Efeito das diferentes regras de marcação de eventos respiratórios na classificação da apneia obstrutiva do sono
Data
2016-06-30
Tipo
Tese de doutorado
Título da Revista
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Título de Volume
Resumo
Introduction: Despite the high relevance of the Apnea and Hypopnea Index (AHI) and the Respiratory Disturbance Index (RDI) in the diagnosis of Obstructive Sleep Apnea (OSA), there is still a high disagreement in the definition of sleep-related respiratory events indexes. Objectives: To compare the different methodologies of scoring respiratory events related to sleep in an epidemiological sample. To evaluate the impact on the diagnosis of OSA and to determine the cut-off values according to severity. Methods: We evaluated 891 polysomnography of the epidemiological study Episono of individuals who represented the city of São Paulo in 2007 according to age, gender and socioeconomic. Sleep staging, arousals, apneas, hypopneas, and Respiratory-Effort Related Arousal (RERAs) were manually scored. A polysomnographic analysis system performed the association of decrease of the flow with oxygen desaturations and / or arousals and allocated them in different indices: AHI4: hypopnea associated with a drop of the SpO2 ?4%, AHI3: hypopnea associated with a drop of the SpO2 ?3%, IAH3A: hypopnea associated with a drop of the SpO2 ?3% or an arousal, and IDR: AHI3A + RERA Index. The equivalent cutoff points for AHI3, AHI3A and RDI (for 5, 15, 30 events / hour of sleep) were calculated using the AHI4 as a reference. Results: Using the SpO2 ? 3% and the addition of arousal in the rule, we observed higher rates than those with a drop ? 4% (Index: AHI4: 6.2±11.5/h; AHI3: 7.8±12.9/h; AHI3A: 9.5±13.9/h; RDI: 10.6±14.1/h). This trend was the same for the prevalences considering different values of severity (> 5,> 15 or> 30/h). In the comparative analysis between the indices and the AHI4 in their respective severities, we observed that 12.7%, 25.8% and 33.1% of the 16 individuals would be reclassified by the AHI3, AHI3A and RDI indices, respectively. We maximized the sum of sensitivity and specificity by the ROC curve for the determination of equivalent values by severity and observed an increase from 6.6 to 9.6/h for AHI4 = 5, from 16 to 19.7/h for AHI4 = 15, and from 34.3 to 35/h for AHI4 = 30/h. These values were 5 events/hour higher than the AHI4 cut-off. In analyzes separated by sex, age and BMI, we observed that the equivalent values for women, individuals between 20 and 40 years and eutrophic, were higher, between 10 and 15 more events in the cut-off values for AHI4?30. Using appropriately adjusted cut-off points, the agreement was between 92% and 99%. Conclusions: When the same cut-off value is used, the different definitions of hypopnea and the addition of RERA in the rule lead to large differences in the rates of OSA diagnoses. The AHI cut-off point using oxygen desaturation ? 3% and / or arousal, and RDI, should be adjusted to approximately 5 events/hour to be comparable to the AHI4 cut-off point and to maintain agreement > 92%. This adjustment should be greater when analyzing specific groups.
Introdução: Apesar da alta relevância do Índice de Apneia e Hipopneia (IAH) e do Índice de Distúrbio Respiratório (IDR) no diagnóstico da Apneia Obstrutiva do Sono (AOS), ainda há muita discordância na definição dos eventos respiratórios durante o sono que compõem esses índices. Objetivos: Comparar as diferentes metodologias de marcação de eventos respiratórios relacionados ao sono em uma amostra epidemiológica. Avaliar o impacto no diagnóstico da AOS e determinar os valores de ponto de corte de concordância de acordo com a gravidade. Métodos: Foram avaliados 891 polissonografias do estudo Episono de indivíduos que representavam a cidade de São Paulo em 2007 de acordo com a idade, sexo e classificação socioeconômica. O estagiamento do sono, os despertares, as apneias, as hipopneias e os RERAs (Respiratory-Effort Related Arousal) foram marcados manualmente. Um sistema de análise polissonográfica realizou a associação das quedas de fluxo com dessaturações e/ou despertares e os alocou em diferentes índices: IAH4: hipopneias associadas a queda da SpO2 ? 4%, IAH3: hipopneias associadas a queda da SpO2? 3%, IAH3A: hipopneias associadas a queda da SpO2 ? 3% ou despertar, e IDR: IAH3A + Índice de RERAs. Os pontos de corte equivalentes para IAH3, IAH3A e IDR (para 5, 15, 30 eventos/hora de sono), foram calculados utilizando o IAH4 como referência. Resultados: Utilizando a queda da SpO2 ? 3% e a adição do despertar na regra, observamos índices maiores do que aqueles com queda ? 4% (Índice: IAH4: 6,2±11,5/h; IAH3: 7,8±12,9/h; IAH3A: 9,5±13,9/h; IDR: 10,6±14,1/h). Essa tendência foi a mesma para as prevalências considerando diferentes valores de gravidade (> 5, > 15 ou > 30/h). Na análise comparativa entre os índices e o IAH4 nas suas respectivas gravidades, 14 observamos que 12,7%, 25,8% e 33,1% dos indivíduos seriam reclassificados pelos índices IAH3, IAH3A e IDR, respectivamente. Maximizamos a soma da sensibilidade e da especificidade pela curva ROC para a determinação de valores equivalentes por gravidade e observamos um aumento de 6,6 a 9,6/h para o IAH4=5, de 16 a 19,7/h para o IAH4=15, e de 34,3 a 35/h para o IAH4=30/h. Estes valores foram 5 eventos/hora superiores ao do corte do IAH4. Nas análises separadas por sexo, idade e IMC, observamos que os valores equivalentes para as mulheres, indivíduos entre 20 e 40 anos e eutróficos, foram maiores, entre 10 a 15 eventos a mais nos valores de corte para IAH4?30. Usando os pontos de corte ajustados de forma apropriada, a concordância ficou entre 92% e 99%. Conclusões: Quando o mesmo valor de corte é usado, as diferentes definições de hipopneia e a adição do RERA na regra levam a grandes diferenças nos índices e no diagnóstico da AOS. O ponto de corte do IAH utilizando dessaturação da oxi-hemoglobina ? 3% e/ou despertar, e o IDR, devem ser ajustados em aproximadamente 5 eventos/hora para ser comparável ao ponto de corte do IAH4 e manter a concordância >92%. Esse ajuste deve ser maior quando se analisa grupos específicos.
Introdução: Apesar da alta relevância do Índice de Apneia e Hipopneia (IAH) e do Índice de Distúrbio Respiratório (IDR) no diagnóstico da Apneia Obstrutiva do Sono (AOS), ainda há muita discordância na definição dos eventos respiratórios durante o sono que compõem esses índices. Objetivos: Comparar as diferentes metodologias de marcação de eventos respiratórios relacionados ao sono em uma amostra epidemiológica. Avaliar o impacto no diagnóstico da AOS e determinar os valores de ponto de corte de concordância de acordo com a gravidade. Métodos: Foram avaliados 891 polissonografias do estudo Episono de indivíduos que representavam a cidade de São Paulo em 2007 de acordo com a idade, sexo e classificação socioeconômica. O estagiamento do sono, os despertares, as apneias, as hipopneias e os RERAs (Respiratory-Effort Related Arousal) foram marcados manualmente. Um sistema de análise polissonográfica realizou a associação das quedas de fluxo com dessaturações e/ou despertares e os alocou em diferentes índices: IAH4: hipopneias associadas a queda da SpO2 ? 4%, IAH3: hipopneias associadas a queda da SpO2? 3%, IAH3A: hipopneias associadas a queda da SpO2 ? 3% ou despertar, e IDR: IAH3A + Índice de RERAs. Os pontos de corte equivalentes para IAH3, IAH3A e IDR (para 5, 15, 30 eventos/hora de sono), foram calculados utilizando o IAH4 como referência. Resultados: Utilizando a queda da SpO2 ? 3% e a adição do despertar na regra, observamos índices maiores do que aqueles com queda ? 4% (Índice: IAH4: 6,2±11,5/h; IAH3: 7,8±12,9/h; IAH3A: 9,5±13,9/h; IDR: 10,6±14,1/h). Essa tendência foi a mesma para as prevalências considerando diferentes valores de gravidade (> 5, > 15 ou > 30/h). Na análise comparativa entre os índices e o IAH4 nas suas respectivas gravidades, 14 observamos que 12,7%, 25,8% e 33,1% dos indivíduos seriam reclassificados pelos índices IAH3, IAH3A e IDR, respectivamente. Maximizamos a soma da sensibilidade e da especificidade pela curva ROC para a determinação de valores equivalentes por gravidade e observamos um aumento de 6,6 a 9,6/h para o IAH4=5, de 16 a 19,7/h para o IAH4=15, e de 34,3 a 35/h para o IAH4=30/h. Estes valores foram 5 eventos/hora superiores ao do corte do IAH4. Nas análises separadas por sexo, idade e IMC, observamos que os valores equivalentes para as mulheres, indivíduos entre 20 e 40 anos e eutróficos, foram maiores, entre 10 a 15 eventos a mais nos valores de corte para IAH4?30. Usando os pontos de corte ajustados de forma apropriada, a concordância ficou entre 92% e 99%. Conclusões: Quando o mesmo valor de corte é usado, as diferentes definições de hipopneia e a adição do RERA na regra levam a grandes diferenças nos índices e no diagnóstico da AOS. O ponto de corte do IAH utilizando dessaturação da oxi-hemoglobina ? 3% e/ou despertar, e o IDR, devem ser ajustados em aproximadamente 5 eventos/hora para ser comparável ao ponto de corte do IAH4 e manter a concordância >92%. Esse ajuste deve ser maior quando se analisa grupos específicos.
Descrição
Citação
GARBUIO, Silvério Aparecido. Efeito das diferentes regras de marcação de eventos respiratórios na classificação da apneia obstrutiva do sono. 2016. 79 f. Tese (Doutorado em Psicobiologia) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2016.