Estado nutricional ao diagnóstico oncológico como possível marcador do excesso de peso em crianças e adolescentes sobreviventes do câncer

Data
2016-04-28
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Obesity is a late effect recognized in survivors of childhood cancer, but news studies have shown that the most recent survivors, no different from population estimates and suggest that external factors, as well as the genetic characteristics of the individual, may have greater influence on gain weight among the survivors. Within this reality, the question is about the quantity and quality of food from this group and its possible correlation with obesity. Moreover, the limitation of studies with survivors in developing countries and reduced work with measured data justifies this work. Thus, we had as objective to evaluate the previous and current nutritional status and food intake and antineoplastic treatment and their relationship with obesity in childhood cancer survivors. All patients treated at a referral center and attended the clinic of late effects, which survived for at least 2 years after treatment, they were eligible for inclusion. Anthropometric data and information on the antineoplastic treatment were collected. For analysis of nutritional status, as well as for the food characteristics, we divided the patients into two groups, group 1 consisting of leukemia survivors and CNS, grouped due to similar treatment and group 2, consisting of the remaining survivors. The main finding of our study was the correlation of BMI at diagnosis with excess weight after treatment in both groups was not observed correlation with the anticancer treatment. Moreover, we observed changes in body composition, characterized by lean body mass reduction. The feeding of these patients, regardless of cancer diagnosis, is unbalanced, especially the high protein intake and saturated fatty acids, as well as reduced suitability of vitamins and minerals. The treatment helps to change body composition and diseases associated with excess tissue. However, it is believed that current lifestyle associated with individual characteristics, contributes substantially to the development of metabolic complications in survivors. Early identification of risk groups is essential to minimize the adverse effects of antineoplastic therapy and promotion of healthy eating habits.
A obesidade é um efeito tardio reconhecido em sobreviventes do câncer infantil, porém estudos atuais têm demonstrado que os sobreviventes mais recentes, não diferem das estimativas populacionais e sugerem que fatores externos, assim como as características genéticas do indivíduo, possam apresentar maior influência no ganho de peso entre os sobreviventes. Dentro desta realidade, questiona-se sobre a quantidade e qualidade da alimentação deste grupo, e suas possíveis correlações com a obesidade. Além disso, a limitação de estudos com sobreviventes em países em desenvolvimento e os reduzidos trabalhos com dados mensurados, justifica a realização deste trabalho. Desta forma, teve-se como objetivo avaliar o estado nutricional prévio e atual, bem como consumo alimentar e o tratamento antineoplásico e a relação destes com a obesidade nos sobreviventes do câncer infantil. Todos os pacientes tratados em um centro de referência e atendidos na clínica de efeitos tardios, que sobreviveram por pelo menos 2 anos após o tratamento, foram elegíveis para inclusão. Dados antropométricos e informações sobre o tratamento antineoplásico foram coletados. Para análise do estado nutricional, bem como em relação às características alimentares, dividiu-se os pacientes em dois grupos, sendo o grupo 1 composto por sobreviventes de leucemia e sistema nervoso central (SNC), agrupados devido a semelhança de tratamento e grupo 2, composto pelos demais sobreviventes. O principal achado do nosso estudo foi a correlação do índice de massa corporal (IMC) ao diagnóstico com o excesso de peso pós-tratamento em ambos os grupos, não sendo observado correlação com o tratamento antineoplásico. Além disso, observamos alteração de composição corporal, caracterizada pela redução de massa magra. A alimentação destes pacientes, independente do diagnóstico oncológico, encontra-se em desequilíbrio, principalmente pela elevada ingestão de proteínas e ácidos graxos saturados, assim como reduzida adequação de vitaminas e minerais. O tratamento contribui para alteração de composição corporal e suas doenças associadas ao excesso de tecido. Entretanto, acredita-se que o estilo de vida atual associado a características individuais, contribua substancialmente para o desenvolvimento de complicações metabólicas em sobreviventes. A identificação precoce de grupos de risco é fundamental para minimizar os efeitos adversos decorrentes da terapia antineoplásica e promoção de hábitos alimentares saudáveis.
Descrição
Citação
TEIXEIRA, Julia Ferrari Carneiro. Estado nutricional ao diagnóstico oncológico como possível marcador do excesso de peso em crianças e adolescentes sobreviventes do câncer. 2016. 127 f. Dissertação (Mestrado em Alimentos, Nutrição e Saúde) - Instituto de Saúde e Sociedade, Universidade Federal de São Paulo, Santos, 2016.
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