Implicações evolutivas e ecológicas na estrutura geográfica do canto do olho-falso Hemitriccus diops (Passeriformes: Suboscine)

Data
2018-06-27
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
The evidence of acoustic variation among animal populations has inspired scientists to inquire about the evolutionary and ecological mechanisms that shape the divergence of songs and that have led to the emergence of barriers to gene flow and the beginning of speciation. In the Oscine passerine birds that have learned songs, the evolutionary influences of cultural drift, habitat structure and beak morphology have been inferred. However, for birds with innate songs, such as the Suboscine passerine birds, similar analyses have not yet been performed at a microevolutionary scale. The aim of this work is to evaluate the likely evolutionary and ecological processes that shape the geographic variation in songs of an endemic Atlantic Forest species, the drab-breasted bamboo tyrant (Hemitriccus diops), throughout its range. Specifically, the goals are 1) to describe the general pattern of geographic variation in the song of this species, and 2) to test the role of stochastic processes (i.e. genetic drift, the Stochastic Hypothesis) and deterministic processes (i.e. the environment, the Acoustic Adaptation Hypothesis) in the geographic variation of songs. In order to test these hypotheses, a vocal, genetic, and ecological sampling was carried out along the Atlantic Forest. Spectral and temporal acoustic measurements were made in two types of songs, in a total of 120 songs. A putatively neutral mitochondrial gene was used as a proxy for stochastic processes and climatic and vegetation cover variables were used as proxies for deterministic processes. Univariate and multivariate analyses were employed to test the acoustic adaptation and the stochastic hypotheses. The results show that H. diops present reduced geographic variation in either type of songs. Also, ecological selection seems to have had a small role in shaping the spatial variation of songs. However, genetic drift likely underlies the geographic variation in one song type along the Brazilian Atlantic forest.
As evidências da variação acústica entre populações de animais têm inspirado os cientistas a indagar sobre os mecanismos evolutivos e ecológicos que moldam a divergência do canto e que levam ao surgimento de barreiras ao fluxo gênico e ao começo da especiação. Nas aves passeriformes Oscine que apresentam canto aprendido, têm sido inferidos processos evolutivos como a deriva genética, a estrutura do hábitat e a morfologia do bico. Entretanto, o mesmo ainda não foi realizado para aves de canto inato em uma escala microevolutiva, como é o caso dos passeriformes Suboscine. O objetivo geral deste trabalho é avaliar os possíveis processos evolutivos e ecológicos que moldam a variação geográfica do canto do olho-falso (Hemitriccus diops), uma espécie de ave endêmica da Mata Atlântica, ao longo de sua distribuição. Mas especificamente: 1) será descrito o padrão geral de variação geográfica no canto desta espécie na Mata Atlântica e 2) serão testados o papel dos processos estocásticos (i.e. deriva genética, Hipótese Estocástica) e de processos determinísticos (i.e. o ambiente, Hipótese de Adaptação Acústica) na variação geográfica do canto. Para inferir o papel destes processos, foi realizada uma amostragem vocal, genética, e ecológica ao longo da Mata Atlântica. Foram medidas variáveis de natureza espectral e temporal para dois tipos de cantos, em um total de 120 cantos. Um gene mitocondrial putativamente neutro foi utilizado como proxy de processos estocásticos e variáveis climáticas de cobertura vegetal foram usadas como proxies dos processos determinísticos. Análises univariadas e multivariadas foram utilizadas para o teste destas hipóteses. Os resultados mostram que existe uma variação geográfica reduzida nos dois tipos de canto. Em adição, a seleção ecológica parece ter tido um papel reduzido em moldar a variação espacial nos cantos. Entretanto, a deriva genética possivelmente foi uma importante força evolutiva moldando a variação de um tipo de canto ao longo da Mata Atlântica.
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