Ação da doxorrubicina sobre a função da célula de Sertori e sobre o ciclo do epitélio seminífero de ratos albinos, tratados na fase pré-púbere
Data
2009
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
O objetivo principal deste estudo foi investigar “in vivo” as alterações morfofuncionais apresentadas pelas células de Sertoli a curto, médio e longo prazo, após a administração da doxorrubicina a ratos albinos, durante a fase pré-púbere. As implicações destas alterações sobre o sincronismo do ciclo do epitélio seminífero e a integridade morfológica deste epitélio também foram avaliadas. As células de Sertoli são fundamentais para a manutenção da espermatogênese, pois controlam a proliferação e diferenciação das células germinativas. Danos funcionais às células de Sertoli desequilibram a paracrinia testicular e comprometem o desenvolvimento e a diferenciação das células germinativas, alterando, em conseqüência, o ciclo do epitélio seminífero. A transferrina testicular, importante carreador glicoprotéico de ferro, é largamente secretada pelas células de Sertoli e constitui um excelente indicador funcional destas células. O ferro, por conseguinte, é essencial para a manutenção e o desenvolvimento das células germinativas do epitélio seminífero, incluindo sua proliferação e diferenciação. Assim, no corrente estudo, a imunomarcação da transferrina no epitélio seminífero foi realizada com o objetivo de avaliar o estado funcional das células de Sertoli. Alterações do sincronismo do ciclo do epitélio seminífero foram também investigadas, objetivando avaliar a repercussão das alterações morfofuncionais das células de Sertoli sobre a harmonia do processo espermatogênico. Para este estudo, trinta (30) ratos Wistar foram tratados com 3 mg/kg de Dx aos 15 diase 2 mg/kg aos 22 dias de idade. Outros trinta (30) animais foram utilizados como controles e receberam quantidades equivalentes de solução fisiológica a 0.9 por cento. Aos 40, 64 e 127 dias de idade, os animais dos subgrupos tratados (Ged) e controles (Gc) foram submetidos à eutanásia e tiveram seus testículos esquerdos e direitos removidos, processados e seccionados para posterior marcação imunohistoquímica da transferrina e para tratamento pelo método histoquímico do Ácido Periódico-Reativo de Schiff, com a contra-coloração nuclear pela hematoxilina de Harris, o qual permitiu a identificação dos estágios do ciclo do epitélio seminífero e a análise histopatológica dos cortes. Os ratos tratados com Dx apresentaram redução de peso corpóreo (subgrupos de 64 e 127 dias), de peso testicular absoluto e volume testicular (subgrupo de 64 dias) e de peso testicular relativo (subgrupo de 64). Além disto, constatou-se um aumento do pesotesticular relativo no subgrupo tratados de 127 dias). Foi observada uma redução da densidade de volume do tecido tubular positivo para transferrina nos subgrupos tratados de 40 e 64 dias de idade e um aumento da densidade de volume do tecido intersticial positivo para a transferrina, nos subgrupos tratados de 64 dias. Uma tendência de recuperação na síntese de transferrina tubular pelas células de Sertoli foi encontrada nos subgrupos tratados de 127 dias de idade. Os animais tratados com Dx também apresentaram alteração na freqüência de ocorrência dos estágios no ciclo do epitélio seminífero e danos histopatológicos associados ao epitélio, nas três idades consideradas (40, 64 e 127 dias). Na análise histopatológica foram observados túbulos com descamação do epitélio seminífero e células germinativas e de Sertoli que se acumularam no lúmen, núcleos de células de Sertoli com morfologia alterada e afastados da membrana basal, presença de vacúolos intra-epiteliais de tamanhos variados, depleções das células germinativas, em diferentes graus, além de “Sertolização” do epitélio seminífero e retenção de espermátides alongadas no subgrupo tratado de 64 dias, observada no estágio IX do ciclo deste epitélio. O uso da doxorrubicina, na fase pré-púbere, provavelmente afetou as espermatogônias em proliferação e diferenciação, o que provocou um processo de depleção do epitélio seminífero, especialmente nas fases púbere (64 dias) e adulta (127 dias). Entretanto, as células-tronco de reserva possivelmente foram preservadas, o quegarantiu uma recuperação parcial do epitélio seminífero aos 127 dias. As idades a que os animais foram submetidos ao tratamento (no início da pré-puberdade), parecem ter sido um fator determinante no desencadeamento dos efeitos testiculares. Desta forma, concluiu-se que a Dx, administrada a ratos pré-púberes de acordo com o protocolo subagudo utilizado, provoca: 1. Dano à espermatogênese a curto, médio e longo prazo, que resulta em perda de células da linhagem germinativa e, em conseqüência, em acentuada depleção do epitélio seminífero; 2. Alterações morfofuncionais das células de Sertoli imaturas, prejudicando a cinética da espermatogênese nos ratos pré-púberes (40 dias), púberes (64 dias) e adultos (127 dias)..
Descrição
Citação
São Paulo: [s.n.], 2009. 194 p.