of the studied population.Methods: 202 female patients were interviewed, chosen randomly among those who awaited at the Breast Health Clinic of UNIFESP-EPM. They were given a structured questionnaire, which included socio-demographic variables and questions to assess the knowledge about breast self-examination, screening and risk factors for breast cancer. Results: The majority of patients knew about the existence of the breast selfexam (93,1%). However, only 9,4% had an adequate knowledge about it. Most of the patients performed BSE (64,9%), but only 20,3% did it properly. Among the ones who did not perform the self-exam, 36,2% stated that they forgot about it. Only 21,8% of the interviewees demonstrated knowledge about the most recommended screening method, the age they should start to be screened at and how often they should be screened. 17,3% had adequate knowledge about risk factors for breast cancer. The analysis of the socio-demographic variables revealed that older women, who had been through the menopause and who have had lower education had a better knowledge of the proper execution of BSE. Women who had been through the menopause also demonstrated to have better knowledge about it. Women with more years of education had less knowledge about the mammographic screening. Conclusion: Overall, the patients did not exhibit adequate knowledge about the self-exam, the mammographic screening and the risk factors for breast cancer. They also did not perform BSE properly, specially among more educated patients. These data show that public information campaigns about BSE and, above all, mammography should be reinforced, regardless of the patient?s level of education or income.
Introdução: O câncer de mama é um dos principais problemas de saúde pública,sendo o tipo de câncer mais incidente em mulheres em quase todas regiões do país, excluindo-se os carcinomas de pele não melanoma. O diagnóstico precoce é fator fundamental para o tratamento e prognóstico dessas pacientes. Atualmente, existem três estratégias para esse fim: o autoexame das mamas (AEM), o exame clínico e a mamografia. No Brasil, o exame clínico anual das mamas e a mamografia são as estratégias recomendadas para o seu controle. E, embora não existam na literatura evidências de diminuição da mortalidade com a utilização do AEM, ele é amplamente estimulado, já que pouco mais da metade das mulheres brasileiras têm acesso à mamografia e ao exame clínico das mamas. Devido à alta incidência do câncer de mama, meios de comunicação e informação, como jornais, televisão e internet, constantemente divulgam informações a seu respeito. No entanto, muitas vezes, tais informações são imprecisas, gerando mitos acerca dessa doença. Objetivo: Avaliar o conhecimento e prática do autoexame das mamas de pacientes atendidas no ambulatório de Mastologia da UNIFESP-EPM, e também seu conhecimento sobre rastreamento e fatores de risco do câncer de mama. E associá-los aos fatores sociodemográficos de tais pacientes. Métodos: Foram entrevistadas 202 pacientes, escolhidas aleatoriamente, que aguardavam atendimento no ambulatório de Mastologia da UNIFESP-EPM. Foi utilizado questionário estruturado, incluindo variáveis sociodemográficas, perguntas para avaliação do conhecimento e prática do autoexame das mamas, perguntas para avaliação do conhecimento sobre o rastreamento mamográfico e fatores de risco do câncer de mama. Resultados: A grande maioria das pacientes sabia da existência do AEM (93,1%). Mas, somente 9,4% apresentou conhecimento adequado sobre ele. O AEM era realizado pela maioria das pacientes (64,9%), mas apenas 20,3% o realizava de forma adequada. Entre as pacientes que não praticavam o AEM o principal motivo foi o esquecimento(36,2%). Somente 21,8% das entrevistadas apresentaram conhecimento sobre o melhor método de rastreamento, idade de início de realização e frequência de sua realização. E 17,3% delas apresentaram conhecimento adequado sobre fatores de risco do câncer de mama. A análise de variáveis sociodemográficas mostrou que mulheres mais idosas, menopausadas e com menor escolaridade praticavam o AEM mais adequadamente. Mulheres no período após a menopausa também apresentaram melhor conhecimento sobre o AEM. O menor grau de escolaridade também se relacionou com o melhor nível de conhecimento sobre o rastreamento mamográfico. As pacientes católicas apresentaram melhor conhecimento sobre os fatores de risco do câncer de mama. Conclusão: De forma geral, as pacientes não apresentaram conhecimento adequado sobre o AEM, rastreamento mamográfico e os fatores de risco para o câncer de mama, e não praticavam o AEM adequadamente, particularmente, no grupo de pacientes com maior escolaridade. Esses dados mostram que medidas educativas com relação à prática do AEM e, principalmente, à importância da mamografia devem ser reforçadas, independentemente do grau de escolaridade ou renda familiar da paciente.
Descrição
Citação
WATANABE, Andrea Yumi. Conhecimento de mulheres atendidas em um ambulatório de mastologia sobre o autoexame, rastreamento e fatores de risco do câncer de mama. 2015. 63 f. Dissertação (Mestrado) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2015.