Alterações na topografia e tomografia corneal e na morfometria palpebral em pacientes com espasmo hemifacial tratados com toxina botulínica-A
Data
2016-03-30
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Purposes: 1) to evaluate possible corneal topographic and tomographic changes, in addition to eyelid morphometric changes in affected and normal contralateral eyes of patients with hemifacial spasm (HFS) treated with botulinum-A toxin (BTX-A); 2) to evaluate possible eyelid morphometric changes in affected and normal contralateral eyes of patients with HFS treated with BTX-A; 3) to compare two types of corneal imaging systems (Placido system versus Scheimpflug system) to evaluate corneal topographic parameters in patients with hemifacial spasm. Methods: Changes in corneal topographic and tomographic (magnitude of corneal astigmatism and steepest keratometry) and eyelid morphometric (palpebral fissure and interpalpebral surface area) parameters were evaluated in patients with hemifacial spasm during a complete treatment cycle (before, 15 days, two, three and four months) after BTX-A (Botox®, Allergan, Irvine, EUA) applications in the affected hemiface. For eyelid morphometric analysis, we used the Image J software. For corneal topographic analysis, Placido system (ATLAS; Carl Zeiss Meditec, Dublin, CA) was used, and for corneal tomographic evaluation, we used the Scheimpflug system (Pentacam Oculus, Inc., Berlin, Germany). Results: Twenty-four HFS patients were treated with BTX-A. On the normal hemiface, before treatment, palpebral fissure (PF), interpalpebral surface area (ISA), steepest K and corneal astigmatism (Placido system/ Scheimpflug system) measurements were: 8,7 ± 1,98 mm, 122,09 ± 39,37 mm2, 44,99± 1,45/ 44.89±1.33 D and 0,9 ± 0,64 D/ 0.87±0.87 D, respectively. No significant changes were observed in eyelid and corneal parameters over the four months on the normal hemiface. On the affected hemiface, before treatment, palpebral fissure (PF), interpalpebral surface area (ISA), steepest K and corneal astigmatism (Placido system/ Scheimpflug system) measurements were: 5,5 ± 1,77 mm, 67,68 ± 28,49 mm2, 46,91 ± 3,57 D/ 45.40±1.37 D, 2,63 ± 2.46D/ 1,27 ± 0,88 D, respectively. There was a significant increase in PF and ISA (8,36 ± 1,91 mm and 115,92 ± 34,44 mm2, respectively at 15 days; 8,18 ± 1,80 mm and 112,22 ± 33,57 mm2, respectively at 2 months, and 7,27 ± 1,65 mm and 95,48 ± 27,80 mm2, respectively at 3 months), and a significant reduction in steep K and corneal astigmatism (45,14 ± 1,20 D and 1,01 ± 0,58 D, respectively at 2 months, and 45,64 ± 1,77 D and 1,36 ± 1,31D, respectively at 3 months), when evaluated by Placido system, on the affected hemiface. Scheimpflug system did not detect changes in the steepest keratometric reading over the four months. This system detected significant reductions in corneal astigmatism values only at 15 days (1,16 ± 1.16D; p = 0,02) and at 4 months (0,91 ± 0,59; p = 0,03). Both the lid morphometric and the topographic corneal parameters tended to return to baseline values four months after application of BTX-A. Comparison between corneal topographic parameters, obtained with Placido system, between both affected and normal eyes showed statistically significant differences between both eyes before and four months after treatment. Steep K (46.91± 3.57 D) and astigmatism values (2.63± 2.46 D) were significantly higher in affected eyes of HFS patients than in non-affected eyes (44.99±1.45 D and 0.90±0.64 D) before treatment (p=0.001 for steep K and p=0.0003 for astigmatism). Astigmatism values were also were significantly higher in affected eyes (1.42±0.83D) than in non-affectted eyes (0.91±0.64D) at four months (p=0.006). Differences between both eyes tended to reduce during the BTX-A period of action. Conclusions: 1) Treatment with BTX-A in patients with HFS led to temporary corneal topographic changes on the affected eye during BTX-A period of action. Corneal tomographic parameters did not show a so discernible pattern reflecting BTX-A period of action; 2) Treatment with BTX-A in patients with HFS also led to temporary eyelid morphometric changes on the affected eye during BTX-A period of action; 3) Corneal changes on the affected side were best detected with Placido system than with Scheimpflug system.
Objetivos: 1) avaliar possíveis alterações corneais topográficas e tomográficas em olhos afetados e em olhos normais contralaterais de pacientes com espasmo hemifacial (EH) tratados com toxina botulínica-A (BTX-A); 2) avaliar possíveis alterações palpebrais morfométricas em olhos afetados e em olhos normais contralaterais de pacientes com espasmo hemifacial (EH) tratados com toxina botulínica-A (BTX-A); 3) comparar dois tipos de sistemas de obtenção de imagem corneal (sistema Plácido versus sistema Scheimpflug) para avaliar parâmetros corneais em pacientes com espasmo hemifacial. Métodos: Alterações em parâmetros corneais topográficos e tomográficos (magnitude do astigmatismo corneal e ceratometria) e palpebrais morfométricos (fenda palpebral e área da superfície interpalpebral) foram avaliadas em pacientes portadores de espasmo hemifacial durante um ciclo completo de tratamento (antes, 15 dias, dois, três e quatro meses) após aplicação de BTX-A (Botox®, Allergan, Irvine, CA, EUA) na hemiface afetada. Para análise palpebral morfométrica, utilizou-se o programa Image J. Para análise corneal topográfica, foi utilizado o sistema Plácido (ATLAS; Carl Zeiss Meditec, Dublin, CA) e para análise corneal tomográfica, foi utilizado o sistema Scheimpflug (Pentacam Oculus, Inc., Berlin, Alemanha). Resultados: Vinte e quatro pacientes foram tratados com BTX-A. Na hemiface normal, antes do tratamento, os valores da fenda palpebral (FP), da área superfície interpalpebral (ASI), do K mais curvo e do astigmatismo corneal (sistema Plácido/ sistema Scheimpflug) foram 8,7 ± 1,98 mm, 122,09 ± 39,37 mm2, 44,99± 1,45/ 44.89±1.33 D e 0,9 ± 0,64 D/ 0.87±0.87 D, respectivamente. Não foram observadas alterações significantes nos parâmetros palpebrais ou corneais no lado normal ao longo dos quatro meses. No lado afetado, antes do tratamento, os valores da FP, da ASI, do K mais curvo e do astigmatismo corneal (sistema Plácido/ sistema Scheimpflug) foram 5,5 ± 1,77 mm, 67,68 ± 28,49 mm2, 46,91 ± 3,57 D/ 45.40±1.37 D, 2,63 ± 2.46D/ 1,27 ± 0,88 D, respectivamente. Na hemiface acometida, observou-se aumento significante da FP e da ASI (8,36 ± 1,91 mm e 115,92 ± 34,44 mm2, respectivamente aos 15 dias; 8,18 ± 1,80 mm e 112,22 ± 33,57 mm2, respectivamente aos 2 meses e 7,27 ± 1,65 mm e 95,48 ± 27,80 mm2, respectivamente aos 3 meses) e diminuição significante do K mais curvo e do astigmatismo corneal (45,14 ± 1,20 D e 1,01 ± 0,58 D, respectivamente aos 2 meses e 45,64 ± 1,77 D e 1,36 ± 1,31D, respectivamente, aos 3 meses), quando avaliados pelo sistema Plácido. O sistema Scheimpflug não detectou alterações na ceratometria mais curva ao longo dos quatro meses. Este sistema demonstrou redução significante na magnitude do astigmatismo corneal somente aos 15 dias (1,16 ± 1.16D; p = 0,02) e aos 4 meses (0,91 ± 0,59; p = 0,03). Tanto os parâmetros palpebrais morfométricos, quanto os corneais topográficos tenderam a retornar aos valores de base quatro meses após aplicação da toxina botulínica. Comparação dos parâmetros topográficos entre olhos acometidos e olhos normais contralaterais com o sistema Plácido demonstrou diferenças estatisticamente significantes entre ambos os olhos antes e quatro meses após o tratamento. Antes do tratamento, os valores do K mais curvo (46,91 ± 3,57 D) e do astigmatismo corneal (2,63 ± 2,46 D), com o sistema Plácido, foram significativamente maiores nos olhos afetados, em comparação aos olhos normais (44,99 ± 1,45 D e 0,90 ± 0,64 D), p = 0,001 para o K mais curvo e p = 0,0003 para o astigmatismo corneal. Diferenças significantes entre o olho afetado (1,42 ± 0.83 D) e o olho não-afetado (0,91± 0.64 D) também foram observadas para o astigmatismo corneal aos quatro meses (p= 0,006). Observou-se tendência à diminuição dessas diferenças durante o período de ação da BTX-A. Conclusões: 1) O tratamento com BTX-A em pacientes com EH levou a alterações corneais topográficas no olho afetado durante o período de ação da toxina. Já os parâmetros corneais tomográficos não demonstraram um padrão que refletisse, de forma evidente, o tempo de duração da droga. 2) Alterações palpebrais morfométricas temporárias foram demonstradas no olho acometido durante o periodo estudado; 3) As alterações corneais temporárias, secundárias à redução dos espasmos palpebrais após aplicação de BTX-A no lado afetado, foram melhor detectadas com o sistema Plácido do que com o sistema Scheimplug.
Objetivos: 1) avaliar possíveis alterações corneais topográficas e tomográficas em olhos afetados e em olhos normais contralaterais de pacientes com espasmo hemifacial (EH) tratados com toxina botulínica-A (BTX-A); 2) avaliar possíveis alterações palpebrais morfométricas em olhos afetados e em olhos normais contralaterais de pacientes com espasmo hemifacial (EH) tratados com toxina botulínica-A (BTX-A); 3) comparar dois tipos de sistemas de obtenção de imagem corneal (sistema Plácido versus sistema Scheimpflug) para avaliar parâmetros corneais em pacientes com espasmo hemifacial. Métodos: Alterações em parâmetros corneais topográficos e tomográficos (magnitude do astigmatismo corneal e ceratometria) e palpebrais morfométricos (fenda palpebral e área da superfície interpalpebral) foram avaliadas em pacientes portadores de espasmo hemifacial durante um ciclo completo de tratamento (antes, 15 dias, dois, três e quatro meses) após aplicação de BTX-A (Botox®, Allergan, Irvine, CA, EUA) na hemiface afetada. Para análise palpebral morfométrica, utilizou-se o programa Image J. Para análise corneal topográfica, foi utilizado o sistema Plácido (ATLAS; Carl Zeiss Meditec, Dublin, CA) e para análise corneal tomográfica, foi utilizado o sistema Scheimpflug (Pentacam Oculus, Inc., Berlin, Alemanha). Resultados: Vinte e quatro pacientes foram tratados com BTX-A. Na hemiface normal, antes do tratamento, os valores da fenda palpebral (FP), da área superfície interpalpebral (ASI), do K mais curvo e do astigmatismo corneal (sistema Plácido/ sistema Scheimpflug) foram 8,7 ± 1,98 mm, 122,09 ± 39,37 mm2, 44,99± 1,45/ 44.89±1.33 D e 0,9 ± 0,64 D/ 0.87±0.87 D, respectivamente. Não foram observadas alterações significantes nos parâmetros palpebrais ou corneais no lado normal ao longo dos quatro meses. No lado afetado, antes do tratamento, os valores da FP, da ASI, do K mais curvo e do astigmatismo corneal (sistema Plácido/ sistema Scheimpflug) foram 5,5 ± 1,77 mm, 67,68 ± 28,49 mm2, 46,91 ± 3,57 D/ 45.40±1.37 D, 2,63 ± 2.46D/ 1,27 ± 0,88 D, respectivamente. Na hemiface acometida, observou-se aumento significante da FP e da ASI (8,36 ± 1,91 mm e 115,92 ± 34,44 mm2, respectivamente aos 15 dias; 8,18 ± 1,80 mm e 112,22 ± 33,57 mm2, respectivamente aos 2 meses e 7,27 ± 1,65 mm e 95,48 ± 27,80 mm2, respectivamente aos 3 meses) e diminuição significante do K mais curvo e do astigmatismo corneal (45,14 ± 1,20 D e 1,01 ± 0,58 D, respectivamente aos 2 meses e 45,64 ± 1,77 D e 1,36 ± 1,31D, respectivamente, aos 3 meses), quando avaliados pelo sistema Plácido. O sistema Scheimpflug não detectou alterações na ceratometria mais curva ao longo dos quatro meses. Este sistema demonstrou redução significante na magnitude do astigmatismo corneal somente aos 15 dias (1,16 ± 1.16D; p = 0,02) e aos 4 meses (0,91 ± 0,59; p = 0,03). Tanto os parâmetros palpebrais morfométricos, quanto os corneais topográficos tenderam a retornar aos valores de base quatro meses após aplicação da toxina botulínica. Comparação dos parâmetros topográficos entre olhos acometidos e olhos normais contralaterais com o sistema Plácido demonstrou diferenças estatisticamente significantes entre ambos os olhos antes e quatro meses após o tratamento. Antes do tratamento, os valores do K mais curvo (46,91 ± 3,57 D) e do astigmatismo corneal (2,63 ± 2,46 D), com o sistema Plácido, foram significativamente maiores nos olhos afetados, em comparação aos olhos normais (44,99 ± 1,45 D e 0,90 ± 0,64 D), p = 0,001 para o K mais curvo e p = 0,0003 para o astigmatismo corneal. Diferenças significantes entre o olho afetado (1,42 ± 0.83 D) e o olho não-afetado (0,91± 0.64 D) também foram observadas para o astigmatismo corneal aos quatro meses (p= 0,006). Observou-se tendência à diminuição dessas diferenças durante o período de ação da BTX-A. Conclusões: 1) O tratamento com BTX-A em pacientes com EH levou a alterações corneais topográficas no olho afetado durante o período de ação da toxina. Já os parâmetros corneais tomográficos não demonstraram um padrão que refletisse, de forma evidente, o tempo de duração da droga. 2) Alterações palpebrais morfométricas temporárias foram demonstradas no olho acometido durante o periodo estudado; 3) As alterações corneais temporárias, secundárias à redução dos espasmos palpebrais após aplicação de BTX-A no lado afetado, foram melhor detectadas com o sistema Plácido do que com o sistema Scheimplug.
Descrição
Citação
OSAKI, Teissy Hentona. Alterações na topografia e tomografia corneal e na morfometria palpebral em pacientes com espasmo hemifacial tratados com toxina botulínica-A. 2016. 80 f. Tese (Doutorado em Oftalmologia e Ciências Visuais) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2016.